sexta-feira, 4 de julho de 2008

Breve olhar sobre a História da Literatura Juvenil V

O nascimento das fórmulas e a edição de livros em massa

«Muito presente, nesta segunda metade do século XIX, o romace “doméstico” construído muito frequentemente em torno de uma família cristã. Retrata mulheres e dá vida a heroínas: Mulherzinhas, Heidi. Esta tradição do romance doméstico evidencia a tendência em opor os avanços de uma sociedade em mutação à imagem de uma família estável e afectuosa, imutável, guardiã dos valores, fonte de uma felicidade impossível fora de um contexto familiar.
(…)

Em França, em 1914, Hachette retoma Hetzel, abrindo assim caminho à difusão em massa de livros para crianças. Os romances de aventura e outras obras para crianças reflectem a pedagogia oficial. Encontramos nestas obras o sentido do dever, a dignidade do trabalho, o respeito pelas tradições, através de construções muitas vezes artificiais cujo único objectivo é o de transmitir os valores a respeitar.»
pp. 29, 31

Nesta fase, a fórmula para o texto infantil depende dos valores que se pretende transmitir. O livro é visto como um veículo pedagógico e moral, como narrativa de paradigmas. O lugar da criança na sociedade ganha relevância, e os educadores começam a estar sensibilizados para a leitura. No entanto, a instrumentalização temática e estrutural do texto afasta-o da qualidade literária que obedece sempre a um acto criativo livre. Por isso, esses livros não perduraram.

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