quinta-feira, 28 de junho de 2007

O Livro De Thoth - Um Curto Ensaio Sobre o Tarô dos Egípcios, de Aleister Crowley

O Tarô é um baralho de setenta e oito cartas. Há quatro naipes, tal como nos baralhos atuais, que dele são derivadas. Porém, as cartas da corte são em número de quatro, ao invés de três. Adicionalmente, existem vinte e duas cartas chamadas de trunfos, das quais cada qual é uma figura simbólica com um título próprio.

À primeira vista, pode-se supor que a sua disposição seja arbitrária, mas não é. Ela é ligada, como se revelará mais tarde, à estrutura do universo e do Sistema Solar em particular, tal como simbolizado pela Santa Qabalah, o que será explicado no momento oportuno.

A ORIGEM DO TARÔ

A origem desse baralho é muito obscura. Algumas autoridades procuram fazê-la recuar aos antigos Mistérios Egípcios, outras tentam fazê-la avançar a uma época tão recente quanto o século XV, ou mesmo o XVI. Porém, o Tarô certamente existia desde o século XIV, sob o que pode ser denominado sua forma clássica, visto que baralhos dessa data ainda existem, e sua forma não alterou em nenhum aspecto considerável desde aquela época.

Na Idade Média, essas cartas eram bastante empregadas na adivinhação e cartomancia, especialmente pelos ciganos, de modo que era costume referir-se ao Tarô dos Boêmios ou Egípcios. Quando foi descoberto que os ciganos, a despeito da etimologia da palavra, eram de origem asiática, algumas pessoas tentaram encontrar a fonte do Tarô na arte e literatura indianas.

Não há necessidade, aqui, de adentrarmos qualquer discussão acerca desses pontos controvertidos. *


* Alguns eruditos supõem que a R.O.T.A. (Rota, roda) consultada no Collegium ad Spiritum Sanctum (ver o manifesto Fama Fraternitatis dos irmãos da Rosy Cross) era o Tarô.


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Manual Completo de Tantra, de Houzan Suzuki

O sexo é a atividade mais natural e comum para o ser humano. Mas resultará em perversão de todos os aspectos da vida caso fique assombrado pelos pensamentos eróticos, que transbordam das frustrações.
A ênfase não está em entregar-se aos prazeres sexuais, mas a abstinência não irá ajudar também. Se a necessidade sexual não puder ser satisfeita da forma correta, será como se tivesse um distúrbio alimentar.
Primeiramente, tanto para os homens quanto para as mulheres, o desejo sexual deveria ser totalmete satisfeito com um bom parceiro, antes de mergulhar na prazeirosa religião, indo a um aconselhamento ou meditando. Esse é um importante artifício.


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Kundalini Yoga ou O Livro Amarelo, de V. M. Samael Aun Weor

A adorável Mãe Kundalini é o fogo abrasador do Espírito Santo.
Ela é Ísis, Maria, Maya, Adonia, Insoberta, Rea, Cibele, etc., etc.
Ela tem milhares de nomes adoráveis. Ela é Amor.
A eletricidade, o magnetismo universal, a força cósmica, as leis de coesão e gravidade
planetárias, foram criadas pela Mãe de toda adoração.
Todos os planetas que brilham, cintilam e palpitam no inalterável infinito, repousam
no seio delicioso da Bendita Deusa Mãe do Mundo.
A Senhora da suprema adoração conduz suas crianças pela mão na perigosa Senda do
Fio da Navalha.
A Divina Mãe permanece enroscada três vezes e meia na Igreja coccígea.
A Senhora de toda adoração abre as sete Igrejas do Apocalipse da medula espinhal.
Devemos buscar a Mãe Divina no Templo−Coração.
A cruz da iniciação se recebe no Templo−Coração.
Só a adorável Senhora do Amor tem o poder de despertar as suas crianças, no seio
profundo do Espírito Universal de Vida.
A mente deve converter−se num lago sereno e sem tempestades, onde possa se refletir
todo o panorama do céu estrelado.
Quando a mente está quieta e em silêncio, então a Divina Mãe se alegra em nós. Essa
é a bem−aventurança.
A paz só se consegue com o controle da mente.
A pureza do pensamento conduz à perfeição do Yogue.
Devemos venerar os Mestres. Devemos fazer nossas práticas esotéricas cheios de
ardente fé.
Aqueles que têm fé convertem−se em seres inefáveis.
A sabedoria e o amor resplandecem na mente daqueles que alcançam o Samádhi, o
êxtase dos Santos.
Com este livro de fogo ardente, todos os nossos bem amados discípulos poderão
converter−se em verdadeiros Mestres do Samádhi.
Amadíssimos, subi pela senda da iniciação com suma prudência. Recordai que esse
caminho está cheio de perigos por dentro e por fora. Esta é a Senda do Fio da Navalha.
Bebei o néctar da imortalidade na puríssima fonte do êxtase. Trilhai a senda da
perfeita santidade.
A Divina Mãe tem o poder de abrir todos os chacras do corpo astral. Ela é a Senhora
de toda perfeição.
A Senhora de Perfeição mora nos elétrons.
Os sábios gnósticos meditam nela, os místicos a adoram, os enamorados a levantam
pelo canal medular.
Cuidai do vosso licor seminal. Evitai as poluções noturnas com o Arcano AZF.
Relaxai vossos músculos para a meditação, mantende flexível vossa coluna espinhal.
Bebei água pura. Levantai−vos na aurora. Recordai que o mel de abelhas é o alimento
da Fraternidade Branca Universal.
Comei frutas, grãos e plantas. Praticai a Meditação diariamente. Recordai que a
Meditação é o pão diário do Sábio.
O Livro Amarelo é um livro de Ocultismo transcendental e absolutamente prático.
Tendes aqui, amadíssimos, a yoga que se necessita na Nova Era Aquária. Sede
amáveis para escutar e bondosos para julgar.
Que vosso Pai que está em segredo e vossa Divina Mãe Kundalini vos bendigam.

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Liber CCCXXXIII: Liber 333 - O Livro das Mentiras, de Aleister Crowley

TRECHO:
O LIVRO DAS MENTIRAS,
o qual é também falsamente chamado
QUEBRAS,
os devaneios ou falsificações do único pensamento de
FRATER PERDURABO
(Aleister Crowley)
cujo pensamento é, em si mesmo, falso.
"Quebra, quebra, quebra / nos pés de tuas pedras, oh mar! / e eu pronunciaria / os
pensamentos que nascem em mim!".
COMENTÁRIO (Página do Título)
O número do livro é 333, como implicando dispersão, de modo a corresponder ao
título: "Quebras" e "Mentiras". De qualquer forma, o pensamento é, em si mesmo, falso e,
portanto, suas falsificações são relativamente verdadeiras. Por conseguinte, este livro consiste
em declarações tão verdadeiras na linguagem humana quanto possíveis.
O verso de Tennyson é inserido, em parte, por causa do trocadilho com a palavra
quebra e quebrar, e pela referência do significado da página do título; e, em parte, por ser
divertido para Crowley citar Tennyson.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago

