quinta-feira, 30 de abril de 2009

Discursos de Sathya Sai Baba: ESTAGNAÇÃO NO MESMO NÍVEL - 14/01/67 – Ocasião: Festival de Shankranti

TRECHO:
Quando o Sol, a Divindade que inspira a Visão, se move para o Norte, o homem também deve
desenvolver a parte norte ou o Divino, desejar e se engajar em tarefas que irão levá-lo para mais perto
de Deus. Esse é o significado de dividir o ano em dois: a metade da parte sul e a metade da parte norte.
Mas, isto é apenas uma advertência e uma exortação. O homem pode superar as limitações do sul e do
norte; ele tem sempre, o ano todo, a parte norte ou o desejo Divino direcionando-o para frente ou para
cima. Ele não precisa esperar o começo da jornada do Sol pela parte norte (Makara Shankranti) ou parar
com o começo da jornada do Sol pela parte sul (Karkataka Shankranti). Todo esforço espiritual tem como
objetivo a atração da graça de Deus a nós mesmos. Por isso, quando vocês vão a um templo e
permanecem em pé perante o santuário central, tocam o sino pendurado lá; o som irá chamar a atenção
do Senhor para o suplicante que acabou de chegar. O sino deve ser acompanhado por uma oração
sincera vinda do coração.
O esforço espiritual não pode se tornar uma repetição mecânica de fórmulas prontas ou a execução de
formalidades secas. Um sábio que viveu tempos atrás, tinha um gato em seu eremitério; quando quer
que ele realizava oferendas para os deuses no fogo consagrado, o gato brincava com o fogo e dava-lhe
muitos problemas. Então, ele acostumou-se a pegá-lo com antecedência e mantê-lo em baixo de uma
cesta invertida durante o ritual de oferenda. Seu filho, que viu essa operação por anos, pensou que
pegar o gato e prendê-lo fossem partes vitais do próprio ritual. Desse modo, ele teve um grande trabalho
em procurar um gato antes de todo ritual de oferenda e sentia-se feliz quando conseguia um gato que
pudesse manter embaixo de uma cesta invertida no mesmo local. Esse é um exemplo de uma
mecanização sem significado.

Feira do Livro de Lisboa - 1.º Dia

Era este o aspecto da Feira, pouco tempo depois de ter aberto ao público.



Publicações Europa-América lança... Sonhar as Estrelas de Linda Gillard

Sonhar as Estrelas de Linda Gillard é o novo livro que a Europa-América vai lançar em Portugal.

«Já alguma vez notaram como a linguagem favorece as pessoas que vêem? (Claro que não, porque podem ver). Não tenho apenas um problema de visão, tenho um problema de fala, uma certa dificuldade em encontrar palavras e expressões adequadas à minha experiência. Ora ouçam o que as pessoas dizem: Oh, bem vejoŠ Olhe lአJá viu isto? Depende do seu ponto de vistaŠ
Estão a ver? Eu, claro, não vejo.»

Marianne Fraser, cega à nascença, viúva na casa dos 20 e solitária aos 40, vive num elegante bairro de Edimburgo na companhia da sua irmã Louisa, uma escritora de sucesso. A natureza apaixonada de Marianne encontra consolo e expressão na música, um amor que partilha com Keir, um homem com quem se cruza à porta de sua casa numa noite de Inverno.
Embora vários homens tenham surgido na vida de Marianne, Keir não se compadece com a sua situação. É rude mas também estranhamente delicado. Mas pode Marianne confiar nos seus sentimentos por este desconhecido solitário que quer levá-la para a sua casa na ilha de Skye e «mostrar-lhe» as estrelas?

Sobre a autora:
Linda Gillard
vive na ilha de Skye, a noroeste da Escócia. Foi actriz, professora e jornalista, antes de se dedicar à escrita a tempo inteiro.
É a autora de Emotional Geology e A Lifetime Burning.

«Comovente e revelador»
Ema Lee-Potter, Daily Express

Feira do Livro de Lisboa: Programação da Leya

A Leya vai ter 16 pavilhões na Feira do Livro de Lisboa e, por isso, reservou a todos os visitantes várias actividades pensadas no gosto de cada um. Teatrinhos de fantoches, ateliers de construção de bonecos, horas do conto, oficinas temáticas, pinturas faciais, para o público infantil, e apresentações de livros, debates, entrevistas ao vivo a autores, noites de poesia, sessões de show cooking e provas de vinhos são exemplos das actividades que a Praça Leya vai proporcionar ao público.

Actividades Culturais na Praça Leya

Noites de Poesia
Sextas-feiras, 8 e 15 de Maio: 21h
Convite aos autores de poesia das editoras Caminho, Dom Quixote e Oceanos para a leitura de poemas da sua autoria, seleccionados das seus mais recentes publicações

Show Cooking & Vinhos
Sábado, 2 de Maio: 20h - Chakall (Oficina do Livro)
Domingo, 10 de Maio: 19h - Bento dos Santos e João Paulo Martins (Livros d’Hoje)
Sábado, 16 de Maio: 19h: Ernâni Ermida e Teresa Mota (Asa BD)
Chefs-autores e especialistas em vinhos mostram ao vivo a preparação de receitas retiradas dos seus livros mais recentes.

