sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A Montanha da Juratena, de Samael Aun Weor

TRECHO:
1. A Montanha da Juratena

Oramamme, o velho ermitão, andando pelos caminhos do
mundo, entrou um dia pela selva espessa de um velho país.
Oramamme tinha nascido em Bogotá capital desse ensolarado país
cujo nome é a Colômbia. Oramamme, o velho ermitão, habitava na
selva espessa daquele velho país.

Certo dia, cheio de sol, Oramamme, fatigado pelo caminho,
cheio de fome e sede, chegou a uma cabana e pediu o que comer.
Oramamme era um verdadeiro místico cheio de amor e sabedoria.
Quando Oramamme se sentou à mesa, sua ceia se tornava mística.

Recordemos ao grande Mestre Jesus, o Cristo. Quando o Divino
Mestre queria ensinar algo especial a seus discípulos, convidava-os
para cear. Para o velho Oramamme, a ceia era uma verdadeira unço
mística.

Assim, aquele dia encheu-se de sol, Oramamme tinha fome e
sede. Durante a ceia, o velho ermitão estava silencioso. Oramamme
escutava a conversa de uns velhos montanheiros da comarca que não
sabiam ler nem escrever.

Aqueles singelos camponeses de rostos queimados pelo sol do
trópico falavam da montanha da Juratena. Diziam coisas insólitas,
coisas estranhas:

Ouça, hoje vai chover... - dizia um. Outro o interrogava
dizendo: “Por quê?” Ah! – respondia outro – não ouviram vocês o
enorme ruído de pedras que rolavam da Juratena ontem à noite?
Claro que sim! – dizia outro.

Assim, continuava a conversa daqueles montanheiros da selva
que não sabiam ler nem escrever, assim falavam e Oramamme, o
místico solitário, escutava.

De repente, o velho místico se levanta da mesa e se dirige ao
grupo de camponeses que conversavam tranqüilos à porta daquela
cabana solitária. Os camponeses, olhando para Oramamme,
aguardaram que este lhes perguntasse algo. O velho místico, depois
de saudar os camponeses cortesmente, os interrogou dizendo: “Me
mostrem Juratena. Onde está essa misteriosa montanha?”

O mais velho dos montanheiros respondeu assinalando com seu
dedo indicador, dizendo: “Olhem, lá está, vêem essa montanha que
se crava como agulha no céu?” Então, o velho místico exclamou,
dizendo, cheio de admiraço: “Ah, já vejo”. Realmente, Juratena
parece uma agulha cheia de neve cravando-se entre a côncava
imensidão do céu. Aos pés dessa elevada montanha, corre
deliciosamente um rio de águas profundas e largas. O rio Mineiro,
este rio de Boiacá, rega todo o território Vázquez. Nesse território
boyacense, está a misteriosa montanha chamada Juratena.

Vieram logo os relatos maravilhosos. Os camponeses contaram
a Oramamme muitas coisas. Disseram-lhe que, quando eles queriam
fazer chover, ateavam então fogo à montanha e a chuva era
inevitável. Um daqueles camponeses contou a Oramamme o caso de
um sobrinho que se atreveu a explorar os escarpados pés da
Juratena. O mancebo foi caminhando pelas ribeiras tropicais do rio e,
então, se encontrou com um templo maravilhoso encravado entre as
rochas da Juratena.

Três portas gigantescas davam acesso àquele misterioso
templo. Quando o mancebo tentou entrar em templo, retrocedeu
horrorizado. Dentro do interior, viu muitas escamas de serpentes e
fugiu apavorado. Mais tarde, o mancebo retornou àquele solitário e
misterioso lugar, mas, então, não achou o templo, parecia como se
as rochas milhares o tivessem tragado. Enigmas! Enigmas! Enigmas!

Outro dos camponeses contou ao velho ermitão que ele tinha
subido até a cúpula da montanha. Nas alturas, o homem encontrou
escadas de pedra esculpida, quem sabe por que mãos milenares.
Quando o pobre montanheiro quis subir algo mais por aquelas
escadas de mistério, foi detido por uma chuva de pedras arrojadas
quem sabe por quem. De repente, retrocede, está espantado, uma
enorme mói de pedra vem contra ele; o homem se esconde detrás de
um grosso tronco. Assim, se salvou de uma morte horrível. O que é
isto? Enigmas! Enigmas! Enigmas!

Seguem os relatos e outro montanheiro conta que uns
exploradores resolveram subir até o topo da Juratena. Nas alturas, se
encontraram com uns meninos que os interrogaram sobre o objeto de
sua excursão. Logo, esses meninos perguntaram aos exploradores
dizendo: “Querem algo? Desejam algo?”. Os exploradores
responderam: “Façam com que possamos achar um peixe bem
grande no rio porque temos fome”. Os meninos falaram entre si
dizendo: “Vão lá, no rio acharão o que pedistes”. Quando os
exploradores desceram da montanha, jogaram o anzol à água
daquele rio e, certamente, tiraram um enorme peixe com o qual se
prepararam um delicioso jantar.

Aqueles camponeses estavam estáticos falando maravilhas da
Juratena. Oramamme escutava e meditada, diziam-se muitas coisas
daquela montanha misteriosa. Uns engenheiros alemães que
percorreram a montanha asseguravam que, segundo eles, a
montanha era rica em esmeraldas. Aquelas selvas impenetráveis
estavam cheias de um ar de mistério, milhões de aves de todas as
cores enchiam a sombra de cantos inefáveis, aqui e acolá só se viam
gigantescas árvores centenárias e profundidades insondáveis
povoadas de répteis e changos. Os habitantes daquela selva temem o
tigre que se esconde detrás de cada arbusto, a selva é um mistério,
um mundo de estranhas surpresas que o homem desconhece
totalmente. Na selva, existem leis e forças desconhecidas para os
físicos e os químicos. Há coisas na selva que o homem acadêmico da
cidade nem sequer suspeita.

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