Embora tenha sido o seu romance "Evangelho Segundo J.C." aquele que tanto escandalizou e incomodou tanta gente santa e que tanto imbróglio criou, foi com o "Ensaio sobre a Cegueira" que Saramago mais mexeu com a consciência colectiva, a diferença é que este romance não toca em crenças ou na Madre Igreja (Amém) e, agora, Saramago também já era um escritor consagrado e era certo a asneirola que Lara havia feito quando correu com ele.
Pois quem ler este romance, de certo se sentirá incomodado, pelo menos irá pensar um bocadinho.
Assim e no seu estilo, aliás, no seu melhor estilo, Saramago põe a nu a porcaria que é a nossa sociedade, cheia de invejas, hipocrisias e cinismo, onde nem os políticos são poupados.
Exemplar e genial são as referências que Saramago vai usando ao longo do romance sem que demos conta disso. Apenas sobressaem quando paramos para pensar no alcance da obra e é aí que facilmente identificamos alusões aos campos de concentração nazis, à visão bíblica sobre os cegos conduzindo outros cegos, à obra "Peste" de Eramus e também presente está a obra de Homero "Ilíada" aquando das constantes referências à mulher do médico, pondo-a na pele de Eneias. E é precisamente na figura da mulher do médico que sobressai a grande heroína de Saramago, poderosa cuja identidade com Blimunda ou Maria Madalena é clara e onde Saramago completa o seu trio de heroínas.
Por fim gostaria de referir uma frase de José Leon Machado que caracteriza na perfeição o romance: "O livro marca de tal forma o leitor que difícil será para este livrar-se da visão e do cheiro de tanta miséria e de tanta merda que, no fundo, caracterizam este mundo. Mundo que, para não a ver e para não a cheirar, constrói tapumes de cartão e espalha perfumes à volta".
Ilucidativo!

Memorial do Convento - José Saramago

José Saramago, enquanto pessoa, gera amores e ódios. De uma personalidade irascível, alia a sua experiência de vida ao seu pedantismo o que, com o status adquirido, o torna uma das maiores personalidade do panorama português dos sécs. XX e XXI.
Esse pedantismo a roçar por vezes o exagero, é transportada para a maioria das suas obras, onde e com uma mestria que lhe granjeia invejas, alia o seu dom de contador de estórias à de crítico de toda uma sociedade (fundamentalmente a portuguesa) e também ao da escrita ou, se quisermos, uma construção do texto e da narração inovadora e difícil de acompanhar.
Pessoalmente gosto e muito do Saramago crítico, não me identifico com a sua ideologia política nem compreendo, por vezes, as suas observações, mas e mesmo vivendo em Espanha, não se contenta com o rumo do nosso país e gosto especialmente quando ele resolve arrasar nos seus romances, como são os casos do "Ensaio sobre a cegueira" e "Evangelho segundo J.C.".
No entanto e desta vez, proponho-me opinar sobre o Memorial do Convento que é, quanto a mim, uma das Grandes Obras da literatura portuguesa do séc. XX, um portento de inspiração e de uma beleza artística apenas ao alcance dos Maiores.
Ler Saramago, como anteriormente referi, não é fácil. Porém à medida que começamos a compreender o seu estilo, a leitura torna-se fluída e todo aquele aglomerado de letras, aparentemente sem pontuação, deixa de ter importância, porque a pontuação está lá e o homem tem mesmo jeito para contar estórias.
Quanto ao livro:
Temos duas personagens principais que já correram mundo: Blimunda e Baltasar. Ela "Sete Luas" e ele "Sete Sóis", ela uma mulher que consegue ver os corpos à transparência quando em jejum e ele, um ex-soldado que regressa da guerra sem uma mão e quase sem alma, apenas o seu corpo lhe dá a aparência de ser humano.
Numa época dominada pela inquisição, um padre constrói ume estranho artefacto a que lhe chama Passarola e tenta convencer o rei que aquilo pode voar, esse rei (D. João V) bem tenta que a sua mulher, a rainha D. Maria Josefa, engravide, no entanto "se quiseres um infante, manda construir um convento" diz-lhe um monge e o rei, temente a Deus, faz nascer a principal figura do livro: O Convento de Mafra.
Acompanhamos então toda a construção e ao mesmo tempo as aventuras e desventuras dos personagens antes mencionados, para, no fim, ficarmos estupidificados com a surpresa que Saramago nos guarda. Já li o livro três vezes e fico sempre com um nó na garganta com as páginas finais.
Um livro que já deu uma ópera que e pelo que tenho lido, deve ser arrepiante, pois no fim existe um coro de padecimento e martírios...
Um romance extraordinário!

Bizâncio - Stephen Lawhead

Embora leia de tudo um pouco, os romances históricos são aqueles que fazem as minhas preferências, andando sempre em busca de mais e mais. No entanto não é fácil descobrir os bons escritores deste estilo, pois existem escritores (as) que têm fama e proveito mas, qualidade... escrevem de qualquer maneira, sem rigor literário e histórico.
Stephen Lawhead é daqueles que nasceram para escrever romances históricos!
Embora os seus primeiros livros se situassem na área do fantástico, é, com a obra composta por cinco volumes "Ciclo Pedragon" (Taliesin, Merlin, Artur, Pedragon e Graal) que alcança a celebridade e maturidade literária.
Quanto à obra que me proponho opinar: Bizâncio é um dos melhores romances históricos que já li e, a nível de rigor histórico, um dos mais perfeitos.
A história é contada na primeira pessoa por um monge que vive tranquilamente num mosteiro na Irlanda. Um dia, Aidan (o seu nome) é um dos escolhidos para fazer parte de um grupo que pretende deslocar-se à exótica Bizâncio para presentear o imperador romano com o belo e santo livro de Kells.
A partir desse embarque, excitantes e extraordinárias aventuras Aidan irá passar, uma autêntica odisseia desde as verdejantes colinas da Irlanda aos tenebrosos mares do Atlântico, das águas do Mediterrâneo aos desertos árabes. Dos Celtas aos Vikings, dos Romanos aos Árabes, Aidan colocará em causa a sua própria crença em Deus, conhecerá a tristeza e a alegria, a riqueza e pobreza, enfim, uma odisseia belíssima, brutal, onde conseguimos sentir toda aquela atmosfera desses períodos tão conturbados e bárbaros como dos anos 850 d.C.
Numa escrita viva, fluida, realista, Lawhead dá-nos uma obra fenomenal, historicamente rica, cheia de pormenores deliciosos sobre essas distintas civilizações que dominavam o Mundo. E é extraordinário que num romance longo (755 pág.) Lawhead consegue expor e interligar todos estes povos de uma forma correcta e inteligente.
Aidan mac Cainnech existiu na realidade, o seu túmulo pode ser visto na Capela dos Santos Padres, à sombra da Hagia Sophia em Bizâncio ou Constantinopla, actual Istambul. Esta é a estória da sua odisseia!