Especial Dia da Mãe
Domingo, 3 de Maio: 16h30
Homenagem a todas as mães do mundo e elo de ligação entre mães e filhos, o livro «Um Mundo de Mamãs», com textos de Marta Gómez Mata e ilustrações de Carla Nazareth, estará em destaque com a presença da ilustradora do livro na Praça Leya para uma sessão de autógrafos em família

Lançamentos

Domingo, 10 de Maio: 16h
«Cheiro a Canela», de Alice Vieira (Texto), com Workshop de Culinária para Crianças

Segunda, 11 de Maio: 19h
Dois novos livros da colecção 7 Irmãos: «Miguel nunca desiste» e «Maria, os segredos da irmã mais velha», de Maria João Lopo de Carvalho e Margarida Fonseca Santos (Oficina do Livro)

Terça, 12 de Maio: 19h
«A Praia da Saudade», de Francisco Salgueiro (Oficina do Livro)

Quarta, 13 de Maio: 19h
«1621», de Pedro Vasconcelos (Oficina do Livro)

Domingo, 17 de Maio: 18h
«Ainda Alice» (Caderno), em parceria com a Associação Alzheimer Portugal

Astérix e Nós
Domingo, 10 de Maio: 20h
Conversa com especialistas em BD convidados em torno de Astérix por ocasião dos 50 anos da sua chegada a Portugal. Debate moderado por Maria José Pereira, editora da secção de Banda Desenhada da ASA

Ao vivo com Alice Vieira
Sábado, 16 de Maio: 21h
Inês Meneses, jornalista e radialista, entrevista ao vivo Alice Vieira, escritora que completa este ano 30 anos de carreira

Dia dos Autores Africanos
2 e 3 de Maio
Autores de literatura africana vão estar presentes na feira, entre eles Ondjaki, Pepetela e José Eduardo Agualusa

Animação Infantil
Diariamente, das 12h30 às 19h (pelo grupo Cafinvenções)
Na zona dedicada aos livros infantis e juvenis, haverá pinturas faciais, oficinas temáticas, leitura de contos e outras surpresas

Teatro de Fantoches (pelo grupo Mestre Filipe e as Suas Marionetas)
Sábados, domingos e feriados, às 11h30 e 15h
Encenação de obras de editoras do grupo Leya em versão marionetas.
Dias 1 e 17 de Maio: «Hoje há Palhaços» e «Hoje também há palhaços», de António Torrado e Maria Alberta Meneres (ASA)
Dias 2, 3 e 10 de Maio: «O Barco de Chocolate», de Cristina Norton e Danuta Wojchechowska (Dom Quixote)
Dias 9 e 10 de Maio: «Alana e a Lontra Lutra», de Alice Cardoso e Sandra Serra (Nova Gaia)

Entrega de Prémios «Uma Aventura»
6 de Maio, 14h30
Entrega dos Prémios «Uma Aventura», iniciativa da Editorial Caminho com a participação de 500 crianças que virão à Feira do Livro celebrar este momento com a presença das autoras da famosa colecção, Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães.

Sessões de Autógrafos na Praça Leya

Quinta-feira, 30 de Abril - 17h – Richard Zimler (Oceanos)

Sexta-feira, 1 de Maio - 15h - Sara Rodrigues e Cristiana Resina (ASA) //José Saraiva (Gailivro)
- 16h - Antonio Tabucchi/Inês Pedrosa/Pedro Almeida Vieira/ Rui Cardoso Martins (D.Quixote)// José Couto Nogueira (Livros D'Hoje)// Dulce Maria Cardoso (ASA) // Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada (Caminho)
- 16h30 - Ana Macedo (Gailivro)
- 17h - Marques Mendes (Oficina do Livro)// Gonçalo Pratas/Inês Pupo/Sara Monteiro/Alice Vieira/Ana Mafalda Leite (Caminho)
- 18h30 - Margarida Rebelo Pinto (Oficina do Livro)

Sábado, 2 de Maio- 15h - Álvaro Magalhães (ASA/ Texto)
- 15h30 - António Mota (Gailivro)
- 16h - António Lobo Antunes/Pepetela/José Eduardo Agualusa/Fernando Pinto do Amaral/ Mafalda Moutinho (D. Quixote)// Ondjaki/Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada/Ana Ferrão (Caminho)
- 16h30 - Pedro Leitão (Gailivro)
- 17h - António Garcia Barreto/Fernando Pádua/Teresa Paiva (Oficina do Livro)// António Torrado/Maria Alberta Menéres (ASA)// Camilo Lourenço (Livros D'Hoje) // Gonçalo Pratas/Inês Pupo/Alice Vieira/Luís Carlos Patraquim/João Melo (Caminho)
- 18h30 - Chakall (Oficina do Livro)

Domingo, 3 de Maio - 15h30 - José Fanha (Gailivro/ Texto)
- 16h - Rodrigo Guedes de Carvalho/Mário Cláudio/Rita Ferro/Urbano Tavares Rodrigues/José Eduardo Agualusa/Pepetela (D. Quixote)// Ondjaki/Daniel Sampaio (Caminho)
- 16h30 - Carla Nazareth/José Jorge Letria (Texto)// Maria Rosário Araújo (Gailivro)// Isabel do Carmo (Livros d´Hoje)
- 17h - Luísa Beltrão/Rita Ferro/Leonor Xavier/Catarina Fonseca/Alice Vieira (Oficina do Livro)// Jorge Vassallo/Carlos Carneiro (Livros D'Hoje)// Catarina Fonseca/Inês Pupo/João Melo (Caminho)
- 18h - Daniel Sampaio (Caminho)
- 18h30 - Paulo Oom/Helena Sacadura Cabral (Oficina do Livro)

Segunda-feira, 4 de Maio - 17h - Manuel Gusmão (Caminho)

Terça-feira, 5 de Maio - 18h - Maria Almira Soares/Manuel da Silva Ramos (D. Quixote)
- 18h30 - Manuela Júdice (D. Quixote)

Quarta-feira, 6 de Maio - 18h - João Rui de Sousa/Artur Portela (D. Quixote)
- 18h30 - Pedro Almeida Vieira (D. Quixote)

Quinta-feira, 7 de Maio - 18h - Rita Ferro/Vítor Serpa/José Jorge Letria (D. Quixote)// Danuta (Caminho)

Sexta-feira, 8 de Maio - 16h - Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada (Caminho)
- 17h - Paulo Teixeira/Manuel Gusmão/Gonçalo Pratas/Inês Pupo/Luís Carlos Patraquim (Caminho)
- 18h - Rui Cardoso Martins/Mafalda Moutinho/Manuel Alegre/Pepetela (D. Quixote)
- 18h30 - Filomena Cabral (Oficina do Livro)

