A minha Opinião:
Ao contrário da maioria de leitores, demorei mais do que o previsto a ler este livro. Não quer dizer que desgostei, longe disto, mas havia partes do livro que me fez ficar bastante deprimida e não só como também aparecia partes deveras chocantes que me custava a ler… Mas li tudo e cheguei ao fim do livro.
O livro fez-me agarrar, apesar do horror que é o mundo da droga, porque a Christiane era diferente. À medida que fui lendo, compreendi perfeitamente porque é que ela se meteu na droga. Talvez, se eu estivesse no lugar dela, teria feito o mesmo, só para estar integrada no grupo de amigos que à primeira vista pareciam bastante bons, seguros e confiantes. Depois, quando metida na droga, é tudo tarde demais. O “turkey”, um sintoma da falta de droga, é um tormento horrível… Por isso, eles não conseguiam parar, tomavam droga para fazer desaparecer o “turkey”. Para obter droga, era preciso dinheiro e ganhavam-no desde o roubo à prostituição. Christiane era muito nova, só tinha 13 anos quando se meteu nisto. Maquilhava-se e vestia-se para se parecer mais velha. Ela amava os animais e a natureza, era incapaz de violência e tinha uma grande sensibilidade.
Christiane queria parar, curar-se, muitas vezes tentou… O seu grande amor - Detlef - também era drogado, ela tentava convencê-lo para desintoxicar os dois juntos…
Alguns dos seus amigos morreram de overdose, entre quais a Babsi, a mais nova vitima de heroína daquele tempo.
Christiane tinha muito medo que a sucedesse o mesmo. Foi a mãe dela que a salvou. Também as palavras da mãe aparecem no livro, no que ela sentia ao descobrir e ver a filha a enveredar-se pela droga. Tem sido muito doloroso para esta mãe…
Por fim, recomendo a leitura deste livro a todos jovens e pais. Acho importante que se discutem este tema, à volta deste livro, para os fazer ver como a droga pode fazer… Ainda hoje, há filhos de famílias boas que seguiram por este caminho, uns somente por curiosidade, outros por influência de amigos, ainda alguns por ter pensado que a droga os levava a suportar os problemas ou que os podia levar ao estado de felicidade.
Christiane escreveu este livro a fim de transmitir a informação do perigo da droga, a realidade nua deste mundo, e sobretudo um aviso para nunca experimentar droga, para nunca seguir o caminho que ela seguiu!
Classificação: 5/5 (Indispensável e obrigatório)
Mais informações:
Após o livro
Christiane sobreviveu, mas nunca conseguiu se livrar do vício. Aos 45 anos, tomava vários medicamentos, passava regularmente por sessões de terapia que não eram bem sucedidas.
Tem hepatite C (doença incurável) e problemas circulatórios. Os médicos, além de afirmarem que, devido a eles, ela pode ter uma crise súbita, dizem também que seu estado é irreversível. Em dezembro de 2005, o serviço público de saúde alemão registrou duas internações da paciente.
Christiane passou um período morando num apartamento simples em Berlim com dois tios e com o filho, Jan-Niklas.
Detlef também sobreviveu e trabalha como motorista de ônibus em Berlim. Mora com sua esposa e dois filhos e garante que se livrou das drogas em 1980.
Actualmente
Aos 46 anos de idade voltou a tomar drogas pesadas.
O filho vive actualmente numa instituição para menores nas redondezas de Berlim, e os avós deverão ajudar a decidir onde será a sua futura morada.
O novo drama de Christiane começou no início de 2008, quando ela e o namorado decidiram emigrar para a Holanda, levando a criança. Ao ter conhecimento do plano, a justiça alemã tomou a criança da mãe, com a ajuda da polícia. Pouco tempo depois, ela sequestrou o próprio filho e fugiu para Amesterdã. Na capital holandesa, Christiane voltou a consumir heroína.
Após uma zanga com o namorado, Christiane regressou no final de junho de 2008 à Alemanha, quando seu filho foi retirado de sua guarda pelas autoridades alemãs
- retirado daqui.
Cinematrogáfico:
Christiane F. – Wir Kinder vom Bahnhof Zoo (br: Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada e Prostituída / pt: Filhos da droga) é um filme alemão de 1981, baseado no livro homônimo, escrito pelos jornalistas Kai Hermann e Horst Hieck, publicado e editada pela revista alemã Stern em 1978, que narra a história da personagem principal Christiane F., uma consumidora de drogas.
Com o sucesso do livro e com a comoção da opinião pública pelo drama vivido pela jovem Christiane, o diretor Ulrich Edel resolveu transformar a história de Christiane e dos jovens da Estação Berlin Zoologischer Garten de Berlim em filme. O lançamento de Christiane F. – Wir Kinder vom Bahnhof Zoo foi em 1981, e contou com a atriz Natja Brunckhorst interpretando Christiane, e Thomas Houstein como Detlef R. Apesar de nunca ter atuado, a atriz de quinze anos surpreendeu os críticos com uma atuação chocante. Edel descobriu Natja enquanto ela brincava no playground de seu colégio. Natja aceitou o papel e, com o consentimento de seus pais, gravou o filme. Já Thomas Houstein que interpretou Detlef, foi descoberto num clube atlético e no início recusou o papel.
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