Maias (Os) - Eça de Queirós

Para mim é extremamente complicado falar, opinar sobre Eça de Queiróz e sobretudo sobre a sua obra prima "Os Maias" (como subtítulo: "Episódeos da vida romântica"), porque simplesmente por muito que fale, divague ou discuta, são poucas as palavras para exprimir o seu génio e a sua grandeza.
A minha paixão por Eça de Queiróz vem, ao contrário do que se poderia pensar, dos tempos de liceu quando fui obrigado a ler "Os Maias". Afirmo obrigado porque e naquela altura, andava mais interessado em obras de aventuras como "O conde de Monte Cristo" (grande obra), "Ivanhóe" ou aqueles livrecos de terror da colecção "Pêndulo". Bom, o suplício foi de pouca duração porque à 10ª página já eu me tinha apaixonado, sobretudo pela forma de escrita.
Desde essa altura, e já lá vãos uns anitos, já li o livro por mais três vezes, e o fascínio continua a ser o mesmo.
Quanto ao romance: Eça narra as aventuras e desventuras de uma família lisboeta ao longo de três gerações, onde a sociedade da época, com todos os seus defeitos e virtudes, é descrita de uma forma irónica, mordaz e bastante real, pois sabe-se que Eça era um homem profundamente realista, gostava de escrever o que via e sentia de uma forma coerente (pensou inclusivé em descrever a sociedade portuguesa ao longo de 12 romances). Assim, toca nas feridas da sociedade portuguesa da época (??), expondo toda a futilidade, a vaidade, o cinismo, a hipocrisia e o ridículo (tão actual!!)
É igualmente interessante focar a sublime ironia com que Eça narra alguns acontecimentos, nomeadamente uma situação entre o Eusebiozinho e Carlos da Maia ou as situações de João da Ega... soltei gargalhadas profundas.
Por falar em João da Ega, cada vez mais me convenço que Eça serve-se de Ega para se auto-retratar, pois atente-se como ele descreve João da Ega: "O esforço da inteligência (...) terminou por lhe influenciar as maneiras e a fisionomia; e, com a sua figura esgrouviada e seca, os pêlos arrebitados sob o nariz adunco, um quadrado de vidro entalado no olho direito — tinha alguma coisa de rebelde e de satânico".
A nível do texto literário, a forma como consegue sugerir as formas, as cores, as paisagens ou os cheiros, é simplesmente genial. A forma e a facilidade que descreve comportamentos humanos, onde facilmente nos apercebemos das alegrias, tristezas e do tédio. Recordo-me da descrição de Sintra... é estonteante, um concerto de beleza!
Claro que a história não se resume apenas à história de 3 gerações e dos costumes da sociedade. Mas peço desculpa a quem esperava uma descrição da estória dos "Maias", para mim, a beleza da obra está no que anteriormente referi.
Cada leitor sente o livro à sua maneira, tentei descrever a sensações que ele me provocou, mas e como referi logo de início, é muito difícil para mim opinar sobre esta grandiosa obra, porque tudo o que posso afirmar é pouco para exprimir o que senti.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Exposição de Gémeo Luís em Algés

Os desenhos de Gémeo Luís poderão ser vistos durante o próximo mês, na Galeria Municipal Palácio Ribamar, em Algés. É uma oportunidade a não perder, principalmente para mim, que perdi a exposição A boneca Palmira, no Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Barreiro, no final de Março.
Estarão expostos os originais dos livros O Quê Que Quem - Notas de Rodapé e de Corrimão (com texto de Eugénio Roda, Edições Éterogémeas, 2005, edição bilingue: português-inglês) e O Sam e o Som (com texto de Ana Saldanha e Basil Deane, Caminho, 2006, edição bilingue: português-inglês).
A partir de dia 29, sexta-feira. O site do ilustrador vale uma visita de degustação: http://www.gemeoluis.com/
Para todas as idades, crenças, tendências, ideologias. Para olhar, adivinhar, e desejar tocar (como uma criança...).

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Diz-me quem és, dir-te-ei o que lês em Cascais

Para o final, reservámos o atelier Diz-me quem és, dir-te-ei o que lês, a nossa jóia da coroa deste ano. Dos oito participantes, dois afirmaram peremptoriamente que não gostavam de ler nada, nem BD, nem jornais desportivos, nada! O outro elemento do grupo gostava de alguns livros, de aventura, mistério e policial.
Nos restantes cinco encontravam-se três raparigas repetentes, das quais duas já sabíamos que gostavam de ler, e dois rapazes que também eram leitores, embora algo envergonhados. Mas o desafio era conquistar aquele grupo de três rapazes, meio escondidos no fundo da mesa, desconfiados em relação a nós e ao que lhes levávamos. Depois de preencherem o perfil de leitor, que todos leram (é a vantagem de trabalhar com grupos mais pequenos), começou a escolha de objectos, imagens, excertos. E todos participaram. As reservas começavam a baixar. O auge, atingimo-lo quando desafiámos o grupo a fazer a correspondência entre os objectos, as imagens e os excertos, e os livros apresentados. Aí as vozes sobrepunham-se e os argumentos tentavam ir ao encontro do que imaginavam ser a narrativa. Foi bastante divertido.
Por ser um grupo de oito, pudemos manter esta ordem um pouco caótica, o que nunca acontece perante uma turma, em que somos nós a anunciar a correspondência e a verificar com o grupo se as suas escolhas iniciais correspondem ao livro escolhido.
Esta tarde ganhámos uma dinâmica em torno dos livros e dos participantes, e talvez seja esse o primeiro passo para desmistificar o acto de ler.

Ateliers em S. Domingos de Rana - balanço

Sábado estivemos na Biblioteca Municipal de S. Domingos de Rana para realizarmos o último atelier deste semestre. Apesar dos esforços, tinhamos geralmente poucos participantes, o que era profundamente incómodo para os presentes e infrutífero para os resultados que esperávamos obter. A nossa proposta inicial visava precisamente recordar o público que frequenta a Biblioteca, entre adultos e crianças, de que no primeiro sábado de cada mês, entre Março e Junho, haveria um atelier de Promoção da Leitura. Esperávamos assim criar alguma fidelização por parte de algumas famílias. Mas as datas começaram por nos trair, com a Páscoa, as consequentes férias escolares, e depois a época de testes no final do ano lectivo.
Em paralelo, a imensa dificuldade em mobilizar adolescentes para este tipo de iniciativa, sem estarem integrados num grupo escolar.
Por isso, estávamos bastante desanimados. Mas eis senão quando, no último atelier, contamos com oito participantes, entre os 12 e os 15 anos! Não sabemos qual a razão, sabemos apenas que dois pais resolveram inscrever os seus filhos e respectivos amigos. Terá esta adesão ficado a dever-se ao final das aulas? Ou ao tal hábito conquistado? Acabámos o ciclo de ateliers com novas ideias para apresentar, já que esta Biblioteca tem um imenso potencial a conquistar.

Noiva Prometida (A) - Bapsi Sidhawa

Bapsi Sidhawa tem aqui a sua estreia no campo da literatura e logo com um texto onde expõe a amargura das tradições patriarcais indianas e paquistanesas, países vizinhos mas tão iguais nas tradições, separados apenas pela vertente religiosa.

E é esse aspecto o primeiro que Sidhawa explora quando aborda, num género de intróito para as situações vindouras, dos terríveis acontecimentos de 1947 quando as terras férteis do Punjabe foram subitamente divididas entre o Paquistão e a índia, provocando uma enorme deslocação de refugiados que iam sendo apanhados em emboscadas que acabavam numa enorme chacina.

É assim que Qasim, homem das montanhas há muito emigrado nas planícies (e existe uma enorme diferença entre aqueles que habitam na montanha e aqueles que são das planícies) adopta uma órfã de 5 anos que encontra perdida após os seus pais terem sido mortos por guerrilheiros.

Inicia-se aí um périplo onde as tradições e mentalidades demonstram que a condição da mulher nesses países é inferior ao de qualquer animal, onde a mesma é negociada e trocada por vacas, ovelhas e dívidas monetárias, onde a honra masculina se lava apenas com sangue, independentemente do grau familiar, homem que toque em mulher alheia… já era.