Sábado, 9 de Maio - 15h - Júlio Isidro/Sara Rodrigues/Cristiana Resina (ASA)// Lúcia Vaz Pedro (Gailivro)
- 16h - Francisco Camacho (ASA)// Nuno Lopes/José Eduardo Agualusa/Fernando Pinto do Amaral/Pepetela/Pedro Almeida Vieira/Robert Wilson (D. Quixote)// Lara Xavier(Texto)// Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada (Caminho)
- 16h30 - Armindo Reis (Gailivro)
- 17h - Rui Araújo/Manuel Acácio/Inês de Barros Baptista/Vera Pyrrait (Oficina do Livro)// Rita Taborda Duarte (Caminho)
- 18h - Rachel Qaiano (Caminho)
- 18h30 - Fernando Dacosta/Carlos Matos Gomes (Oficina do Livro)

Domingo, 10 de Maio - 15h - Júlio Isidro (ASA)// Lúcia Vaz Pedro (Gailivro)
- 16h - António Torrado/Maria Alberta Menéres (ASA)// José Eduardo Agualusa/Lídia Jorge/Artur Portela(D. Quixote)// Alice Vieira(Texto)// Octávio Machado(Livros D'Hoje)// Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada (Caminho)
- 16h30 - José Jorge Letria (Texto)
- 17h - Maestro António Vitorino D'Almeida/José Jorge Letria (Oficina do Livro)// Margarida Santos(Gailivro)// Patrícia Reis (D.Quixote)// Daniel Sampaio /Danuta/Gonçalo Pratas/Inês Pupo/Gonçalo M.Tavares (Caminho)
- 17h30 - Pedro Queiroga Carrilho (Lua de Papel)
- 18h - Laurentino Gomes (Livros D´Hoje)
- 18h30 - Maria João Lopo de Carvalho/Laurinda Alves/Maria do Céu Santo (Oficina do Livro)
- 19h - José Bento dos Santos/João Paulo Martins (Livros d´Hoje) - com prova de vinhos
- 19h30 - Margarida Rebelo Pinto (Oficina do Livro)

Terça-feira, 12 de Maio - 18h - Cristovão Aguiar/Alice Vieira (D. Quixote)

Quarta-feira, 13 de Maio - 18h - Maria Teresa Horta/Inês Pedrosa (D. Quixote)

Quinta-feira, 14 de Maio - 18h - Patrícia Reis/António Gomes Dalmeida/Zé Manel (D.Quixote)

Sexta-feira, 15 de Maio - 16h - Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada (Caminho)
- 18h - João de Melo/José Sasportes/Manuel Alegre (D. Quixote)
- 19h - Pedro Vasconcelos/Francisco Salgueiro (Oficina do Livro)
- 21h - Paulo Teixeira/Manuel Gusmão/Luís Carlos Patraquim (Caminho)

Sábado, 16 de Maio - 15h - Danuta (Caminho)
- 16h - Dulce Maria Cardoso (ASA)// António Lobo Antunes/Maria Teresa Horta/João de Melo/ José Eduardo Agualusa (D.Quixote)// Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada (Caminho)
- 16h30 - João Piedade (Gailivro)
- 17h - Maria José Costa Félix (Oficina do Livro)// Sandro W. Junqueira/Atelier Elmer/Gonçalo Pratas/Inês Pupo/Alice Vieira (Caminho)
- 18h30 - Luísa Castel-Branco/Domingos Amaral (Oficina do Livro)

Domingo, 17 de Maio - 15h30 - Madalena Santos (Gailivro)
- 16h - José Eduardo Agualusa/Lídia Jorge (D.Quixote)// Isabel do Carmo (Livros d´Hoje)// Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada (Caminho)
- 16h30 - Urbano Tavares Rodrigues (D. Quixote)
- 17h - Rita Vilela/Margarida F. Santos/Eduardo Sá/Padre José Luís Borga/Fernando Nobre (Oficina do Livro)// Margarida Santos(Gailivro)// Daniel Sampaio/Alice Vieira/Gonçalo M.Tavares/Sandro W. Junqueira/Catarina Fonseca (Caminho)
- 18h - Nuno Júdice (D. Quixote)
- 18h30 - João Paulo Guerra/Baptista-Bastos/Mário Zambujal/José Manuel Saraiva (Oficina do Livro)

Feira do Livro - Programação da Bertrand

A Bertrand Editora apresenta um cartaz bastante recheado a pensar na 79ª edição da Feira do Livro de Lisboa, que arranca hoje, no já habitual Parque Eduardo VII. José Luís Peixoto, Francisco José Viegas, Manuela Gonzaga e Irene Pimentel serão apenas alguns dos autores convidados.

Aqui fica a Programação

- Sábado, 2 de Maio - Carlos Fogaça, 21h30
- Domingo, 3 de Maio - Maria Isabel Loureiro, 16h00
- Teresa Avelar, 18h00

- Sexta-feira, 8 de Maio - Clara de Almeida, 16h00
- Henrique Raposo (Lançamento), 18h00

- Sábado, 9 de Maio - Luís Raposo, 15h00
- José Luís Peixoto, 16h00
- Fernando Nobre, 17h00
- Manuel Moreira, 18h00
- Manuela Gonzaga, 18h30

- Domingo, 10 de Maio - Ester Silva, 15h00
- Francisco José Viegas, 16h00
- Irene Pimentel, 17h00
- Mário Soares, 18h00

- Sábado, 16 de Maio - Helena Vasconcelos, 15h00
- Artur Correia, 16h00

Feira do Livro de Lisboa


Tem hoje início a 79.ª edição da Feira do Livro de Lisboa. O evento deste ano apresenta algumas novidades, como o facto de se realizar mais cedo do que o costume e abrir e fechar as portas mais cedo do que tem vindo a ser habitual. A Feira decorre entre 30 de Abril e 17 de Maio e os horários são:

2.ª a 5.ª Feira
Das 12h30 às 20h30
6.ª e véspera de feriados
Das 12h30 às 23h00
Sábados
Das 11h00 às 23h00
Domingo
Das 11h00 às 22h00

O programa dos eventos previstos está disponível no site oficial (separador Programas), onde poderão também encontrar outras informações relacionadas com a Feira. Apesar de, por enquanto, ainda não estar disponível a lista de Livros do Dia, prevê-se que seja possível consultá-la em breve no site.

