terça-feira, 15 de julho de 2008

Semelhanças entre o Budismo e o Cristianismo – contribuições ecumênicas do Oriente para o Ocidente, de Francisco Adalberto Alves Sobreira

INTRODUÇÃO
Este trabalho é o reflexo de quase cinco anos de estudos e reflexões acerca do enigma
da inexistência de diferenças entre as religiões, realizado através de pesquisa bibliográfica
comparada.
A principal diferença, e talvez única que exista entre as religiões, é que cada religião
guarda uma determinada “tecnologia espiritual” que poderia complementar e ajudar suas
irmãs a se desenvolverem espiritualmente, quando vistas com olhos ecumênicos.
Traçamos as principais semelhanças entre o Budismo e o Cristianismo, atendo-se mais
à corrente Cristã do Catolicismo Romano, e à corrente Budista Tibetana.
A bibliografia selecionada teve como fundamentos principais a Bíblia Sagrada, em
especial o Livro de Mateus; o livro “O Evangelho de Buda”, do monge Swami Kharishnanda
(1998); a obra “Religiões da Humanidade”, do Padre Waldomiro Piazza (1991); e “O
Despertar do Buda Interior” do Lama ocidental Surya Das (2001). Os termos sublinhados
constam no glossário ao final da obra.
Este trabalho pretende quebrar muitas barreiras e dogmas, mostrando visões de certa
forma polêmicas, quando destroça o mito do ateísmo Budista. Ateísmo seria a negação ou a
omissão em falar sobre Deus? Como o Budismo é então uma religião? Existem Divindades no
Budismo?
O trabalho foi dividido em três capítulos, mostrando no Capítulo I a Origem de cada
religião separadamente e suas linhas de atuação na atualidade;
O Capítulo II dá um esboço nas semelhanças de fatos históricos entre as duas
religiões, penetrando ainda no campo da Devoção a Maria e ao Buda Feminino, nas
Mortificações e no Proselitismo. Uma análise sobre o sincretismo é explanada especialmente
sobre o ponto de vista oriental, com suas vantagens e conseqüências co-relacionadas.
No Capítulo III apresentamos as semelhanças doutrinárias, procurando intermediar o
“fosso” entre o esforço para Iluminação Oriental e Graça Divina do Ocidente. O Budismo
centra todos os esforços espirituais no esforço humano, enquanto no Cristianismo é enfatizada
a fé como suficiente para a graça Divina. Como conciliar e encontrar semelhanças entre estes
dois pontos opostos? Este é mais um quesito a ser analisado e debatido. Debatemos ainda
sobre a complexa Doutrina do Vazio, sua relação com a vida cotidiana, prática religiosa e a
Negação de Si mesmo; a Fé e as Divindades Budistas .
Esta monografia tem ainda como objetivo esclarecer o Catecismo budista a partir do
ponto de vista de um ocidental que tem tradição familiar no Cristianismo, mas que tem
estudado o Budismo Tibetano, Budismo Zen, o Hinduísmo reformado de Sri Ramakrishna e
os Movimentos Gnósticos contemporâneos, como forma de lançar bases educativas para o
corpo docente e discente da área de Ciências da Religião, que precisam romper as amarras
que os prendem aos conceitos dogmáticos do Ocidente e do Cristianismo em especial, a ponto
de considerar as Escrituras Sagradas e Deus unicamente em sua tradição religiosa, excluindo
as restantes como outrora no período medieval. Nosso tempo não é mais um tempo de
dominação, mas um tempo de ênfase no resgate da paz entre os povos. E enquanto houver os
preconceitos, inclusive religiosos, jamais o mundo poderá viver em paz.
A grande tentativa desse trabalho foi explorar de forma filosófica e antropológica os
fundamentos, semelhanças e contribuições das duas culturas. Acima das diferenças de
linguagem, épocas, costumes, história, influências sociais e econômicas, procurou-se penetrar
na essência das religiões, no real sentido e resultado que servem a cada ser humano que
pratica e se aprofunda sinceramente em sua tradição.
Ao final do estudo, cada um poderá tirar suas próprias conclusões: são o Budismo e o
Cristianismo irmãs gêmeas? É possível o Ocidente aprender com a espiritualidade Oriental? É
possível aprendermos espiritualidade em outras religiões sem abalar a fé?
Não há intenção alguma em se pôr ponto final a estas questões, mas de gerar idéias
novas, palpitantes e férteis, que aproximem não simplesmente as culturas, mas principalmente
os povos.

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