Num espaço árido e perdido no tempo, no meio de nenhures, sentimos o quanto o ocidente se afastou daquelas mentalidades, o quanto estranho é para nós aquelas tradições que pouco evoluíram desde o paleolítico e é precisamente isso que nos choca, que nos faz pensar que por muitos vícios que o ocidente tenha, sempre é melhor viver no ocidente do que num país ou comunidade onde a humanidade não existe.

A escrita de Sidhawa está carregada de simbolismo numa clara tentativa de gritar ao mundo aqueles estranhos e desconhecidos costumes que escravizam todas as mulheres e as sujeitam aos caprichos dos maridos, sem qualquer apelo nem misericórdia.

domingo, 24 de junho de 2007

Equador - Miguel Sousa Tavares



"Equador" marca a estreia no campo do romance do conhecido jornalista Miguel Sousa Tavares, autor de mais alguns livros de sucesso, mas todos de contos ou crónicas.
Assim, neste seu primeiro romance, por sinal, um romance histórico que obriga sempre o autor a um estudo profundo e exaustivo da época e do meio que aborda (neste caso é muito bem conseguido), Tavares situa-nos em 1905 numa sociedade portuguesa que vive, sem o saber, os últimos dias da monarquia e é dominada por um viver mundano e de aparências, onde a pequena e alta burguesia não faz outra coisa que pavonear-se e falar da vida alheia. um pouco ao estilo do "nosso" Eça.
Tendo este contexto como pano de fundo, surge-nos a personagem principal, o jovem Bernardo Valença, que tendo herdado do seu pai uma quota maioritária num negócio de navegação, vive tranquila e confortavelmente, passeando o seu charme pelos clubes, soirés de S.Carlos e reuniões de amigos onde se discute um pouco de tudo, principalmente política. E é nesta inacção camuflada que o jovem Valença escreve uns artigos de opinião sobre a escravatura que fazem furor no meio intelectual de Lisboa e é precisamente devido a esses artigos que o mesmo recebe um convite do próprio rei D.Carlos para que se desloque a Vila Viçosa, onde e depois de um faustoso almoço, o rei convida-o para ser governador de uma pequena ilha desterrada no fim do mundo, disputada por outras potências marítimas e bastante rica em cacau: S. Tomé e Príncipe.
Da história não vou revelar mais nada porque aí o interesse poderia diminuir, mas posso adiantar que ainda mete amores, interesses sujos, jogos estratégicos, um cônsul inglês e a sua jovem e bela mulher, a cena de sexo mais sensual que alguma vez li (entre outras bem quentes...), enfim, um romance na verdadeira acepção da palavra.
Quanto ao texto literário: Li algures alguém que afirmava que "Equador" estava no mesmo patamar que os "Maias" de Eça. Claro que é um exagero e um pouco herege, mas sem dúvida que faz lembrar um pouco o notável romance de Eça. Vasco Graça Moura diz na edição que possuo "há vinte anos ou mais que eu não devorava um romance português como aconteceu com Equador" e eu afirmo: "tirando o Memorial do Convento, desde o falecimento de Eça que ninguém escrevia uma estória tão cativante como o fez Miguel Sousa Tavares". Exagero? Um pouco, mas a beleza da obra não está propriamente na sua escrita, embora fluída, é simples, eficaz e reflexo da profissão do autor.
A beleza do romance está no ritmo alucinante que imprime, está nas personagens muito bem conseguidas e inesquecíveis, está na forma como trata a mulher (linda de morrer! E expressa a profunda admiração que Tavares tem pelo sexo feminino), da sensualidade e da magia que nos consegue descrever e fazer sentir, dos odores, das sensações.
Um livro admirável, profundamente comovente e de um humanismo que nos deixa estarrecidos num paraíso terrestre.
Sem dúvida um dos melhores livros que li até hoje e, sem ferir suceptibilidades, um dos melhores da literatura portuguesa. Obrigatório mesmo para quem lê 1 livro por ano.
Um romance que devorei em dois dias (relendo muitas partes) e que no fim, me deixou uma sensação de vazio e muitas saudades.

Novos Mistérios de Sintra (Os) - Vários

Um dos factos que marcou, em certa medida, o ano de 2005 no panorama literário português, foi o lançamento de uma obra assinada por sete ilustres escritores(as) da nossa praça que, um pouco à semelhança do feito por Eça de Queirós e Ramalho Ortigão com o seu “Mistério da Estrada de Sintra”, tentavam ou tinham a pretensão de escrever uma história entre eles.

A premissa era simples: juntar um grupo de escritores (José Fanha, José Jorge Letria, João Aguiar, Luísa Beltrão, Mário Zambujal, Rosa Lobato Faria) que se disponibilizassem a colaborar em grupo no sentido de escreverem os novos mistérios de Sintra, sendo que e numa primeira fase existiu uma reunião para se estabelecer que género de história ou mistério se iria criar, depois, cada um escreveria um capítulo, outro continuaria e assim sucessivamente.

Interessante, no mínimo!

A história é, acima de tudo, sobre Sintra e o Palácio da Vila.Sendo uma história de mistério, ou seja, onde começa por acontecer algo de misterioso no palácio, começa por ser engendrado todo um trama rico em pormenores históricos e outros de cariz policial. Obviamente que nos apercebemos de vários estilos de escrita, pois essa acaba também por ser um dos objectivos da obra.

No entanto este é um livro que me decepcionou imenso.

Primeiro porque a coerência da história e a consistência da mesma tem imensas falhas, gralhas gritantes e personagens cujas personalidades vão sendo alteradas capítulo a capítulo e, quando se olha para os nomes dos escritores, não se percebe do porquê dessas incoerências (nem nada justifica), mesmo de falta de qualidade, saltando também à vista que eles não fizeram “pontos de situação” ao longo da obra.

Outro factor que não gostei foi o de, capítulo para capítulo, novos e mais enigmáticos pormenores vão surgindo, dando a clara sensação que um escritor queria deixar a sua marca com mais um condimento. Assim e às tantas, percebe-se a imensa dificuldade em começar a explicar factos e, para borrar ainda mais, muitos desses factos são estupidamente explicados, outros são socorridos de uma forma, digamos, sui-generis, outros ainda nem explicados são. E no final, parece que eles não se entenderam com o fim e resolveram escrever quatro finais, cada um mais ridículo que o outro, um grande disparate.

Penso que este tipo de exercício se torna engraçado e até seria bastante útil esta “troca” de escrita entre escritores, mas meus amigos, tem que haver alguma consistência nas intrigas criadas, tem de haver algum trabalho de revisão por parte de todos eles, e não de qualquer maneira, dando a sensação que o que interessava era publicar o livro, que a simples menção do nome destes escritores seria o bastante para vender e ser um sucesso. Não é, e penso mesmo que este é um projecto falhado e por culpa dos escritores e do editor.

Uma História Privada - Luísa Beltrão

Entre 1994 e 1997, Luísa Beltrão deu à estampa quatro volumes que intitulou “Uma História Privada”, respectivamente: “Os Pioneiros”; “Os Impetuosos”; “Os Bem-Aventurados” e “Os Mal-Amados”, tetralogia onde narra a história de uma família desde o início do Séc. XIX até aos nossos dias.

