R- Representa o segundo romance, que é muito mais difícil do que o primeiro. Representa, também, o revisitar, mais uma vez, memórias que guardo de outros lugares onde vivi, neste caso, Nova Iorque. E, por último, julgo que representa a minha adequação, não a um estilo, mas a um género literário, e a confirmação de que tudo o que escrevo tem origem no mesmo lugar - a vida presente insidiosamente contaminada pelo passado, o futuro incerto.
2-Qual a ideia queesteve na origem do livro?
R- A ideia ocorreu-me quando ainda estava em Nova Iorque, e era muito simples: e se um fadista português, nos anos sessenta, fosse parar a Nova Iorque por alguma razão? Tentei escrever apenas esta história, mas faltava-me algo. Faltava-me um narrador. Então peguei um pouco naquilo que fui - um estudante com pouco dinheiro - e juntei-o à equação. Ao narrador juntou-se uma personagem feminina, ao fadista um antagonista, e acabou por se tornar uma história muito mais complexa do que a ideia inicial. Ainda bem.
3- Falando no futuro:o que está a escrever neste momento? Estou a escrever um romance que tem vários nomes porque ainda não consegui decidir-me. Passa-se no princípio dos anos noventa, em Brooklyn, e envolve um toxicodependente em recuperação e um rapaz numa cadeira de rodas. Mais não conto!
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