segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O Homem Pintado

Autor: Peter V. Brett
Título Original: The Painted Man/The Warded Man (2008)
Editora: Gailivro
Páginas: 606
ISBN: 9789895576777
Tradutor: Renato Carreira

Sinopse
Por vezes existem boas razões para se ter medo do escuro. Arlen vive com os seus pais na sua quinta isolada a meio dia de viagem do pequeno povoado de Tibbet’s Brook. Mas no mundo de Arlen quando a noite cai uma estranha névoa começa a erguer-se do chão, uma névoa que promete uma morte terrível para todos aqueles que sejam suficientemente loucos para enfrentar a escuridão, pois demónios esfomeados, que não podem ser feridos por armas comuns materializam-se na névoa para se alimentarem dos seres vivos. Quando a noite cai as pessoas não têm outra alternativa se não esconderem-se nas suas casas cuidadosamente guardadas com símbolos mágicos de protecção que são a única coisa capaz de manter os demónios à distância até que chegue o nascer do sol. Nesta história três jovens irão oferecer à humanidade uma última e fugaz hipótese de sobrevivência.

Opinião
Já andava com este livro debaixo de olho praticamente desde que foi lançado no ano passado, devido às várias opiniões positivas que tinha lido em blogs internacionais, pelo que foi com bastante agrado que tomei conhecimento que ia ser publicado por cá.

A história deste livro decorre num mundo fictício, onde a chegada da noite traz consigo o aparecimento de perigosos demónios que atacam os humanos, na maioria das vezes resultando na morte destes. A única forma de combater estas perigosas criaturas é através de uns símbolos mágicos, as guardas, que são colocadas à volta das casas, ou que são utilizadas em círculos portáteis sempre que é necessário passar a noite ao relento. É neste contexto que vamos acompanhando o crescimento de três jovens, Arlen, Leesha e Rojen, cada um com capítulos próprios. Arlen deseja ser Mensageiro e tem uma aptidão especial para desenhar e memorizar guardas; Leesha demonstra, desde muito cedo, as suas aptidões como Herbanária; Rojen, apesar do defeito nos seus dedos, encanta com o seu violino enquanto aprendiz de Jogral. A dada altura do livro, a história dos três irá cruzar-se e alterar a forma como até então se encarou a luta contra os demónios.

Gostei especialmente da ideia que serviu de base à criação deste mundo e desta história, no que diz respeito à existência dos demónios (de chama, vento, madeira e areia, entre outros), que se demonstram seres misteriosos e aparentemente impiedosos e imbatíveis. Achei o mundo criado bastante credível e as passagens que relataram mais sobre a sua história agradaram-me particularmente.

É fácil identificarmo-nos com as personagens principais e as suas lutas, mas nem sempre senti que este aspecto tivesse sido tratado com a profundidade necessária. Achei que o autor foi muito bem sucedido na narração da parte da acção da história, mas nem sempre na parte emocional. Outra coisa que senti foi algum desequilíbrio no tratamento temporal da história: por vezes, existem grandes saltos no tempo que sentimos serem dados de forma pouco natural, para que a história chegue a determinado ponto que o autor deseja relatar. Fica a sensação que algo mais poderia ter sido contado nestes lapsos temporais. No entanto, apesar disto, foi uma história que gostei imenso de ler e a que me senti agarrada na maior parte do tempo. Sem dúvida que quero saber como vai terminar, mas parece que o 2.º volume desta trilogia só irá ser publicado na língua original em Abril de 2010, pelo que ainda teremos de esperar mais algum tempo pela respectiva tradução.

8/10 - Muito Bom

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