Iniciando com a partida de um jovem rapaz, em meados de 1800, para o Brasil em busca de uma vida melhor, Luísa Beltrão vai construindo uma narrativa poderosa e complexa, integrando-a sobremaneira nos variados acontecimentos políticos e sociais que vão surgindo. Assim, e quanto a mim um dos principais motivos de interesse desta tetralogia, acontecimentos relevantes como a Guerra Civil, a Revolução Liberal, o Constitucionalismo Setembrista, a Liderança de Costa Cabral, a Abolição da Escravatura, o Mapa cor-de-rosa, a Implantação da República, as Grandes Guerras, o Salazarismo, a vida nesse período que acabará por desencadear no 25 de Abril de 1974, época que abrange todo o 4º e último volume. Acontecimentos relatados de uma forma simples, mas pormenorizada e sobretudo relatados segundo a visão e mentalidade da época.

Embora as personagens sejam fictícias a partir do 3º volume, pois as personagens dos dois primeiros volumes são reais assentes em memórias da tia Graça, uma senhora com 100 anos, cuja mente está bem lúcida. Mas a escritora é bastante objectiva nos seus propósitos. Esta acaba por não ser uma mera história desta família, esta torna-se a História de qualquer família portuguesa, do que somos, da nossa mentalidade e do nosso destino.

Estamos perante uma reconstrução brilhante dos últimos duzentos anos da nossa História, no entanto não se pense que essa reconstrução é apenas de acontecimentos históricos.

O segundo grande motivo de interesse, é a reconstrução das mentalidades, da evolução das mesmas, sobretudo no que concerne à mulher, aliás, tenho a certeza que um dos grandes propósitos é a da expressão da evolução feminina na sociedade portuguesa, da emancipação das mulheres, até porque a maior parte dos grandes personagens desta tetralogia são, precisamente, mulheres.

A saga familiar de Luísa Beltrão é deveras tocante, contagiante e de leitura compulsiva. Facilmente deparamo-nos com situações familiares e situações que ouvimos aos nossos avós e pais. Tudo se desenrola de uma forma natural.

Os livros devoram-se com imenso prazer, ficando no fim um sentimento de saudade por termos de deixar aqueles personagens, mas e ao mesmo tempo, fica um sentimento de satisfação por termos conhecido em personagens vivas, a História recente do nosso país, dos nossos antepassados.

Uma obra-prima da literatura portuguesa, imprescindível, sem dúvida das melhores obras que li até à data e uma obra que nos ajuda a perceber quem somos e porquê o somos.

OPINIÕES POR TÍTULO - 158 Obras

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1001 Livros para Ler antes de Morrer


A

Afonso, o Conquistador

Águia do Império (A)

Alice no País das Maravilhas

Amante de Lady Chatterley (O)

Amor em Tempos de Cólera

Ana Karenina

Anjos e Demónios

Ano da Morte de Ricardo Reis (O)

Asteca (Orgulho e Sangue Asteca)

Aventuras da Cadeira dos Desejos (As)

B

Benevolentes (As)

Bizâncio

Brumas de Avalon (As)

C

Caçadores de Mamutes (Os)

Caim

Canção de Tróia (A)

Canto dos Pássaros (O)

Cão como nós

Carteiro de Pablo Neruda (O)

Casa dos Budas Ditosos (A)

Catarina de Aragão

Cem anos de Solidão

Cinzas de Ângela (As)

Clã do Urso das Cavernas (O)

Codex 632 (O)

Conde de Monte Cristo (O)

Cônsul Desobediente (O)

Contos de Andersen

Crime do Padre Amaro (O)

Crime e Castigo

Crónica de uma morte anunciada

Crónicas do Senhor da Guerra

D

Da História da Destruição de Tróia

Darwínia

David Copperfield

Demanda da Relíquia (Em)

Desgraça

Diário de Bridget Jones (O)

Dissolução

Dom Quixote

Drácula

Druidas

Duas Irmãs, Um Rei

E

Eça de Queiróz - A Vida Privada

Ensaio sobre a Cegueira

Ensaio sobre a Lucidez

Espada de Átila (A)

Estrada (A)

Evangelho Segundo Jesus Cristo (O)

Equador

Eu, Cláudio

Eu, Lucifer

Eurico, o Presbítero

Extraordinárias Aventuras da Justiça Portuguesa (As)

F

Fábulas de La Fontaine

Fantástica Aventura dos Anões da Lua (A)

Fio da Navalha (O)

Filha de Deus (A)

Filha do Capitão (A)

Filho de Deus

Filipa de Lencastre

Fogueiras de Deus (As)

Fúria Divina (A)

G

Guerra e Paz

Guerra dos Trono (A)

H

Hamlet

Homem Duplicado (O)

Hussardo (O)

I

Ilha do Tesouro (A)

Insaciável Homem-Aranha (O)

J

Jack, o Estripador

Jane Eyre

Jogador (O)

K

Kafka à Beira-Mar

L

Lista de Schindler (A)

Lixo

Lolita

Longa Caminhada (A)

Luz e Sombra

M

Macbeth

Madame Bovary

Maias (Os)

Mais Bela História da Terra (A)

Memória das Minhas Putas Tristes

Memórias do Livro (As)

Memorial do Convento

Meridiano de Sangue

Messias (O)

Meus Problemas (Os)

Mil e Uma Noites (As)

Mistério de Colombo Revelado (O)

Monte dos Vendavais (O)

Mulheres de Mozart (As)

Mulheres do Meu Pai (As)

Mundo é Curvo (O)

Museu Britânico Ainda Vem Abaixo (O)

N

Nação Crioula

Não há lugar para divorciadas

Não Sei Nada Sobre o Amor

Natal do sr. Scrooge

Noite do Tamarindo (A)


Noiva Prometida (A)

Nome da Rosa (O)

Nossa Senhora de Paris

Novos Mistérios de Sintra (Os)

Número de Deus (O)

O

Olhai os Lírios do Campo

Oliver Twist

P

Paixão em Florença

Pecado de Darwin (O)

Pêndulo de Foucault (O)

Pequenas Memórias (As)

Pequeno Livro do Grande Terramoto (O)

Perfume (O)

Perfumista (O)

Pilares da Terra

Planícies de Passagem

Portugal, Hoje - O Medo de Existir

Primo Basílio (O)

Processo das Bruxas de Salem (O)

Profissão de Carrasco (A)

Proibido

R

Rebecca

Rapaz Perdido (O)

Rei Lear

Relíquia (A)

Remorso de Baltazar Serapião (O)

Retrato de Dorian Gray (O)

Roma

Romeu e Julieta

S

Saga de um Pensador (A)

Sangue de Cristo e o Santo Graal (O)

Servidão Humana

Shalimar, o Palhaço

Sinos do Ano Novo (Os)

Sombra do Vento (A)

Sputnik, Meu Amor

Stonehenge

T

Terapia

Terra Bendita

Terror (O)

Tigre Branco (O)

Três Mosqueteiros (Os)

Trilogia de Nova Iorque

Trilogia Suja de Havana

U

Último Távora (O)

Um Amor em Tempos de Guerra

Um Deus Desconhecido (A)

Uma Campanha Alegre

Uma Criança Chamada Coisa

Uma História Privada

V

Vale dos Cavalos (O)

Vendedor de Sonhos (O)

Vida de Pi (A)

Vida num Sopro (A)

Vida Sexual de Catherine M.

