quinta-feira, 17 de julho de 2008

A Proclamação de BAHÁ´U´LLÁH

AOS REIS E LÍDERES DO MUNDO
“O tempo preordenado para os povos e raças da terra é agora chegado.”
“Só desejamos o bem do mundo e a felicidade das nações; não obstante,
consideram-nos provocadores de luta e sedição, dignos de cativeiro e exílio... Que todas
as nações se unam em uma mesma fé, e todos os homens se tornem irmãos; que os
laços de unidade e afeição entre os filhos dos homens sejam fortalecidos; que cesse a
diversidade de religião, e as diferenças de raça sejam anuladas – que mal há nisso?... E
assim há de ser: essas lutas infrutíferas, essas guerras arruinadoras, hão de passar e a
“Paz Máxima” há de vir... Vemos, entretanto, vossos reis e governantes gastarem os
tesouros mais livremente com os meios da destruição da humanidade, do que com aquilo
que lhe pudesse proporcionar felicidade... Essas lutas, carnificinas e discórdias devem
cessar, e todos os homens ser como uma família... Que o homem não se vanglorie pelo
amor à pátria e sim pelo amor à sua espécie...”
INTRODUÇÃO
HÁ CEM ANOS passados, Bahá´ú´lláh, Fundador da Fé Bahá´í, proclamou, em
linguagem clara e inconfundível, aos reis e governantes do mundo, aos seus líderes
religiosos e à humanidade em geral, que a era, longamente esperada, de paz mundial e
fraternidade, havia, finalmente, se iniciado e que Ele Próprio era o Portador da nova
mensagem e do poder de Deus que iriam transformar o sistema, então prevalecente, de
antagonismo e inimizade entre os homens e criar o espírito e a forma de pré-destinada
ordem mundial.
Naquele tempo o esplendor e a ostentação dos monarcas refletiam o vasto
poder que exerciam, autocraticamente quase sempre, sobre a maior parte da terra. Bahá
´u´lláh, um exilado de sua pátria, a Pérsia, devido a Seu ensinamento religioso,
encontra-se prisioneiro do tirânico e todo-poderoso Sultão do Império Otomano. Em tais
circunstâncias dirigiu Suas palavras aos mandatários do mundo. Suas Epístolas a alguns
reis e ao Papa, embora entregues, foram desprezadas ou rejeitadas, ficando
desatendidos seus sábios conselhos e sérias admoestações, sendo que em um caso o
portador de Sua mensagem foi cruelmente torturado e morto.
Bahá´u´lláh, observando aquele mundo antigo e vendo que estava “à mercê
de governantes tão embriagados pelo orgulho que não podiam discernir claramente seu
próprio benefício”, declarou que "... a luta que divide e aflige a raça humana cresce dia a
dia. Os sinais das próximas convulsões e do caos podem já ser discernidos, uma vez que
a ordem atual mostra-se ser lamentavelmente defeituosa”.Embora pintando em tons
sombrios o "castigo divino" que adviria à maior parte daqueles governantes, trazendo
ruína aos povos do mundo, Ele, no entanto, não deixou dúvida quanto ao resultado final.
"Logo", declarou, "a ordem atual passará e uma nova será estabelecida em seu lugar”.
Desde a ascensão de Bahá'u'lláh em 1892, na Terra Santa, a transformação da
velha ordem tem se tornado a experiência diária da humanidade e não se nota
diminuição nesse processo. A essência da Ordem Mundial de Bahá'u'lláh é a unidade da
raça humana. "Ó vós filhos dos homens", escreve, "o propósito fundamental que anima a
Fé de Deus e Sua Religião é a salvaguarda dos interesses e a promoção da unidade da
raça humana...". E Ele adverte, "O bem-estar da humanidade, sua paz e segurança,
serão inatingíveis até que sua unidade seja firmemente estabelecida". A realização dessa
unidade é a missão declarada de Bahá'u'lláh e o propósito de toda atividade Bahá'í. Seu
escopo e estrutura estão indicados na seguinte passagem dos escritos de Shoghi Effendi,
bisneto de Bahá'u'lláh e Guardião da Fé Bahá'í:
"A unidade do gênero humano - assim como Bahá'u'lláh a concebeu -
compreende o estabelecimento de uma comunidade mundial em que todas as nações,
raças, credos e classes estejam estreitas e permanentemente unidas, e na qual a
autonomia dos estados que a compõem, a liberdade e a iniciativa pessoal dos membros
individuais destes, sejam garantidas de um modo definitivo e completo. Tal comunidade
mundial deve abranger, segundo o nosso conceito, uma legislatura mundial, cujos
membros, os representantes de todo o gênero humano, virão a controlar todos os
recurso das respectivas nações componentes e criar as leis que forem necessárias para