Para além das diferenças a nível de datas e horários, a Feira deste ano apresenta também pavilhões renovados, que tiveram alguma influência na nova disposição que esta vai ter. Até agora, o único sítio onde encontrei o mapa da Feira foi no site da editora Saída de Emergência, e podem consultá-lo aqui.

Conto passar na Feira ainda hoje e prometo tirar umas fotos e colocá-las aqui no blog :)

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Secretário Íntimo - Preboste ou Juiz ou Mestre Irlandês Intendente dos Edifícios ou Mestre em Israel: 6o. Grau, 7o. Grau, 8o. Grau, de Jorge Adoum

TRECHO:
Capítulo I
SEXTO GRAU – SECRETÁRIO ÍNTIMO
MESTRE POR CURIOSIDADE
MESTRE INGLÊS E SEUS MISTÉRIOS


1 – A história deste grau é absurda sob o ponto de vista real, porém, é muito interessante quanto ao seu conceito moral.
Vamos examinar o que diz a história do grau que, como todos os graus anteriores, atribui todos os ensinamentos maçônicos a Salomão, o Bíblico, o qual nada teve que ver com a Maçonaria.
Recordemos que, tratando-se da construção do Templo de Jerusalém, Hiram II, rei de Tiro, envia a Salomão um embaixador para fazer um Tratado de Aliança, contendo estipulações secretas que sejam somente conhecidas dos monarcas. Em virtude desse Tratado, Hiram enviou a Salomão os melhores arquitetos de seu país, grande número de obreiros e vários superintendentes inspetores para zelarem pelos trabalhos da construção, assim como alguns materiais necessários, tais como madeiras de cedro e abeto do Líbano, ouro das minas de suas possessões e pedras de Tiro. Em recompensa destes serviços, Salomão prometeu entregar-lhe, enquanto durasse a construção do Templo, vinte mil medidas de trigo, vinte de vinho, azeite puro, cevada e mel, e ceder-lhe, após a conclusão da obra, várias cidades do território da Galiléia!!! Salomão cumpria o pacto e a construção do Templo avançava prodigiosamente; tendo, porém, ocorrido a morte de Hiram Abif, as obras foram suspensas pelo tempo necessário, destinado à busca de seu cadáver, e, depois, à celebração de seus funerais.
A esses compareceu o rei de Tiro, mas em vez de retirar-se imediatamente com sua corte, visitou, excitado pela curiosidade, várias cidades da Galiléia, encontrando muitas arruinadas, os terrenos estéreis para o cultivo, e seus habitantes grosseiros e ignorantes.
Em virtude do que viu, votou a Jerusalém para exigir de seu aliado contas detalhadas daquilo que ele considerava um logro.
Dirigiu-se ao palácio de Salomão, e passando precipitadamente entre os guardas que o custodiavam, penetrou, irado, na sala de audiências. Salomão recebeu seu aliado com carinho, e os guardas se retiraram, deixando os dois soberanos a sós.
Um fiel servidor de Salomão de nome Johaben (Filho de Deus), ao notar a cólera no semblante do rei de Tiro, seguiu-o até a porta da câmara régia, e deteve-se para escutar.
Hiram notou a presença do indiscreto, e crendo estar sendo espreitado, tirou a espada para matar Johaben, mas, Salomão interviu e declarou a Hiram que este servidor era seu confidente, seu maior favorito e depositário de todos os negócios do reino, como seus PRÓPRIOS PENSAMENTOS.
Então, Johaben obteve o perdão, e ambos os soberanos concordaram que fosse reconhecido como SECRETÁRIO ÍNTIMO E QUE PRESENCIASSE O PACTO DE ALIANÇA QUE DE NOVO IAM CELEBRAR.
Esta é a origem do GRAU DE MESTRE POR CURIOSIDADE introduzido na Série Iniciática do Rito Escocês.

2 – Voltamos a insistir que SALOMÃO da Maçonaria é o ‘SOL-AMON-RA’, ou melhor: ‘AMEN-RA’, o que significa a TRINDADE NA DIVINDADE, como foi explicado na MAGIA DO VERBO, mas, não é o Salomão da Bíblia.
O primeiro SALOMÃO é o Homem Solar, o Iniciado, o Super-Homem ou Verdadeiro Maçom, a quem Deus apareceu em seu mundo interior e lhe deu sabedoria e riquezas incalculáveis. É a este Salomão que a Maçonaria Iniciática se refere em todos os seus graus.
Em todas as escolas iniciáticas e religiões antigas vemos sempre o símbolo espiritual materializado com uma figura pessoal: Osíris que significa LUZ INFALÍVEL foi materializado com uma figura humana. Assim, também, vemos Mitra, Krishna, Moisés e até o Cristo que é o SEGUNDO ATRIBUTO DA DIVINDADE representado por JESUS, o NAZARENO. Igualmente, ‘SOL-AMEN-RA’ foi feito ‘SALOMÃO’ da bíblia, e ao seu redor foram tecidas muitas lendas espirituais e foi considerado o Pai da Maçonaria.
O Salomão Bíblico ou Salomão da Bíblia NUNCA JAMAIS foi Iniciado, nem sábio. Os anais dos judeus e as fábulas dos árabes identificaram ou materializaram o Salomão Espiritual em Salomão filho de Davi.
Salomão nunca foi Iniciado, porque o verdadeiro Iniciado não pode ser tirano e conspirador. Ele roubou a seu irmão primogênito Adonias pela conspiração de sua mãe Betsabé, que foi cúmplice de morte de seu marido; até o suposto profeta Natan que reprovou a David o adultério, o assassínio de Urias e o casamento que seguiu ao assassínio, foi o mesmo que, depois ajudou a Betsabé a colocar Salomão no trono roubado a Adonias.
O Iniciado não assassina; Salomão começou seu reinado à maneira turca, isto é, degolando seu irmão Adonias porque este lhe pediu a graça de casar-se com Abisag, aquela jovem que foi entregue a David para rejuvenescer sua velhice.
O Iniciado não se entrega a mil mulheres, setecentas esposas e trezentas concubinas, nem tampouco oferece incenso e adoração aos ídolos de todas elas.
O Iniciado não ordena que: ‘mate a Joab (embora estivesse refugiado num cornijal do altar), para depois dizer: ‘e assim não seremos responsáveis nem eu e nem minha casa pelo sangue de Joab’. Creio que estas citações da Bíblia são suficientes para demonstrar a crueldade, a tirania e a libertinagem de Salomão, o Bíblico. Nem Calígula, nem Nero inauguraram seus reinados com crimes tão atrozes.

