Uma das directrizes do Plano Nacional de Leitura era o de fazer chegar aos alunos do 1º ciclo o número suficiente de exemplares do mesmo livro, de forma a que pelo menos houvesse um por cada dois alunos, por turma.
Estava muito curiosa acerca da utilização desta nova ferramenta e hoje, na segunda sessão de sensibilização para a leitura para mediadores, na Ericeira, a Célia, mãe e prof. do 1º ciclo, saciou parte da minha curiosidade com a partilha da sua experiência.
Num primeiro momento, e por ter uma turma de 1º ano, considerou que talvez fosse mais útil ter uma maior diversidade de livros em vez de muitos exemplares, mas tal não era possível. Começou então a fazer a leitura em voz alta das histórias permitindo aos alunos terem o livro. E os resultados têm sido muito positivos. As crianças entusiasmam-se com as ilustrações, sentem o desafio de tentarem acompanhar a leitura, uns com mais facilidade, outros parcialmente, através de palavras que já descodificam, ou através da relação que estabelecem entre as imagens e o texto. Esta proximidade permite às crianças aprofundarem a relação afectiva com o livro numa fase de encantamento com o acto de ler. Por isso, a possibilidade de levarem os livros para casa, a partir do serviço domiciliário da biblioteca da escola (EB1 da Ericeira), não se restringe a um único exemplar, podendo assim o par negociar quem leva o livro primeiro, e por quanto tempo. Pelo que a Edite, responsável pela biblioteca, nos contou, o contágio é imediato, e a turma ruma à biblioteca em busca do mesmo livro. O facto de existirem vários exemplares permite uma partilha e uma cumplicidade entre os alunos, que se sentem mais próximos por fazerem as mesmas escolhas. Esta dinâmica é extremamente saudável e enriquecedora, quer ao nível da sociabilização do livro, quer no que respeita a criação de memórias afectivas, essencial na estruturação da criança como leitora.
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