regular a vida, satisfazer as necessidades e ajustar as relações de todas as raças e povos
entre si. Um executivo mundial, apoiado por uma Força internacional, efetuará as
decisões dessa legislatura mundial, aplicará as leis por ela criadas e protegerá a unidade
orgânica de toda a comunidade mundial. Um tribunal mundial deverá adjudicar toda e
qualquer disputa que surja entre os vários elementos que constituem esse sistema
universal, sendo irrevogável a sua decisão. Um sistema de intercomunicação mundial
será adotado, abrangendo todo o planeta, e, livre de qualquer embaraço ou restrição
nacional, funcionará com admirável rapidez e perfeita regularidade. Uma metrópole
mundial será o centro da civilização mundial, o foco de convergência das forças
unificadoras da vida, donde irradiar-se-ão as suas influências vigorizantes. Um idioma
mundial será criado, ou escolhido dentre as línguas existentes, e será ensinado em todas
as escolas de todas as nações federadas, como auxiliar a língua nativa. Uma escrita
mundial, uma literatura mundial, um sistema uniforme e universal de moeda, de pesos e
medidas simplificarão e facilitarão o intercâmbio e entendimento entre as nações e raças
da humanidade. Nesta sociedade mundial, a ciência e a religião, as duas forças mais
potentes da vida humana, serão reconciliadas, assim cooperando e desenvolvendo-se
harmoniosamente. Não mais será a imprensa, sob tal sistema, perniciosamente
dominada por interesses, quer particulares, quer públicos, embora de plena expressão às
várias opiniões e convicções do gênero humano; libertar-se-á da influência de governos e
povos querelantes. Os recursos econômicos do mundo serão organizados, suas fontes de
matérias-primas serão exploradas e completamente utilizadas, seus mercados serão
coordenados e desenvolvidos, e a distribuição de seus produtos será regulada de um
modo eqüitativo.
"As rivalidades entre as nações, os ódios e as intrigas, cessarão, e os
preconceitos e animosidades de raça serão substituídos por amizade, entendimento
mútuo e cooperação. Não mais existirão os motivos da contenda religiosa, abolir-se-ão as
barreiras e restrições econômicas, e a distinção excessiva entre as classes desaparecerá.
A pobreza extrema, por um lado, e, por outro, a vergonhosa acumulação de bens,
igualmente, acabarão. A quantidade enorme de energia que se desperdiça com a guerra,
quer econômica ou política, será dedicada a fins como estes: a extensão do alcance das
invenções humanas e do desenvolvimento técnico, o aumento da capacidade produtiva
da humanidade, o extermínio das moléstias, a ampliação das pesquisas científicas, a
adoção de mais altos padrões de saúde física, o aperfeiçoamento do cérebro humano, a
exploração dos recursos do planeta que ainda não foram utilizados ou descobertos, o
prolongamento da vida do homem, e a promoção de qualquer outro meio de estimular a
vida intelectual, moral e espiritual da humanidade inteira.
"A meta para a qual a força unificadora da vida impele a humanidade é um
sistema federal mundial, que regerá toda a terra, exercendo uma autoridade
inquestionável, harmonizando e incorporando os ideais de Leste e Oeste, liberto do
flagelo da guerra e suas tristes conseqüências, esforçando-se por aproveitar todas as
fontes de energias existentes na superfície do planeta - um sistema em que a força
subordina-se à justiça, e cuja vida é sustentada por seu reconhecimento universal de um
só Deus e sua lealdade a uma Revelação comum...".
A Mensagem de Bahá'u'lláh é uma mensagem de esperança, de amor, de
reconstrução prática. Sofremos hoje os amargos resultados da rejeição, pelos nossos
antepassados, ao Seu divino chamado. Hoje, porém, existem novos governantes, novos
povos, que porventura queiram ouvir e evitar ou mitigar a severidade da catástrofe
iminente. É com esta esperança e crendo ser isto seu sagrado dever, que a Casa
Universal de Justiça, o corpo governante internacional da Fé Bahá'í, proclama
novamente, através da publicação destas passagens selecionadas, a essência daquele
poderoso chamado de um século atrás. Na mesma esperança e fé os Bahá'ís, em todo o
mundo, envidarão o máximo de seus esforços, durante este período centenário, para
levar à atenção de seus semelhantes o fato redentor desta nova efusão de guia divina e
amor. Acreditamos que eles não trabalharão em vão.
Haifa, 1967.

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