3 – Salomão, da Bíblia, não foi sábio; seus provérbios são, em vários pontos, triviais, incoerentes, de mau gosto e sem objetivo. Capítulos inteiros estão dedicados a mulheres perdidas que convidam aos que passam pela rua a dormirem com elas. Que o leitor julgue esta sentença do sábio: ‘Há três coisas insaciáveis, e uma quarta que não diz: chega: o sepulcro, a matriz, a terra que nunca se vê saciada de água, e o fogo que é a quarta que não diz jamais: chega’. (Provérbios, Cap. XXX, vers. 15 e 16). Vemos este outro: ‘Há três coisas difíceis e ignoro a quarta: o caminho que a águia faz no ar, o caminho que a serpente faz sobre a pedra, o caminho do navio no mar e o caminho do homem para a mulher’. (Provérbios, Cap. XXX,vers. 18 e 19). Se o sábio que teve mil mulheres não sabe o caminho do homem para a mulher, mal podemos sabê-lo nós outros que temos uma ou não temos nenhuma. Estas poucas explicações são suficientes para compreender que quando nos referimos a SALOMÃO, em nossos graus, designamos a ‘SOL-AMEN-RA’, o SUPER-HOMEM, QUE FAZ RESSUSCITAR O CRISTO, QUE MORA EM CADA UM DE NÓS, ASSASSINADO POR NOSSA IGNORÂNCIA, AMBIÇÃO E ÓDIO, COMO FOI MORTO HIRAM ABIF, MITRA, KHRISNA, JESUS, ETC.

4 – ESTE É O SALOMÃO DO MAÇON E NENHUM OUTRO.

5- Os símbolos do sexto grau são os seguintes:

Câmara negra: é o mundo interno do homem.
Nove luzes: por três de três e o Triângulo de Ouro. As nove luzes designam o número da humanidade (consultar o 3.° grau de Mestre Maçom, o Novenário e a Unidade). O Triângulo de Ouro representa a Trindade de Deus e do homem (Ver o Grau de Aprendiz: A Trindade e a Unidade). A cor amarela ouro é a intelectualidade.
Sala Circular Vermelha: É o corpo do homem visto por dentro, isto é, o homem interno, e também simboliza o Círculo com todos os seus significados.
Dois Tronos: de Salomão e do Rei Hiram II de Tiro; simbolizam a subconsciência e a consciência no homem.
Cetro e Espada Flamígera: representam o Intelecto e a autoridade.
Duas Poltronas no Ocidente: os dois pólos do corpo – o ATIVO e o PASSIVO.
Guarda Capitão e Guarda Tenente: o mesmo significado anterior dos pólos positivo e negativo.
Uma Picareta, uma Alavanca e um Malhete: a Picareta é o TAU (T); a Alavanca é a Vontade que tendo um ponto de apoio pode levantar o mundo, como disse Arquimedes; o TAU (T) dos antigos se fez CRUZ, e, a CRUZ se converteu em Espada – PODER em mãos do SUPER-HOMEM, como veremos depois.
Berith, Neder, Schilemoth: Três palavras que significam: ‘Prometo aliança íntegra’; é o pacto entre o espírito e a matéria, e por último: SABER CALAR E ESTUDAR O OUTRO EU.

6 – A INICIAÇÃO: A iniciação deste Grau está baseada na lenda que lhe deu origem. Vamos penetrar em nosso mundo interno para decifrar os mistérios do sexto Grau.
A Liturgia dispõe que, ao começar, o Mestre Ilustre que representa Salomão (face da Trindade: SUBCONSCIÊNCIA), permaneça só no TEMPLO (CORPO). Em seguida, entra no Templo o Primeiro Vigilante (MENTE SUPERIOR) que representa Hiram II, Rei de Tiro, atravessa rapidamente a antecâmara para pedir a Salomão o comprimento do pacto estabelecido. Estes dois reis que representam também os dois pólos do homem, os quais, se não se unem em alguma parte, sua energia permanecerá inútil.
JOHABEN, que significa FILHO DE DEUS, manifesta-se no homem pelos dois pólos, aproveitando a dualidade da Unidade para formar a TRINDADE. A mente consciente, ou Rei de Tiro, indigna-se, como intelecto, pela presença daquele intruso, mas, a subconsciência, ou Salomão, lhe convence que o intruso esteve sempre oculto neles e com eles. Porém, eles não o sentiam porque ambos estavam dedicados à satisfação de suas paixões e inclinações, e por isto não puderam sentir, antes, sua presença. Hoje o Templo está terminado e está em perfeitas condições, e o FILHO DE DEUS tem que se manifestar em sua CASA-TEMPLO, ou corpo.

7 – O próprio título do 6.° Grau encerra um significado esotérico e outro exotérico. Representa os dois SALOMÃOS: Como Secretário Íntimo, pertence a SOL-AMEN-RA, o Iniciado em seu MUNDO INTERNO, e como Mestre por Curiosidade, leva o selo do exoterismo de Salomão, o Rei Bíblico.

8 – A Bíblia também confirma o precedente quando diz: ‘O templo de Salomão foi construído e nenhum obreiro ouvia o golpe de martelo de outro obreiro’. Isto não pode ser verídico num Templo cujas dimensões internas não atingem a quase vinte metros de comprimento. Disto se deduz que, quando se fala do TEMPLO QUE NÃO FOI CONSTRUÍDO COM GOLPES DE MARTELO, designa-se o CORPO-TEMPLO DE DEUS VIVO e não o Templo Material construído pelo Rei Salomão.

