Os ateliers correram bem, os alunos aderiram aos desafios, e creio que neste momento o Diz-me quem és, dir-te-ei o que lês é um bom sucessor do Ver para Crer. Ontem encontrei três turmas, duas das quais difíceis, de alunos com problemas de comportamento. Foi difícil fazer-me ouvir. Contudo, à medida que relacionava os livros com os objectos, as imagens e os excertos, os grupos iam demonstrando mais curiosidade e participavam no jogo, tentando adivinhar as correspondências. As escolhas não foram totalmente desadequadas. As brincadeiras do menino Nicolau foi o livro mais votado, o que era esperado por ter histórias pequenas, frases curtas e uma ironia próxima deste público menos interessado. Mas houve surpresas, com uma das turmas a votar em grande número em Oliver Twist e outra em A biblioteca mágica.
Hoje, dos quatro grupos, três tinham alunos conhecidos, tal como se esperava. O diálogo foi mais fácil, pelo comportamento geral, mas o interesse não esteve sempre num nível muito alto. A dinâmica do atelier permitiu, apesar disso, que os alunos se envolvessem, alvitrassem hipóteses diegéticas, e tomassem partidos. Creio por isso que este atelier permite dar a conhecer novas obras, e obrigar os adolescentes a confrontarem-se com os seus comportamentos de leitores/ não leitores bem como com as suas preferências individuais relativamente às opiniões maioritárias dos grupos.
Estou satisfeita com os resultados imediatos.
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