quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Sathya Sai Vahini - O Fluir da Divina Graça de Sathya Sai, de Bhagavan Sri Sathya Sai Baba

TRECHO:
QUERIDO BUSCADOR!
Bhagavan anunciou a Si mesmo como o Divino Professor da Ver-
dade, da Beleza e da Bondade. Pelo ensinamento e pelo exemplo,
através de Seus escritos e discursos, cartas e conversações, Ele está
incutindo a suprema sabedoria e instruindo toda a humanidade
para a vida correta, a paz interior e o amor universal. Quando o
Ramakatha Rasa Vahini, o autêntico e singularmente doce fluir da
história de Rama, foi relatado na íntegra, em capítulos, na Sanathana
Sarathi1, Bhagavan abençoou os leitores com uma nova série que Ele
chamou de Bharatiya Paramartha Vahini — O Fluir dos Valores Espiri-
tuais Indianos. Enquanto esses preciosos ensaios a respeito das ver-
dades básicas, que promovem e alimentam a cultura indiana, desde
tempos anteriores à própria história, estavam sendo publicados,
Bhagavan decidiu continuar com o fluir da iluminação e instrução
sob um nome mais abrangente e significativo, Sathya Sai Vahini — o
Rio Ganges dos Pés de Lótus do Senhor — “O Fluir da Divina Graça
de Sathya Sai”. Este livro, portanto, contém os dois Vahinis que se
fundiram em uma única corrente principal.
Inaugurando esta série, Bhagavan escreveu, para publicação na
Sanathana Sarathi: “Movido pelo anseio de esfriar o ardor do con-
flito e mitigar a sede agonizante por ‘conhecimento a respeito de si
mesmo’ que os aflige, vejam, chega agora O Fluir da Divina Graça de
Sathya Sai — Sathya Sai Vahini, onda após onda, tendo a Sanathana
Sarathi como o meio entre vocês e Eu.” Com infinita compaixão, esta

1. O Eterno Condutor, revista a mensal publicada em Prasanthi, desde 1957. No
Brasil, a partir de fevereiro de 2007, ela está sendo publicada no site da Organiza-
ção Sai do Brasil. (Organização Sri Sathya Sai do Brasil www.sathyasai.org.br)

