Ontem e hoje estive em Montemor-o-Novo, de regresso às duas escolas que albergam turmas do 3º ciclo. Levei o atelier Ver para Crer a três turmas do 7º ano. O objectivo é acompanhar estes alunos (todas as turmas) durante este e o próximo ano lectivo, em que regressarei, desta vez com o atelier Diz-me quem és, dir-te-ei o que lês. Para além de divulgar livros, pretende-se motivar alguns dos alunos a participarem numa nova comunidade de leitores, que terá início no dia 4 de Março, na Biblioteca Municipal. Os livros apresentados no atelier estão disponíveis na Biblioteca e creio que para a semana já estará visível um escaparate com os livros da Comunidade. Este projecto é apoiado pelo serviço de Bolsas da Fundação Calouste Gulbenkian a tem como principal objectivo ligar os adolescentes à leitura.
Escolhi sete títulos:
Crónicas de Spiderwick, o livro fantástico, Tony Di Terlizzi, Holly Black (Presença)
A família que não cabia dentro de casa, Alexandre Honrado (Ambar)
Deciclopédia, Gideon Haigh (Tinta-da-China)
A vida nas palavras de Inês Tavares, Alice Vieira (Caminho)
Sam e a maldição de sangue, Thomas Bloor (Europa-América)
O Dicionário do Diabo, Ambrose Bierce (Tinta-da-China)
Nem tudo começa com um beijo, Jorge Araújo (Oficina do Livro)
Os alunos da escola Secundária têm um comportamento mais maduro, mais seguro nas opiniões que dão. Os alunos da EB 2/3 são mais infantis, menos críticos. Sempre, desde que vou às duas escolas (desde há 3 anos) que noto isso. Apesar das diferenças, o livro mais cobiçado foi comum: Sam e a maldição de sangue. Já a Deciclopédia, que encontrou rapazes interessados na Secundária, foi um rotundo fracasso na EB 2/3. Os interesses continuam a ser os mesmos: aventura, fantástico, acção... O quotidiano dos adolescentes ainda faz brilhar os olhos das raparigas que prolongam o sucesso de Lua de Joana (Maria Teresa Maia Gonzalez, Verbo) desde há alguns anos. Há também algumas que já devoram os volumes da quadrologia de Stephenie Meyer. É curioso como é difícil adequar livros a adolescentes entre os 12 e os 15 anos. Como todos crescem ao seu ritmo, alguns já lerão sem dificuldades extremas livros mais irónicos, enquanto outros ainda mal sairam da colecção Uma aventura ou da saga Capitão Cuecas. À imagem do que tem acontecido com as comunidades que tenho vindo a orientar, estes adolescentes oscilam muito na qualidade das suas leituras, e por isso decidi apresentar-lhes vários graus de desafios. Das três turmas que visitei, quatro alunos manifestaram desejo de se inscreverem na comunidade. Como conheço bem a efemeridade dos seus entusiasmos, temo que sejam de menos. Quinta-feira regresso para mais três ateliers, desta vez sempre na EB 2/3. Vamos ver como são os resultados.
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