Luki Live, de Christine Nostlinger (Caminho), é um precursor das narrativas de realismo familiar, que Alice Vieira e Alexandre Honrado também trabalham. A narrativa surpreende quase até ao final, abordando as relações afectivas dos adolescentes, no âmbito familiar e amoroso. O estilo não cede a tentações simplistas, quer ao nível do discurso das personagens, quer no que respeita à própria construção narrativa e aos momentos descritivos. O leitor vai tirando ilações à medida que a leitura avança, comprovando ou não as suas expectativas. Tendo como personagem principal uma rapariga, eis um livro que as leitoras adolescentes poderão apreciar.«Pode acontecer que outras pessoas, quando têm um desgosto tão grande como o meu, saiam para o frio de Novembro sem casaco - equipadas apenas com folhos de seda natural, porque tudo o mais que não seja o seu desgosto lhes parece secundário. Eu não sou uma desas pessoas. Não aguento o frio de maneira nenhuma. Por conseguinte desci outra vez à cave, passei por cima dos três bebedolas e entrei na cave de festas.»
(p.145)
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