Vinhas da Ira (As)

Viver para Contá-la

Viriato, o Filho Rebelde

Voz da Terra (A)

OPINIÕES POR AUTOR


A

Adiga, Aravind (1)

Agualusa, José Eduardo (2)

Aguiar, João (1)

Alegre, Manuel (1)

Andersen, Hans C. (1)

Anthony, Patricia (1)

Auel, Jean M. (4)

Auster, Paul (1)

B

Beltrão, Luísa (2)

Blyton, Enid (1)

Bradley, Marion Zimmer (1)

Brahie, André (1)

Charlotte Brontë (1)

Brontë, Emily (1)

Brooks, Geraldine (1)

Brown, Dan (1)

Brown, R. Lester (1)

Buck, Pearl S. (1)



C

Cardoso, Miguel Esteves (1)

Carroll, Lewis (1)

Cervantes, Miguel de (1)

Coelho, Catarina (1)

Coelho, Sofia Pinto (1)

Coetzee, J.M. (1)

Cornwell, Bernard (3)

Cornwell, Patrícia (1)

Corral, José Luis (1)

Cowell, Stephanie (1)

Cury, Augusto (2)

D

D.H. Lawrence (1)

Dacosta, Fernando (1)

Darnton, John (1)

Delarue, Jacques (1)

Dickens, Charles (4)

Dostoievsky, Fedor (2)

Du Maurier, Daphne (1)

Dumas, Alexandre (2)

Duncan, Glen (1)


E

Ecco, Umberto (2)

F

Fanha, José (1)

Faria, Rosa Lobato (1)

Faulks, Sebastian (1)

Fielding, Helen (1)

Flaubert, Gustave (1)

Flores, Francisco Moita (2)

Follet, Ken (1)

Fontaine, Jean La (1)

Ford, Michael Curtis (1)

Frígio, Dares (1)



G

Gil, José (1)

Graves, Robert (1)

Gregory, Philippa (2)

Gutiérrez, Pedro Juan (2)

H

Herculano, Alexandre (1)

Hugo, Vítor (1)



I

J
Jennings, Gary (1)


K

Keneally, Thomas (1)

L

Lawhead, Stephen (1)

Letria, José Jorge (1)

Littell, Jonathan (1)

Lodge, David (2)

Louro, Sónia (2)

Llymellyn, Morgan (1)



M

Mãe, Walter Hugo (1)

Machen, Arthur (1)

Magalhães, José Calvet (1)

Magalhães, Júlio (1)

Marquez, Gabriel Garcia (5)

Martel, Yann (1)

Martin, R.R. (1)

Maugham, Somerset (3)

McCarthy, Cormac (3)

McCourt, Frank (1)

Mccullough, Colleen (1)

Mestre, Joaquim (1)

Millet, Catherine (1)

Murakami, Haruki (2)

N

Nabokov, Vladimir (1)

Norton, José (1)

O

P

Pelzer, Dave (2)

Perdue, Lewis (1)

Pérez- Reverte, Artur (1)

Pinheiro, Júlia (1)


Q

Queirós, Eça de (5)

R

Rawicz, Slavomir (1)

Real, Miguel (1)

Ribeiro, João Ubaldo (1)

Rinaldi, Ann (1)

Rosa, Manuel da Silva (1)

Rufo, António Gómez (1)

Rushdie, Salman (1)


S

Sanson, C.J. (1)

Santos, Ana (1)

Santos, António Costa (1)

Santos, José Rodrigues dos (4)

Saramago, José (8)

Saylor, Steven (2)

Scarrow, Simon (1)

Shakespeare, William (4)

Sidhawa, Bapsa (1)

Skármeta, António (1)

Smick, David M (1)

Starling, Boris (1)

Steele, Eric J. (1)

Steinbeck, John (2)

Stevenson, Robert L. (1)

Stilwell, Isabel (1)

Stoker, Bram (1)

Suskind, Patrick (1)

T

Taponnier,Paul (1)

Tavares, Miguel Sousa (1)

Tavares, Rui (1)

Tolstói, Leon (2)


U

V

Vários (2)

Ventura, Maria Helena (1)

Veríssimo, Érico (1)

Vieira, Alice (1)



W

Welsh, Irvine (1)

Wilde, Oscar (1)

Wilson, Robert Charles (1)



X

Y

Z

Zafón, Carlos Ruiz (1)

Zambujal, Mário (1)

sábado, 23 de junho de 2007

O Profeta, de Gibran Khalil Gibran

O LIVRO “O PROFETA” – O QUE ELE REPRESENTA PARA GIBRAN

Gibran diz: “O Profeta é uma obra na qual eu penso há mil anos, é para mim um segundo nascimento e meu primeiro batismo, é o único pensamento que me torna digno de me por diante do sol. Esse profeta me colocou no mundo antes que eu tivesse concebido, ele me modelou antes que eu tivesse pensado em lhe dar forma e, enfim, ele me ordenou andar mudo no seu encalço, durante sete mil léguas, antes que ele parasse para me ditar suas tendências e suas intenções.”

O profeta cujo nome é Al-Mustapha, que significa “o bem amado e o eleito”, ora, “o bem amado” (que é também uma tradução da palavra Khalil) é um atributo dado a Abraão e, em seguida, a Jesus, enquanto que “o eleito” é um atributo de Maomé. O profeta de Gibran seria, então, o filho de todos os profetas do Oriente que o precederam?

Gibran tinha uma saúde muito frágil e, apesar disto, ele trabalhava com afinco, desenhava durante o dia e escrevia à noite. Seu coração fraquejou quando ele atingiu os 48 anos. Seu corpo foi transportado para o Líbano e enterrado num local escolhido anteriormente por ele: um antigo convento, situado ao pé da floresta dos cedros, pendendo para o vale santo, sua morada por toda a eternidade. Ali se encontra o Museu de Gibran, que reúne sua obra literária e artística.

Gibran influenciou de modo extraordinário a vida de milhões de pessoas, fazendo chegar ao mundo uma mensagem de reconciliação, de tolerância e de paz, de fraternidade, de perdão e auxílio mútuo, que devia ser a passagem da comunidade internacional para a aurora do terceiro milênio.

Em 1991, o Presidente George Bush declarou no seu discurso da inauguração do Memorial Gibran, na Avenida Massachusettts: “Este poeta escrevera um dia: ‘o amor é uma palavra luminosa, traçada por uma mão iluminada numa página de luz’ e, de minha parte eu digo: a mão é sua e nossos corações são a página sobre a qual esta palavra luminosa foi traçada”.
http://www.libano.org.br/pagina40.htm

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Bíblia Satânica, de Anton Szandor LaVey / Anton La Vey

Este livro foi escrito porque, com muitas poucas exceções, cada tratado e papel, todo secreto grimoire, todas as “grandes palavras” em cada tópico de magia nada mais são do que fraudes santificadas - culpa flutuando a esmo e esotérica linguagem inarticulada pelos crônicos de conhecimento mágico incapazes ou sem vontade de apresentar uma visão objetiva do subjetivo. Escritor após escritor, no esforço de apresentar os princípios da “magia branca e negra” teve sucesso em obscurescer o conjunto em questão tão prejudicialmente que o estudante de magia dá asas à estupidez empurrando uma prancheta sobre uma tábua de Ouija, ficando em pé dentro de um pentagrama esperando um demônio se apresentar a ele, flacilmente lançando I-Ching de modo pomposo como muitos antigos pretenciosos, escondendo cartolina para prever o futuro que perdeu qualquer significado, comparecendo em seminários para achatar o seu ego - enquanto faz o mesmo com a sua carteira - e em geral fazendo papel de tolo para si aos olhos daqueles que realmente conhecem.