9 – CONHECE-TE A TI MESMO: O maior conhecimento é o conhecimento de si mesmo. A Maçonaria foi a depositária de todos os conhecimentos antigos, e para que esse tesouros não fossem perdidos, colocou-os no coração do HOMEM e fechou-os com chaves misteriosas, que são os símbolos. Nós outros, ao percorrer o caminho assinalado pela Maçonaria, podemos alcançar aquela única fonte do conhecimento donde procedem todos os ensinamentos que lutam para abrir roteiros para uma melhor compreensão da vida. A fonte de toda sabedoria é o HOMEM, O HOMEM FONTE E AUTOR DE TODA DOUTRINA RELIGIOSA, FILOSÓFICA, CIENTÍFICA E SOCIAL.
Aqueles que se conformam apenas com a parte externa da religião ou da Maçonaria, aqueles que se conformam em, tão-somente, ostentar UM ALTO GRAU DENTRO DA ORDEM HIERÁRQUICA, PASSAM PELA VIDA SEM COMPREENDER SUA MISSÃO E A VERDADEIRA MENSAGEM DA MAÇONARIA.

Lei 14.675 - Código Estadual do Meio Ambiente de Santa Catarina



O premiado Governador de Santa Catarina, Luis Henrique da Silveira (vencedor do prêmio MOTOSSERRA DE OURO 2006) sancionou em 13 de abril deste ano (2009) o novo Código Estadual do Meio Ambiente, Lei 14.675, mais conhecida como CÓDIGO FLORESTAL.





Uma lei INCONSTITUCIONAL que visa derrubar o Código Ambiental Federal.



Santa Catarina, o Estado que mais desmata a Mata Atlântica, mais uma vez na vanguarda da DESTRUIÇÃO AMBIENTAL !!!





Só lembrando...



O prêmio MOTOSSERA DE OURO de 2006 vai para... LUIS HENRIQUE DA SILVEIRA

Segundo dados divulgados em 2006 pela Fundação SOS Mata Atlântica, o Estado de Santa Catarina foi o campeão em desmatamento no período de 2000 a 2005. Neste período Santa Catarina aumentou seu índice de desmatamento em 8%, suprimindo 48.000 hectares, enquanto que os outros 7 estados juntos desmataram 46.000 hectares.

O pior disso tudo é que os desmatamentos foram intensos na região da floresta com araucárias, que é o ecossistema mais ameaçado de extinção da Mata Atlântica, restando menos de 3%. Só para dar uma idéia, na área do atual Parque Nacional das Araucárias e seu entorno, de 2000 a 2004 foram desmatados 3.700 hectares, muitos deles com a autorização da própria FATMA, autorizando o corte de araucárias centenárias, como se fosse estágio inicial.

Em fevereiro de 2006, o então Governador de Santa Catarina, entrou com uma Ação de Inconstitucionalidade questionando a Lei que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação e os decretos que criaram o Parque Nacional das Araucárias, a Estação Ecológica da Mata Preta e o Parque Nacional da Serra do Itajaí, numa medida claramente eleitoreira e contra todos os princípios da conservação do meio ambiente. Questionar a Lei do SNUC é inclusive uma afronta nacional.

O Sr. Luiz Henrique da Silveira, enquanto governador, comandou um forte lobby contrário à criação de Unidades de Conservação na floresta com araucárias. Este lobby foi responsável por criar um verdadeiro clima de terror na população dos municípios onde foram realizados os estudos para a criação das UCs. Para se ter uma idéia da gravidade da situação, basta lembrar que as consultas públicas só foram realizadas graças ao apoio da polícia federal.

Em abril de 2006, o Governo do Estado de Santa Catarina promove outro atentado às Unidades de Conservação, quando através do Decreto nº 4.273 transfere à empresa SC Parcerias, uma sociedade anônima, a área do Parque Florestal do Rio Vermelho, numa ação clara de inconstitucionalidade, ao transferir patrimônio público à iniciativa privada.

Assessoria de Comunicação da RMA.

(Fragmento retirado do site http://www.ecolnews.com.br/motoserra_de_ouro.htm)

E tem mais !!! O próximo alvo do Exterminador, ops, digo... Governador é a EXTINÇÃO do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro.





CLIQUE NA IMAGEM ACIMA PARA FAZER O DOWNLOAD DO CÓDIGO (ANTI-)FLORESTAL

Lei 14.675 - Código Estadual do Meio Ambiente de Santa Catarina



Feira do Livro de Lisboa vai possuir um espaço para troca de livros

Pela primeira vez na Feira do Livro de Lisboa vai existir um espaço para troca de livros. O projecto chama-se «Lisboa, encruzilhada de Mundos», e reuniu 600 livros em diversas línguas estrangeiras, português e braille. O Instituto Camões e o Instituto do Livro, associações e institutos de línguas contribuíram para esta iniciativa.

Haverá ainda espaço para um debate sobre o «bookcrossing» como «biblioteca global» e iniciativas em parceria com as bibliotecas municipais, como as frases e poemas do dia.

Feira do Livro de Lisboa: sessão de autógrafos da Guerra e Paz

Na 79.ª edição da Feira do Livro de Lisboa, a Guerra e Paz tem agendadas as seguintes sessões de autógrafos:

-1 de Maio, 16h -Aristides de Sousa Mendes - Miriam Assor
17h - 12 Erros que Mudaram Portugal -João Vasco Almeida e Rui F. Baptista

- 2 de Maio, 16h - Maddie A Verdade da Mentira - Gonçalo Amaral
- 3 de Maio, 16h - Lobito - António Mateus
17h - Ser Bom Aluno ‘Bora Lá? e O Fim da Guerra dos Sexos - Jorge Rio Cardoso

Feira do Livro: Sessões de autógrafos da Sextante Editora

A Sextante Editora tem agendadas para a 79.ª Feira do Livro de Lisboa, entre as 17 e as 19 horas as seguintes sessões de autógrafos:
- Domingo, 3 de Maio - Cristina Carvalho e António Brito.
- Sábado, 9 de Maio - Jacinto Rego de Almeida; Nuno Rogeiro e António Bagão Félix.
- Domingo, 10 de Maio - Filomena Marona Beja e Teolinda Gersão.
- Sábado, 16 de Maio - Cristina Carvalho e António Brito
- Domingo, 17 de Maio - Maria Isabel Barreno; Teresa Salema e Nuno Rogeiro

