A maioria dos alunos lembrava-se da minha visita. Começavam por recordar o exercício de escrita criativa sobre os sentidos, depois era a vez dos livros. Não se lembravam de muitos títulos, mas sempre nomeavam um ou outro, ou até enunciavam o tema da narrativa.
Dos três grupos, há que destacar o 8º B, com duas alunas que leram dois dos livros apresentados (Uma argola no umbigo; O Diário secreto de Adrian Mole); e outras duas que leram um (Crónicas de Spiderwick; Uma argola no umbigo). Houve ainda quem mostrasse interesse em ler Dentro de mim e Trisavó de Pistola à cinta. Também no 8º A os alunos identificaram os dois livros que também tinha levado no ano passado, e uma aluna tinha lido As crónicas de Spiderwick. Fiquei por isso mais convencida de que a continuidade destas acções é importante para criar memórias sociais em torno dos livros nesta fase de afastamento ou indiferença relativamente à leitura. Mesmo aqueles que são preguiçosos queriam ouvir as histórias do menino Nicolau ou do Sonhador. E têm assim a oportunidade de contactar com outra pessoa, para além da Célia, que todos conhecem da Biblioteca, e dos professores, que trabalha com livros e gosta de ler. Mesmo que ainda não consigamos transformar estes adolescentes em leitores, garantimos que quando chegarem a adultos, e até quando se tornarem mediadores de leitura dos seus filhos, não verão o livro com a mesma indiferença e desprezo que as gerações anteriores. Não ser leitor poderá representar apenas uma opção individual, e não uma recusa quase ideológica, e isso será já um avanço.
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