segunda-feira, 23 de março de 2009

O Labirinto Perdido

Sinopse: Em Julho de 1209: em Carcassone, uma rapariga de dezassete anos recebe do pai um livro misterioso que ele afirma conter o segredo do verdadeiro Graal. Embora Alaïs não consiga perceber as palavras e os estranhos símbolos no seu interior, sabe que o seu destino é protegê-lo. Será necessário sacrifício e fé para manter em segurança o segredo do labirinto - um segredo que remonta a milhares de anos e tem origem nos desertos do Antigo Egipto...

Em Julho de 2005: Alice Tanner descobre dois esqueletos durante uma escavação arqueológica nas montanhas perto de Carcassonne. No interior da sepultura onde se encontram os ossos, ela pressente uma avassaladora sensação de malevolência e constata assustada que, por mais impossível que pareça, é capaz de compreender as misteriosas palavras antigas que estão gravadas na rocha. Alice apercebe- se demasiado tarde que desencadeou uma assustadora sequência de acontecimentos que é incapaz de controlar e que o seu destino se encontra inexplicavelmente ligado ao dos cátaros, oitocentos anos antes.

Andava com este livro debaixo de olho desde que saiu, mas só há pouco o comprei por 10€, aproveitando uma promoção. Tanto as opiniões que li, como o próprio livro, comparam-no com o Dan Brown, com a referência que este é mais bem escrito e baseado numa pesquisa mais bem feita. Se é certo que o livro versa sobre a já eterna questão do Santo Graal, tal como "O Código Da Vinci", não é menos verdade que é muito mais histórico que o livro de Dan Brown.

Tal como indica a sinopse, a acção deste livro decorre em duas épocas distintas: o presente e a época medieval, no início do Séc. XIII. O elo de ligação entre as duas épocas são as mulheres que protagonizam cada uma das histórias, Alaïs e Alice, e o mistério que rodeia o Santo Graal. Nas partes do livro dedicadas à época medieval, temos oportunidade de tomar conhecimento das várias lutas existentes no Languedoc, onde viviam os Cátaros, que nessa época começaram a ser perseguidos como hereges. A situação política é muito bem descrita e os detalhes históricos muito bem apresentados. Para além da envolvente, a história é também muito conseguida, tal como as personagens - com destaque para a protagonista, Alaïs. Apesar de, à partida, me sentir tentada a afirmar que gostei mais da parte do livro que decorre no período medieval, não deixa de ser verdade que os elementos policiais e de suspense que povoam o segmento passado na actualidade foram muito interessantes e nunca deixaram que o ritmo do livro diminuísse. Só foi pena a previsibilidade de alguns factos, mas de resto nada a apontar.

Kate Mosse tem uma escrita agradável e competente, talvez um pouco descritiva a espaços. Julgo que as quase 700 páginas deste livro poderiam ter sido reduzidas, que o interesse da história não se perderia. De qualquer forma, recomendo!

8/10 - Muito Bom

[Livro n.º 22 do meu Desafio de Leitura]

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