Pedro Braga Falcão | Do Princípio

1- O que representa, no contexto da sua obra, o livro «Do Princípio»?
R- O livro «Do Princípio» significa exactamente o seu título. É o primeiro livro que publico. Além disso, gosto da polissemia, dos diversos sentidos latentes nesta expressão. No contexto da minha poesia, este livro resulta da selecção de três ciclos que foram escritos em fases diferentes da minha vida, «Odes de uma Jovem Ausência», no ano de 2005, «A Arte da Fuga», em 2007, e finalmente «O Monólogo de Cassandra», em 2008. Apesar de ter bastante mais poesia escrita, considerei que estes três livros de certa forma consistiam num todo, que pretende mostrar fases diferentes por que naturalmente um poeta passa ao longo do seu crescimento como pessoa e autor, especialmente no caso de um homem ainda jovem, como eu sou. Publicar um livro, especialmente um primeiro, provocou-me sentimentos ambíguos. Quando o vi impresso, foi dos momentos mais felizes da minha vida. Os dias que antecederam e que sucederam a esse momento foram de intensa agonia. A minha intenção quando escrevo não é, à partida, publicar. Obedeço-me, simplesmente. Daí que este livro seja à partida uma traição a mim próprio: é doloroso ver-me assim tão desprotegido naquelas páginas. Porque o fiz? Talvez por esse momento em que entrei na Cotovia e vi as minha letras espalhadas num papel que já não me pertencia. Lembrar-me-ei para sempre desse sentimento. É extraordinariamente verdadeiro. Gostava de poder dizer que foi por simples generosidade que o fiz, mas muito sinceramente não sei ser crítico da minha própria criação, que tem para mim um valor que nunca terá para ninguém. Que alguém possa sentir num verso por mim escrito a força que as palavras têm em unir-se; é essa, julgo, a intenção mais altruísta deste princípio.

2- Qual a ideia que esteve na origem do livro?
R- Como já referi, o livro consiste em três ciclos diferentes, e portanto não existe uma só ideia que lhes presida aos três ciclos. Não consigo precisar que ideia, se é que ela existe, está na origem de cada um destes três livros. Em relação às «Odes de uma Jovem Ausência», muito sinceramente, considero que não interessa fazê-lo. Talvez ajude na «Arte da Fuga» se o leitor atentar nas pessoas dos verbos. Uma possível «ideia» deste ciclo passa por aí. Em relação ao último, «O Monólogo de Cassandra», posso precisar o que me levou a escrevê-lo. O livro nasceu alguns anos antes de ser escrito, numa aula de Literatura Grega, com o grande mestre Pedro Serra, que no seu discurso sinfónico falava de Cassandra, a desgraçada sacerdotisa que, por castigo divino, foi amaldiçoada com o dom de prever a verdade, mas sem que nunca alguém lhe acreditasse. Pouco depois olhava para o rosto de uma grande amiga minha, que fora minha professora de História, e que por acaso encontrara na faculdade e convidara para assistir a esta aula. Estavam cobertos de lágrimas os seus olhos claros. Foi pelo mito e por esses olhos que escrevi este ciclo. E também por uma outra Cassandra de si própria, e ainda por todos os homens que na verdade ou na mentira se julgam Cassandra.

3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Depois de «Cassandra» já tenho outras coisas escritas; de momento escrevo um ciclo que eu considero «de estudo», que procura explorar o ritmo sincero da língua. Fujo um pouco ao sistema métrico convencional; prefiro criar a minha própria poética, com base nos meus estudos não só linguísticos e literários, mas também musicais. Há ainda muito para explorar no som da nossa própria língua. Enfim, como disse, são apenas estudos, e por enquanto não me sinto verdadeiramente feliz com os resultados. Não que o esteja em relação a todos os meus poemas mais «espontâneos», digamos assim. Gosto de trabalhar os versos apenas até a um razoável limite, que coincide quase sempre com a minha incapacidade de fazer melhor ou com a física destruição dos mesmos. Humana condição.
__________
Pedro Braga Falcão
Do Princípio
Livros Cotovia, 13€

A. M. Pires Cabral | Arado


1 - O que representa, no contexto da sua obra, o livro «Arado»?
R - Representa um reaproximar da minha poesia daquele que foi o seu espaço de inspiração original: a realidade nordestina. Como se me estivesse preparando para fechar completamente o círculo. Só que, desta vez, a poesia saiu-me complicada com outro tipo de considerações, metafísicas e escatológicas, que no primeiro livro (Algures a Nordeste, 1974) ou não estavam presentes, ou estavam apenas em embrião.

2 - Qual a ideia que esteve na origem do livro?
R – Essa mesmo de que acabei de falar: fechar o círculo, acomodar-me à terra, reaproximar-me da matriz telúrica e cultural. Para, com infinito desalento, verificar que essa raiz está em vias de secar. Daí o tom elegíaco do livro que alguém já notou.

3 - Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R – De momento, estou de pousio (termo do Nordeste que se aplica às terras que não foram semeadas e aguardam oportunidade de o serem). Amanhã logo se vê. De todo o modo, o computador não está inactivo: tenho alimentado o bichinho, juntando mais uns quantos verbetes ao dicionário de regionalismos trasmontanos que ando há décadas a elaborar aos poucos, quando tenho uma nesgazinha de vagar. Dicionário esse que também é, à sua maneira, uma elegia ao Nordeste que foi.
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A. M. Pires Cabral
Arado
Livros Cotovia, 13€

Feira do Livro de Lisboa: Publicações Europa-América destaca…

Feira do Livro de Lisboa tem início amanhã e prolonga-se até 17 de Maio

Em tempos de crise as feiras do livro são excelentes oportunidades para os leitores adquirirem os seus livros favoritos a um preço mais acessível. Por isso mesmo, as Publicações Europa-América apresentam, na 79.ª edição da Feira do Livro de Lisboa, as suas novidades editoriais na área da ficção e não ficção, bem como aqueles títulos intemporais que fazem falta em qualquer biblioteca doméstica.

