sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Ler a infância com olhos de adulta

Quando estivemos em Sines, com a acção A arte da leitura de pais para filhos, estive a reler Lote 12, 2º fte, da Alice Vieira. Foi o meu livro preferido durante anos. A sensação foi bastante estranha, porque foi como se estivesse em frente a um espelho a ver-me. Identifiquei-me de tal forma com o livro que questionei-me se esta minha nova leitura de adulta estava a condicionar uma interpretação não comprometida do texto, ou se pelo contrário, aquele livro teria sido responsável por grande parte das imagens mentais que fui tendo e aprofundando. Questões como a rotina familiar, as opiniões políticas, as angústias da jovem Mariana, a sua relação com o espaço...
Não quero fazer associações primárias mas gostava de confirmar que relação têm os adultos com livros que os tenham marcado profundamente quando eram crianças ou pré-adolescentes e que não tenham voltado a reler até à idade adulta. Creio até que as conclusões poderiam ser úteis para a Promoção da Leitura. É um desafio que deixo.

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