sexta-feira, 25 de julho de 2008

A Quinta dos Animais

A Quinta do Animais, em Portugal mais conhecido por O Triunfo dos Porcos, é uma obra de George Orwell, que através do recurso a uma parábola faz a critica ao sistema totalitário comunista da União Soviética, através do recurso à vida numa quinta após a expulsão dos humanos do seu controlo.
Este livro é genial. O autor conseguiu de uma forma quase perfeita recriar a revolução soviética e o regime comunista que aí vigorou a partir de 1917, apenas com o recurso a animais.
Os animais desta quinta são verdadeiros personagens tipo, sendo que cada espécie representa uma classe hierárquica do regime soviético: os porcos, a classe dirigente; os cães, a polícia política; as ovelhas, os seguidores obtusos; os restantes animais, os trabalhadores que paulatinamente se transformam em escravos.
A parábola não poderia estar mais bem conseguida. Efectivamente, quem conhece a história sabe que o regime comunista soviético transformou uma revolução socialista numa ditadura totalitária, onde a propaganda era utilizada para camuflar a verdadeira realidade económica e social, onde o trabalho abundava ao contrário das expectativas criadas, onde a polícia política perseguia todos os que se manifestavam contra o regime, onde aqueles que opinavam de forma contrária, eram afastados, perseguidos e culpados de todos os falhanços, onde o líder eram adorado como um herói, onde a classe dirigente vivia na opulência e o povo na penúria e onde a realidade era transformada e alterada consoante a vontade dos dirigentes.
Apesar de ter sido escrito durante a Segunda Guerra Mundial, este livro releva já uma enorme noção da realidade do regime soviético e apesar de ser contrária à moda da altura, revela uma lucidez fenomenal.
Não há forma de escapar à obra de Orwell. Este livro segue a mesma linha do 1984, profundamente ideológica e política e surge-nos como um alerta para a realidade que por vezes tende a fugir debaixo dos nossos pés à medida em que nos habituamos a conviver com a liberdade e com a democracia.
Esta é uma obra que não poderíamos deixar de aconselhar e mais ainda, recomendar.

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