1-O que representa, no contexto da sua obra, o livro «Aonde o Vento me Levar»?
R- O mais cauteloso será, talvez, dizer que este é só mais um livro e deixar as conclusões para os eventuais eleitores. Posso, em todo o caso, acrescentar que “Aonde o Vento me Levar” aprofunda a reflexão sobre o papel da Literatura que estava presente, por exemplo, nos anteriores “Os Fantasmas de Pessoa e “Os Olhos do Homem que Chorava no Rio”. Trata-se, agora, de encarar a Literatura como uma busca deliberada, uma investigação empenhada de um sentido para as coisas do mundo. No fundo, trata-se de assumir uma tripla impossibilidade: a de escrever o livro perfeito, a de encontrar o mundo perfeito e a de viver o amor perfeito.
2-Qual a ideia que esteve na origem do livro?
R- Não houve propriamente uma ideia única, mas um conjunto de notas, personagens e reflexões dispersas e isoladas, as quais, a dado momento, começaram a adquirir consistência e uma lógica própria. Os vários fragmentos como que se encaixaram e se afeiçoaram à ideia de um livro escrito como uma viagem sem rumo. O título “Aonde o Vento me Levar” acaba, assim, por fazer a síntese possível da tripla busca empreendida: a do sentido do mundo, a do sentido das relações entre as pessoas e a do sentido da literatura.
3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Nada.
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