sexta-feira, 27 de julho de 2007

Arte da Leitura... na Quinta do Conde - balanço

A experiência no pólo da Quinta do Conde permitiu-me tomar contacto com uma realidade muito especial: o Concelho de Sesimbra tem muitas mães não trabalhadoras que acompanham os filhos nas suas diversas actividades e por isso estão em alerta constante relativamente a novas informações que as ajudem na sua tarefa pedagógica.
Por isso foi possível a realização desta acção durante a semana. Estiveram presentes sete adultas na 1ª sessão (quatro mães, uma avó e duas primas). Hoje faltou apenas uma participante, pelo que contei com seis adultas, cinco crianças entre os quatro e os seis anos, e uma de dois. A média de idades das crianças era bastante baixa, já que nenhuma delas sabia ler. A sessão dedicada aos adultos foi produtiva, especialmente porque as participantes expressaram claramente que procuravam adquirir novas estratégias para trabalharem o livro.
Hoje, tentei apresentar uma oferta diversificada de livros para as crianças. Em conjunto com as adultas, exploraram-nos e produziram juízos a seu respeito. As adultas tentaram centrar os pequenos nos exercícios, apesar das dificuldades que todas começámos a sentir no segundo terço da sessão. No entanto, as crianças responderam muito bem às estratégias de previsão e mostraram muito à vontade na relação com o livro e as estruturas narrativas. Para isso contribui certamente o facto de todas serem frequentadoras assíduas da biblioteca, participando nas horas do conto e nos ateliers que a Biblioteca desenvolve semanalmente.
Será interessante analisarmos o desenvolvimento destas crianças e o evoluir da sua relação com o livro. É muito possível que a equipa da biblioteca esteja a formar uma geração leitora, que associa a leitura a um ambiente muito afectivo, de encontro e partilha, não só com as téncicas da biblioteca (que são muito queridas por todas), mas também com as mães e com as amigas que as acompanham.
É por isso fundamental continuar este trabalho ao longo do seu crescimento. Essa é uma das preocupações das mães, que temem um afastamento das suas filhas a partir do ingresso no primeiro ciclo. Cabe a toda a comunidade fazer um esforço no sentido de prolongar esta experiência ao longo do tempo, para que permaneça sempre no coração de todas, como elemento congregador de memórias e identidade.

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