encarnação Sathya Sai da Vontade Suprema está dando, a milhões
de pessoas em todos os lugares, a libertação da doença, do aban-
dono e do desespero, dos narcóticos, do narcisismo e do niilismo.
Está encorajando aos que sofrem de depressão por voluntária ceg-
ueira a acender a Lâmpada do Amor para verem o mundo e a Lâm-
pada da Sabedoria para verem a si mesmos. “Este é um mundo tan-
talizante verdadeiro-falso; sua aparente diversidade é uma ilusão; ele
é UNO, mas é visto pela visão múltipla e deformada dos humanos
como Muitos”, diz Bhagavan. O livro é a Lâmpada gêmea que Ele
criou para nós.
O Senhor Krishna retirou Arjuna da depressão para onde ele levou
sua mente, no exato momento em que o dever o chamou a ser ele
mesmo — o famoso guerreiro, preparado e ansioso por lutar a favor
do correto e contra o mal. Krishna efetuou a cura lembrando-o do
Atma (a Alma) que era sua realidade e do fato de Ele e Arjuna serem
o mesmo Atma. Bhagavan diz que também temos a tendência de
sermos muito facilmente capturados “nas espirais da inteligência e
nas malhas da lógica dialética. A chave do sucesso no empreendi-
mento espiritual (e o que vale a vida se ela não é dedicada a esse
elevado empreendimento?) é a investigação filosófica e o progresso
moral, ambos culminando na consciência do Atma, a fonte e a soma
de toda a energia e atividade que existem.” Todos nós somos motiva-
dos pelo medo, dúvida e apego como Arjuna o foi. Todos hesitam na
encruzilhada entre isto e Aquilo, a onda e o oceano.
Mas, criados à Sua Imagem, somos “o milagre dos milagres”. Bhaga-
van diz, “O que não estiver no homem não estará em nenhum lugar
fora dele. O que estiver visível fora dele nada mais é do que um re-
flexo grosseiro do que realmente está dentro dele”. “O Atma é livre;
ele é Pureza; ele é Plenitude; ele é ilimitado; seu centro é o corpo, mas
sua circunferência está além do além”. “Ao homem foi concedido um
super-intelecto que pode reconhecer a existência do Atma, que pode
lutar para trazê-lo à consciência e ter sucesso nisto”.
Todavia, pouquíssimos são suficientemente humanos para pro-
curar saber quem são, por que estão aqui, de onde vieram e para
onde irão a partir daqui. Eles se movem com nomes temporários,
envoltos em corpos transitórios, em permanente mutação. Assim,
Bhagavan nos conclama: “Ouçam! Filhos da Imortalidade! Ouçam!
Ouçam a mensagem dos rishis (sábios) que possuíam a Visão da Mais
Majestática Pessoa, o Purushottama, o Principal e o Primeiro que está
além dos reinos da Ilusão e da Desilusão. Oh, seres humanos! Vocês
são, por natureza, eternamente plenos. Vocês são, em verdade, Deus
se movendo na Terra. Há maior pecado do que serem chamados
‘pecadores’? Quando aceitam esta designação, estão se difamando.
Ergam-se! Abandonem o sentimento humilhante de que são ovelhas.
Não se conformem com tal idéia. Vocês são o Atma. Vocês são gotas
Divinas e Imortais de Néctar da Verdade Imortal (amrita), da Beleza,
da Bondade. Vocês não têm nem princípio nem fim. Todas as coisas
materiais são suas escravas; vocês não são escravos delas, como imag-
inam agora.”
Bhagavan diz, “Através da prática incessante da Verdade, da Ação
Correta e da Firmeza, a Divindade adormecida no indivíduo deve ser
induzida a se manifestar na vida diária, transformando-a na alegria do
verdadeiro amor”. “Conheçam a Realidade Suprema; respirem-Na,
banhem-se Nela, vivam Nela, assim Ela se tornará inteiramente vocês e
vocês se tornarão plenamente Ela”. Um objeto material não se exprime
por si próprio ou svatah prakasha. Ele depende completamente da
capacidade de conhecimento ou chit-shakti do Atma individualizado
para sua manifestação ou prakasha. O mundo relativo dos objetos é
dependente da consciência relativa do Jivi ou Atma individualizado.
Quando o objeto é escrutinado e a verdadeira base da pluralidade é
compreendida, Brahman, o Ser Supremo, como o Primeiro Princípio,
é aceito como uma necessidade lógica. Posteriormente, quando o
controle dos sentidos, a limpeza da mente, a concentração e o silên-
cio interno são obtidos, o que surgiu como uma necessidade lógica
aparece na consciência purificada como a Vontade Impessoal Positiva
Permanente (Prajñanam Brahma), cuja expressão é tudo isto.
O Fluir da Divina Graça de Sathya Sai — Sathya Sai Vahini nos revela,
em termos inconfundíveis, que o ser no homem “não é outro senão o
Ser Supremo ou Deus”. Afirma para nós que isto é verdadeiro, não so-
mente para a humanidade como também para todos os seres, em todo
e qualquer lugar! De fato, “A Vontade causa esta multiplicidade irreal do
Cosmos no Uno que Ele é. Ele pode, pela mesma Vontade, acabar com
o fenômeno.” “O Ser (Deus) está por trás do vir-a-ser e o vir-a-ser se funde
no Ser. Esse é o Jogo eterno”, diz Bhagavan.
Como Bhagavan escreve, “o objetivo supremo da educação, o mais
elevado propósito da instrução, é nos ajudar a nos tornarmos con-
scientes do imanente Impessoal Universal.” Sathya Sai, em Seu papel
como o Professor dos Professores, está nos instruindo aqui para esta
suprema aventura da alma. Buscadores trilhando este caminho têm
Nele um guia e guardião compassivo, pois Ele é a personificação da
própria Vontade que planejou o Jogo.
Enquanto somos levados, através do vale deste raio de luz – vahini,
pelas mãos de Bhagavan, Ele nos exorta a admirar, apreciar e adorar
os videntes e sábios de muitas terras que foram pioneiros neste cam-
po e estabeleceram limites e fronteiras, disciplinas e práticas pre-
paratórias para suavizar a senda e acelerar a descoberta da Verdade. Ele
escreve sobre os Vedas e textos espirituais posteriores, sobre as Formas
de Veneração que sobreviveram ao teste de séculos de leal aceitação
e sobre os Códigos Disciplinares estabelecidos para os quatro estágios
da vida humana e para os seres humanos com pronunciadas caracterís-
ticas congênitas – aqueles de ascensão vertical pura (sátvico), aqueles
de expansão horizontal ativa (rajásico) e os de inércia e decadência
(tamásico). Esclarece o papel do karma (ação) e sua conseqüência.
“Como uma frágil embarcação em um mar bravio, o homem galga uma
onda gigantesca e alcança sua crista espumante. No próximo instante, ele
é arremessado ao fundo, só para subir novamente. Subida e descida são
ambas as conseqüências de seus próprios atos. Eles criam o palácio e a
prisão para o homem. Alegria ou tristeza são o eco, reflexo ou reação de
suas próprias ações. O Jivi pode escapar de ambas cultivando a atitude
de testemunha, não envolvido nas atividades que deve fazer.” Bhagavan
escreve sobre Yoga como o processo da “união do Jivatma e Paramatma,
o Ser e o Ser Supremo” e aperfeiçoa a senda do amor (bhakti), da ativi-
dade inegoísta (karma), do domínio sobre a mente (raja), da sublimação
da consciência (jñana). Bhagavan analisa os direitos e responsabilidades
do indivíduo e da sociedade e nos revela que seu único e fundamental
propósito é a realização espiritual.
Resumindo, O Fluir da Divina Graça de Sathya Sai é a Gita dada a
nós pela Pessoa que, como Sanathana Sarathi (o Eterno Condutor),
está ansiosa e pronta a segurar as rédeas de nossos sentidos, mente,
consciência, ego e intelecto, e nos guiar com segurança a Prasanthi
Nilayam, a Morada da Paz Suprema, a meta de toda a humanidade.
Possamos todos ser abençoados por Seu Amor e Graça.
N. Kasturi

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