Marina Colasanti, ao receber o prêmio (Hors Concours) de melhor livro de poesia, tirou da "manga" uma carta que recebeu (?) de Maurício Leite e a leu em público. Ele é um arte-educador, contador de histórias ENCANTADOR, que já vi em ação e que deu aulas (um mini-curso) para Ana Paula há muitos anos, quando ainda morava em Brasília. Atualmente ministra oficinas e conta histórias pela Europa, África e outroa continentes. Ele, sempre munido do livro, trabalha de forma genial, inclusive usando livros "só" de imagens, arrancando beijos, interjeições e aplausos da garotada. Depois, deixa sua mala - repleta de livros, brinquedos populares e outros badulaques - aberta para o deleite da garotada. Na carta, ele fala das dificuldades que encontrou numa viagem para contar histórias em Angola, e exulta a alegria das crianças admiradas com as histórias e os livros. Agradece aos escritores pelas histórias publicadas, instrumento de seu trabalho, importantes (as histórias e sua contação) para o despertar do gosto pela leitura em crianças mundo afora.
Naquela sala, indiretamente, Marina Colasanti - sem querer, querendo - disse à todos que um bom contador de histórias pode sim, incentivar a leitura. Maurício Leite usa de objetos em suas apresentações, assim como usa o livro. Os Tapetes Contadores de Histórias, usam objetos em seu excepcional trabalho, assim como usam o livro. Outros tantos também assim o fazem. A FNLIJ - Fundação NAcional do Livro Infantil e Juvenil, condena qualquer ação que não se prenda exclusivamente à leitura dos livros. Diz que o "resto" não incentiva a leitura. É mero entretenimento. Mergulhado na minha insignificância teórica, mas na força da prática que exerço, e sem as amarras políticas que envolvem tudo em torno da FNLIJ, digo que as palavras de Maurício Leite, repetidas por Marina Colasanti naquela sala na noite de segunda feira, soaram como música em meus ouvidos. Ao final de cada Firimfimfoca, por exemplo, os pais saem em busca dos livros da Sylvia Orthof atendendo ao pedido dos filhos.
O salão da FNLIJ é sim, o grande momento da litratura infantil e juvenil brasileira, como escreveu Socorro Acioli num comentário neste blog. É mais: um grande encontro de artistas do livro. É também um balcão de negócios. A mais organizada feira de livros que já vi. Porém, exitem muitos arte-educadores que usam o livro e suas histórias - e outros elementos - com talento e sucesso, despertando o gosto pela leitura, que não têm seu trabalho valorizado por esta instituição que tanto preza o livro e a criança. A FNLIJ merece todos os aplausos, mas - assim como qualquer mortal - não está imune a críticas. De um lado e de outro, todos queremos despertar nas crianças o gosto, o prazer pela leitura seja através de programas governamentais e projetos de incentivo à leitura ou práticas individuais. Queremos o mesmo: mais bibliotecas, mais mediadores, mais arte-educadores, mais leitores com prazer em ler. Hatuna Matata.
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