O verdadeiro mago sabe que as estantes do oculto abundam de relíquias instáveis para alarmar mentes e corpos estéreis, jornais metafísicos de autoengano e inúteis livros de regras do misticismo oriental. Antigamente, o assunto da mágica satânica e filosofia foram escritos pelos olhos selvagens dos jornalistas do caminho da mão direita.

A velha literatura é o produto paralelo de cérebros ulcerdos pelo medo e frustração, escritos completamente desvinculados da assistência de quem realmente governa o mundo e quem, dos tronos infernais, dá gargalhadas de alegria.

As chamas do Inferno queimarão mais fortes incitadas por estes volumes de desinformação acumulada e falsa profecia.

Aqui você encontrará verdade - e fantasia. Cada um é necessário para o outro existir; mas cada um pode ser reconhecido pelo que é.

Aqui é conceito satânico de um verdadeiro ponto de vista satânico.

Os deuses do caminho da mão direita guerrearam e disputaram uma antiga época do Terra. Cada uma dessas divindades e seus respectivos ministros tentaram encontrar esperança em suas próprias mentiras. A idade de pedra do pensamento religioso pôs um tempo limitado ao grande plano da existência humana. Os deuses da esperança garganteada tiveram a sua saga, e seu milênio quase se tornou uma realidade. Cada um, com seu próprio caminho “divino” para o Paraíso, acusou o outro de heresias e falsa espiritualidade. O Anel de Nibelungen alcançou o curso derradeiro, mas somente porque quem o procurou pensou em termos de Bem e Mal - eles mesmos fazendo todo o tempo o Bem. Os deuses do passado se tornaram seus próprios demônios em condição de vida. Enfraquecidos, seus ministros jogam o jogo do demônio para encher seus templos e pagar a hipoteca dos mesmos. Aliás, eles têm estudado há tanto tempo a “honradez” e infelizes e incompetentes desastres fazem. Então, eles todos dão as mãos em unidade fraterna, e em seu desespero vão até Valhalla para seu último grande concílio ecumênico. “Uma apólice próxima da florescência do crepúsculo dos deuses.” “Os corvos da noite têm fluído adiante invocando Loki, que deixou Valhalla sem brilho com a marca do tridente do Inferno. O crepúsculo chegou. O brilho da nova luz nasceu da noite e Lúcifer ascendeu, uma vez mais para proclamar: “Esta é a época de Satã! Satã governa o mundo!” Os deuses da iniqüidade estão mortos. “Esta é o amanhecer da mágica e da esperança. A matéria prevalecerá e uma grande igreja será construída, consagrando o seu nome. Não muito distante, mostrará que a salvação do homem depende da sua própria contradição. E isto será revelado pela palavra da matéria e a vida será a preparação para todo e qualquer deleite eterno.


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sexta-feira, 22 de junho de 2007

Corpus Hermeticum + A Tábua de Esmeralda, de Hermes Trismegisto / Hermes Trimegistus / Hermes Trismegistus

Também conhecido por "Coleção Hermética" este livro é atribuído à Hermes Trimegistus, um semi-deus sincrético entre o deus grego Hermes e o deus egípcio Toth.

O livro atravessou a idade média por meio de traduções e influências de alquimistas sírios, arábes e coptas, mas chegou ao seu formato atual graças aos esforços de ocultistas durante a renascença.

O livro que chegou até nossos dias é constituido principalmente de textos gregos escritos nos primeiros séculos da era Cristã. Seu conteúdo forma a base na qual se sustenta as principais cripto-sociedades conhecidas hoje como "Ordens Herméticas".
http://www.mortesubita.org


Hermes e a Tábua de Esmeralda: Hermes Trismegisto (trismegisto = 3 vezes grande) é identificado como sendo o deus egípcio Toth, que é uma representação do Poder Intelectual. Referências a ele já existiam nos tempos do filósofo Platão, por volta do ano 400 a.C. Diz a lenda que os preceitos de Hermes foram gravados em uma esmeralda, o que deu origem ao nome Tábua de Esmeralda. Os preceitos e ensinamentos de Hermes pautaram o trabalho dos alquimistas, que em seus trabalhos faziam referências à Tábua de Esmeralda pelo seu nome latinizado, que é Tábula Smaragdina. São preceitos metafísicos bastante avançados, mas complexos, de forma que só eram compreendidos pelos Iniciados. Do nome de Hermes derivou o termo "hermético", e "hermetismo" , que significam "aquilo que é fechado, restrito". Algo que é hermeticamente fechado significa inacessível. Ensinamentos herméticos são restritos aos Iniciados e pessoas comprometidas com determinada área do Ocultismo.
http://www.tutomania.com.br/

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Um Dia na Índia

A Biblioteca Municipal de Cascais - São Domingos de Rana propõe, para o dia 23 de Junho, um conjunto de iniciativas sob o título Um Dia na Índia.
O programa de actividades é o seguinte:

- inauguração da exposição de fotografia Índia, da autoria de Ana Mouga Duarte. Este trabalho resultou de uma viagem que a autora realizou em 2006, período em que trabalhou como voluntária num projecto comunitário com crianças, utilizando, como ferramenta de comunicação, a pintura. Nessa viagem, Ana Mouga Duarte captou imagens das gentes, das suas tradições, do seu quotidiano. A exposição será inaugurada pelas 18.30 Horas e está patente até ao dia 14 de Julho.

- Atelier Um Dia na Índia, a realizar no dia de inauguração da exposição, para crianças entre os seis e os dez anos, orientado pela autora. Será realizada uma visita guiada à exposição, serão propostas várias brincadeiras com os diversos dialectos da Índia, aulas de yoga, de desenho e de pintura e serão lidos excertos do Ramayana (obras épicas).

Para informações sobre este programa, pode contactar a Biblioteca através dos seguintes contactos:
Telefone - 21 448 19 70

quinta-feira, 21 de junho de 2007

A leitura e os adolescentes- uma proposta II

Uma das compras de luxo da Feira do Livro foi o Dicionário do Diabo, de Ambrose Bierce e a edição é da Tinta da China. Só de olhar para a capa, deslumbra. E é bom que os adolescentes vejam livros distintos dos formatos que são produzidos para surtirem efeitos idênticos aos do genérico de séries como Morangos com açucar e Floribela.
Uma, senão a principal qualidade deste livro, é a inteligência. Inteligência do humor, inteligência da concisão. Razões para se poder apresentar um livro como este a adolescentes: é um dicionário, o que o distingue de uma obra de ficção, como dicionário que é tem inúmeras entradas, que podem ser consultadas separadamente. É um livro que não obriga o leitor a um ritmo que muitas vezes não deseja, mas que o pode prender a ponto de percorrer mais páginas do que previra inicialmente, sem disso se dar conta. Outra vantagem deste livro é que não é um produto de consumo rápido e esgotável. Pelo contrário, é um livro cuja releitura permite novas descobertas, novas interpretações, e até o desvendar de mistérios numa idade mais madura. Em suma, o grande argumento a favor da promoção deste livro junto dos adolescentes, é que é um livro que não se lhes destina, ou seja, é uma obra que se destina a todos os leitores, independentemente de catálogos exteriores ao acto de criação.

É um livro comprometido, que desafia a formar juízos críticos em simultâneo com o efeito de humor. E os adolescentes aceitam desafios.

