sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O Exército Perdido

Autor: Valerio Massimo Manfredi
Título Original: L'Armata Perduta (2008)
Editora: Porto Editora
Páginas: 448
ISBN: 978972004188
Tradutor: José J.C. Serra

Sinopse
Xenofonte não foi apenas o biógrafo de Sócrates, foi também o comandante militar da famosa Retirada dos Dez Mil. Esta é a sua história - e a história de uma mulher que, por amor, tudo abandonou...

A vitória não é o único caminho para a glória. Ano 401 a.C. - Trinta anos de guerra entre Esparta e Atenas levaram a Grécia ao limite das suas forças. Nesse momento de profunda crise, Ciro, irmão do imperador persa Artaxerxes, decide reunir um enorme exército de mercenários gregos, que passará à História como o "Exército dos Dez Mil". Ainda que tenha anunciado que o seu propósito era combater tribos rebeldes, o verdadeiro objectivo desta marcha de três mil quilómetros continua a ser um dos grandes enigmas da Antiguidade. Depois da morte de Ciro numa batalha, os mercenários ficaram abandonados à sua sorte num território que lhes era hostil. Pouco depois, os chefes gregos seriam aniquilados numa emboscada. Xenofonte, um culto guerreiro ateniense, toma o comando da fracassada expedição e empreende o regresso à pátria. A seu lado, sempre, uma figura de mulher: Abira, a jovem que tudo abandonou para o seguir.

O Exército Perdido narra a épica aventura dos Dez Mil e, simultaneamente, a história de um amor incondicional que nunca vacilou diante das maiores adversidades.

Opinião
"O Exército Perdido" é um retrato fiel, e como o próprio autor refere, verosímil, da famosa jornada levada a cabo pelo Exército dos Dez Mil, no início do séc. V a.C. O jovem príncipe persa, Ciro, contrata 10.000 soldados e mercenários para conquistar destronar o seu irmão Artaxerxes, Rei dos Persas. Nesta expedição militar, encontrava-se também Xenofonte, um grego que, durante os dois anos em que o exército existiu, escreveu um diário no qual relatou todos os acontecimentos e locais por onde passou. Este diário é uma das mais famosas obras gregas, a Anábase.

O livro é-nos contado na primeira pessoa por Abira, em analepse, uma vez que no início do livro Abira já voltou das suas aventuras, depois de ter acompanhado o percurso do Exército dos Dez Mil, por amor a Xenofonte. É pela voz dela que conhecemos não só Xenofonte e as grandes figuras daquele grande exército, mas também o soldado anónimo e as mulheres, constantemente esquecidos na história.

O relato do percurso do exército é extremamente detalhado, bem como de todos os recontros e lutas com tropas persas e outros inimigos que iam encontrando pelo caminho. O livro é também fértil em intrigas políticas, e aqui o autor apresenta explicações prováveis para factos omissos ou suspeitos. Apesar de algo romanceado, especialmente pela presença de Abira, este livro aproxima-se mais de um relato histórico do que propriamente de uma obra de ficção. Confesso que estava à espera de um maior desenvolvimento a nível de personagens, mas compreendo a opção do autor. E depois, como amante da história que sou, gostei de saber mais sobre a história deste exército, tendo o livro servido de ponto de partida para algumas pesquisas que fiz acerca da época e das personagens históricas retratadas. Nota-se a pesquisa que esteve por detrás da composição deste livro, sendo que na Nota do Autor, no final do livro, este nos revela que fez inclusivamente 3 expedições científicas para reconstituir o itinerário do exército.

Resumindo, foi uma boa leitura, especialmente recomendada para quem gosta de romances históricos e se interessa por este período da história.

7/10 - Bom

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