quarta-feira, 7 de novembro de 2007

A Tradição da Grande Mãe

Origem
Durante os últimos três milênios as principais religiões do mundo enfatizaram o Princípio Divino
Masculino. Apesar das diferenças conceituais e das práticas religiosas entre judaísmo, islamismo, hinduismo
e cristianismo, a Divindade Suprema e personificada por arquétipos masculinos com mitos e preceitos
patriarcais. Mesmo que existam figuras femininas que sejam honradas e celebradas elas não são
consideradas forças primordiais e criadoras, sendo relegadas a papéis e atribuições secundárias.
Apesar de, no momento, essas religiões predominarem no cenário mundial, a origem delas é
relativamente recente, enquanto que a veneração a uma Criadora chamada genericamente de “A Grande
Mãe”, remonta ao início do período paleolítica, há trinta mil anos atrás. Provas irrefutáveis deste
antiquíssimo culto são as inúmeras estatuetas em pedras, osso ou argila representando figuras femininas ou
partes do corpo da mulher relacionadas com a função geradora ou nutridora, encontradas em todo o mundo.
Consideradas pelos historiadores homens do século passado com simples “Vênus” paleo ou neolíticas,
atualmente esses objetos de culto são vistos como representações da deusa mãe, conforme demonstram os
estudos, livros e pesquisas de antropólogas, historiadoras, sociólogas e arqueólogas.
Significado
A Grande Mãe representa a totalidade da criação e a unidade da vida, pois ela existe e reside em
todos os seres e em todo o Universo. Seus múltiplos aspectos e manifestações recriam o eterno ciclo de
nascimento, crescimento, florescimento, decadência, morte e renascimento, na perpétua dança espiral das
energias da vida.
A Deusa Mãe foi a suprema divindade do planeta durante trinta milênios, reverenciada pelo seu
poder de gerar, criar, nutrir e sustentar todos os seres. Os seus atributos de fertilidade, abundância e
nutrição são vistos nas estatuetas com características zoomórficas ou antropomórficas, como deusas
pássaros ou senhora dos animais ou simplesmente mulheres grávidas, dando à luz ou amamentando.
Reverenciada e conhecida sob inúmeras manifestações e nomes, de acordo com a cultura e a época, a
Deusa era a própria Mãe Terra, a energia da vida do planeta. Por ser imanente e permanente em toda a
natureza, a Grande Mãe era venerada nas fontes, nos rios, lagos e mares, nas grutas, florestas e montanhas,
nos fenômenos da natureza, na riqueza e beleza da Terra. Os templos que lhe foram dedicados reproduziam
formas femininas ou concentravam e direcionavam as energias cósmicas e telúricas por meio dos círculos
de pedras ou nas câmaras subterrâneas.

BAIXAR PDF

Nenhum comentário:

Postar um comentário