Os Rubaiyat, de Omar Khayyam / Omar Khayyan

Omar Ibn Ibrahim El Khayyam nasceu em Nichapur, na Pérsia, em 1040 e morreu nessa mesma cidade em 1120.
Khayyam significa, em persa, fabricante de tendas; ele adotou esse nome em memória do pai que era fabricante de tendas.
Além de poeta Omar Khayyam foi matemático e astrônomo. Dos seus livros de ciência chegaram até nós o Tratado de Algumas Dificuldades das Definições de Euclides e as Demonstrações dos problemas de Álgebra. Em 1074, diretor do Observatório de Merv, fez a reforma do calendário muçulmano.
Rubaiyat é o plural da palavra persa rubai, e quer dizer quadras, quartetos. No rubai, o primeiro, o segundo e o quarto versos são rimados, o terceiro é branco.
Nesta “tradução”, não mantivemos a rima, nem a métrica “originais”.

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quarta-feira, 20 de junho de 2007

Plano Nacional de Leitura - actualização

Já está disponível a lista actualizada dos livros recomendados pelo Plano Nacional de Leitura. O 3º ciclo já está contemplado, pelo que podemos acompanhar a actualização da lista de livros recomendados no Programa de Português para leitura orientada na sala de aula, para 7º, 8º, e 9ºs anos, bem como uma lista de livros recomendados para leitura autónoma.
Aqui, tal como acontece com o 2º ciclo, os responsáveis pela selecção dos livros não quiseram pôr em causa os critérios do Ministério da Educação quando escolheu livros como Ulisses, de Maria Alberta Menéres, A vida mágica da sementinha de Alves Redol, O cavaleiro da Dinamarca; A árvore; ou O rapaz de bronze de Sophia de Mello Breyner, os Bichos de Miguel Torga, ou até o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente.
Mas acrescentam-se muitos livros de autores portugueses e estrangeiros, alguns dos quais destinados, pelo menos segundo o critério etário, a adultos. Este contributo é relevante para dissipar a fronteira entre o livro para adolescentes (como um produto próprio, com um discurso fechado) e o livro para adultos. Igualmente, é de louvar que estes títulos não se consignem aos clássicos e se tenha procurado novos autores e diversos textos.
Apresentar tal oferta de livros aos adolescentes permitirá aos professores conhecerem melhor não só as tendências do momento, como as características e os interesses de cada aluno, em particular.

O Dhammapada

O Dhammapada foi escrito depois da morte de Gautama Siddharta por seus alunos que se reuniram numa assembléia e juntaram o que haviam ouvido o Buda dizer. Em geral, mestre Dogen não fala do satori no capítulo do Shobogenzo que se chama "Arhat", satori sendo um termo do Budismo Mahayana, mas ele coloca o grande Arhat como sendo realmente o objetivo do Budismo, superando assim a diferença entre Hinayana e Mahayana, de forma elegante.
http://www.marcosbeltrao.net

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terça-feira, 19 de junho de 2007

Epopéias da Índia Antiga, de Swami Vivekananda

Swami Vivekananda é um símbolo! Este insigne filósofo hindu, patrono do Círculo Esotérico, empolgou a
assembléia no Congresso das Religiões, reunido em Chicago, no ano de 1893, quando perante ela, exclamou:
"Eu vi Deus e conheci a verdade".
Quando ainda jovem, com aquele espírito irrequieto de universitário, trazia a mente cheia de dúvidas
torturantes e, qual borboleta afanosa, procurava aqui e acolá o néctar da Verdade, para acalmar os tumultos
que lhe iam n'alma e cujo denominador comum é esta interrogação milenar que desafia a mente humana
através dos séculos: Existe um Deus?
Procurando a solução desse insondável enigma, o jovem intelectual penetrou os emaranhados arabescos das
filosofias e religiões do mundo, tendo alicerçado as suas incansáveis investigações na cultura ocidental em
que também abeberou o seu anseio de conhecimentos.
Não obstante, continuou insatisfeito e enriqueceu o seu patrimônio intelectual com os inúmeros estudos e
observações que realizou, sempre aguilhoado por aquele mistério inquietante, até que um dia teve a ventura
de defrontar-se com um famoso filósofo, que lhe iluminou o espírito, levando-o à solução do Arcano,
conforme teve oportunidade de declarar, mais tarde, como delegado ao Congresso das Religiões.
Fruto dos seus incessantes estudos é este trabalho que, com prazer, oferecemos ao leitor e que constitui uma
verdadeira revelação do pensamento, da vida, dos estranhos costumes da Índia misteriosa, consubstanciados
nas "Epopéias da índia Antiga", onde a fábula, aliada a uma filosofia profunda, surpreende-nos com as
belezas incomparáveis de suas analogias e a doce singeleza de sua narração, que chega até nós como o diluído perfume dos seus templos longínquos...
O autor esclarece aos ocidentais o sentido das fábulas que apresenta, tendo tido a feliz cautela de estabelecer
confronto entre a natureza do espírito oriental e a do ocidental.
Desse cometimento deflui a vantagem de ficarmos conhecendo o pensamento que norteia o povo hindu,
principalmente sob o ponto de vista religioso:
“Nós, os hindus, como os cristãos, cremos em um Deus individual; nós, porém, vamos além e cremos que
somos Ele, isto é, que se manifesta em nós e que vivemos e estamos em Deus.
"Cremos que há um fundo de verdade em todas as religiões e a todas respeitamos. Porque a verdade neste
mundo é encontrada por adição e não por subtração.
"Quiséramos oferecer a Deus um ramo das mais formosas flores de todas as Religiões!" (Um dos ideais do
Círculo Esotérico).
Este, um dos admiráveis trechos que o leitor terá o prazer de apreciar, dentre os muitos com que o autor nos
brindou nesta obra que, sem exagero, podemos considerar como um admirável resumo da vida filosófica e
religiosa da Índia antiga.
Quando Grécia e Roma ainda não haviam despontado na história, como partícipes dos povos cultos, à sombra
do Himalaia floresciam brilhantes civilizações, que legaram aos pósteros os primeiros vestígios da filosofia e
as primitivas tradições religiosas.
Mas, não antecipemos, a fim de não furtarmos ao leitor o ensejo de saborear o que se desenvolve através
destas páginas, assegurando-lhe que delas colherá ótimos frutos, conhecendo os esplendores que se acham
ocultos no Ramayana, no Mahabharata, no Bhagavad Gita...
Onde, porém ficamos extasiados ante o espírito sereno e elevado do autor, aliás tão seu característico, é no
capítulo em que analisa a missão dos Grandes Instrutores: Krishna, Buda, Cristo, Ramakrishna,
demonstrando que a missão desses Irmãos Maiores foi originária de uma única Ponte, da qual partiram como
arroios de luz, para iluminar determinada face do globo, a fim de reerguer o espírito humano, prestes a
mergulhar nas trevas.
Se profunda foi a análise que fez de outros Instrutores, mais extensa e minuciosa foi a que versou sobre
Ramakrishna, seu Mestre, com quem privou durante longos anos, tendo a Ventura de receber os mais altos
ensinamentos, pessoalmente ministrados por esse grande pensador legando-nos, no presente trabalho, a
singela beleza de sua vida e de sua filosofia.
É, pois, com profunda reverência que evocamos o nome do autor, neste prefácio, e com imenso prazer que
entregamos ao caríssimo leitor estas páginas sadias, cônscios de termos dado mais um passo na senda dos
que escolheram a missão de servir.

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