Estrela Errante é um romance de J. M. G. Le Clézio, escritor francês e Prémio Nobel da Literatura em 2008.
Nesta obra, escrita em grande parte na primeira pessoa por intermédio de duas personagens - embora relevadas de forma diferente - que parecem estar nos antípodas uma da outra (Esther, francesa, judia; Nejma, palestiniana) dá-se a conhecer a guerra, o desespero, a morte, a esperança e a alegria.
A fuga dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial é, cada vez mais, um marco literário com profusão de obras escritas. Neste caso faz-se referência à fuga dos judeus franceses em direcção ao Estado de Israel logo após a sua criação depois do fim da guerra.
Não deixa também de ser interessante a dicotomia criada. De um lado a criação do Estado de Israel, do outro a deslocação das populações palestinianas para campos de refugiados e a hecatombe social que tal situação criou.
Estrela Errante é uma obra poderosa. Le Clézio consegue dar-nos a conhecer algumas das mais vibrantes sensações do ser humano numa viagem à dor física e espiritual de duas mulheres que lutam por se encontrarem num mundo em convulção e mudança.
J. M. G. Le Clézio é um escritor polido. A sua escrita é simples e limpa e o argumento toca-nos pela proximidade temporal. Não existe recurso a arabescos ou subterfúgios de natureza vanguardista. A narrativa diz-nos algo porque nos conseguimos identificar com as personagens sentindo o seu sofrimento e a sua alegria.
Ficámos bem impressionados com este Nobel francês. Estrela Errante é uma obra bem conseguida e construída sob uma temática que nos parece estar ainda longe de estar esgotada. Esta é, sem qualquer dúvida, uma leitura que aconselhamos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário