
Durante a narrativa, Teodorico, jovem e boémio procura através da prática de uma vida – aparentemente – casta cair nas boas graças da sua tia e herdar sua grande fortuna que parece estar prometida à Igreja.
Apesar das suas tentativas, Teodorico raramente consegue resistir aos seus mais animalescos impulsos.
Quando finalmente a tia Patrocínio das Neves ganha alguma confiança com Teodorico, este faz em seu nome, uma viagem à Palestina em peregrinação, com a promessa de trazer para titi uma grande relíquia.
Longe dos olhares da sociedade lisboeta e das rígidas regras da sua tia, Teodorico prossegue a sua vida de deboche nas grandes cidades do Oriente, até finalmente chegar a Jerusalém, onde em sonho, se imagina a assistir ao julgamento de Jesus Cristo, até finalmente regressar a Lisboa para o epíteto final da história.
Eça de Queirós é sarcástico e mordaz na crítica social que faz.
Acreditamos, que mais do que a crítica à hipocrisia de Teodorico, a maior crítica se faz a uma certa beataria portuguesa do século XIX. As personagens tipo criadas por Eça, na sublime e magnífica descrição em que o autor é exemplar, conjuntamente com os cenários detalhados e perfumados, dão um colorido especial a esta obra que naturalmente aconselhamos.
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