Este ano os principais destaques da Europa-América são:

Sonhar as Estrelas, de Linda Gillard (nova autora em Portugal) - Marianne Fraser, cega à nascença e viúva, encontra consolo e expressão na música, um amor que partilha com Keir, um homem com quem se cruza numa noite de Inverno. Embora vários homens tenham surgido na vida de Marianne, Keir parece ser a sua alma gémea. Mas pode Marianne confiar nos seus sentimentos por este desconhecido solitário que quer levá-la para a sua casa na ilha de Skye e mostrar-lhe as estrelas?

Uma Desgraça de Muralha e O Túmulo do Tesouro, de Terry Deary ­ Dois títulos de «Histórias Horríveis ­ Histórias Sangrentas» uma nova série d’ Os Horríveis. Em Uma Desgraça de Muralha acompanha as aventuras de duas tribos terríveis: os Pictos e os Bretões. Dois soldados romanos têm agora a tarefa bué difícil de guardar a muralhas isto se querem continuar a ter a cabeça agarrada ao pescoço! Em O Túmulo do Tesouro podes acompanhar o funeral do malvado faraó Tutankhamon. Chegou o momento pelo qual o maior ladrão do Egipto tanto esperava! Será que ele e a sua quadrilha vão conseguir assaltar o túmulo do faraó e conseguir safar-se com o maior roubo de todos os tempos?

A Guerra das Salamandras, de Karel Capek - O Homem descobre uma espécie de salamandra altamente inteligente e aprende a explorá-la, escravizando-a, mas algo corre mal. Na sua ânsia para desenvolver ainda mais as capacidades das salamandras (a fim de as poder usar), o Homem vai dar-lhes todas as armas necessárias para que elas estejam em posição de desafiar o lugar do ser humano no topo da cadeia animal. A guerra está iminente e a destruição do ser humano é uma realidade.

Entre os Canibais - Aventuras e Desventuras no Rasto de um Ritual Apetitoso!?, de Paul Raffaele - Das ruas da cidade do México às terras altas da Nova Guiné, Paul Raffaele brinda-nos com um relato sobre a milenar história do canibalismo que funde o jornalismo gonzo com aventuras de Indiana Jones. Em 2008, o New York Post elegeu Entre os Canibais ­ No Rasto de Um Ritual Negro uma das dez melhores leituras de Verão.
Para Além de O Segredo 2, de Brenda Barnaby - No seu novo livro, Brenda Barnaby apresenta-nos o resultado das suas investigações em duas áreas fundamentais. O primeiro diz respeito às leis que regem o Universo. O segundo é a importância do bem-estar e da segurança económica para desfrutar plenamente da vida sentimental e afectiva, dos sucessos profissionais e laborais, da vida em família, do enriquecimento intelectual, da solidariedade, da prática de exercícios criativos e de actividades de lazer ou viagens que ampliam horizontes.

A Chave Para Viver a Lei da Atracção, de Jack Canfiel (autor do best-seller Canja de Galinha para a Alma) e D. D Watkins - Este guia detalhado auxilia-o a atingir sonhos, metas e ambições, e a sua viagem começa neste preciso momento. Você pode mudar a sua vida e criar um futuro fantástico cheio de amor, alegria e abundância.

O Legado 731, de Lynn Sholes e Joe Moore - Quando um homem vitimado por uma terrível doença entra nas instalações da Satellite News Network e, pouco antes de morrer, murmura duas palavras ao ouvido de Cotten Stone ‹ «Agulhas Negras» ‹ ninguém podia prever que poucos dias depois mais mortes se seguiriam em todo o mundo. Mais um incrível mistério para Cotton Stone resolver.

A Paciente Misteriosa, de P.D. James - Quando Rhoda Gradwin, uma famosa jornalista de investigação, é internada na clínica privada do Sr. Chandler-Powell, em Dorset, para uma operação de rotina, nada fazia prever a sua morte súbita.
A vida em Cheverell Manor, a pitoresca casa de campo que alberga a clínica, é perturbada quando uma segunda vítima é encontrada. Que mistérios encerra Cheverell Manor? Quem matou os dois pacientes?

As Crónicas dos Elfos ­ Lliane, de Jean-Louis Fetjaine - Sob o comando de um monge, uma colónia humana decide instalar-se na floresta de Éliande, a fim de aí serem construídas igrejas e aldeias. Os Elfos punem radicalmente esta intrusão e só o jovem Maheolas consegue escapar a esta investida. Contudo, este incidente revela-se o menor dos males, pois a partir desse momento os lobos negros, sedentos de sangue, semearão o terror por toda a parte. Mas no horizonte desponta ainda uma outra ameaça: a princesa Liane, uma jovem elfo que se entrega às aventuras e às provas que farão dela a rainha guerreira.

A Filha do Partisan, de Louis de Berniéres - Quando Chris se cruza com Roza numa paragem de autocarro em Londres, nos anos 70, e a confunde com uma prostituta, não podia prever que a sua vida ia mudar para sempre. Após o embaraço inicial, Roza convida-o para tomar café em sua casa, no cinzento bairro de Archway. Uma lindíssima história de amor improvável entre Roza, uma terna e tagarela Sherazade, e o peculiar Chris encantado pelas suas histórias.

Porto Editora lança colecção Gestão e Negócios - Aprenda com os Clássicos

A Ideias de Ler publica, a 7 de Maio, e em simultâneo, quatro títulos que formam a colecção Gestão e Negócios – Aprenda com os Clássicos. Estes livros constituem a reinterpretação e súmula de clássicos de gestão, auto-ajuda empresarial, estratégia militar… adaptando-os ao actual contexto dos negócios e das finanças pessoais. Cada título pretende ser um manual simples e conciso sobre os principais contributos que as ideias centrais de cada uma das obras de referência.
Os quatro livros agora editados – Pense e Fique Rico de Napoleon Hill; A Arte da Guerra de Sun Tzu; O Príncipe de Maquiavel; Como Fazer Fortuna de Benjamin Franklin – baseiam-se em referências incontornáveis de várias gerações de gestores.
Assim, utilizando uma linguagem directa e cheia de exemplos práticos, esta colecção pretende ilustrar a contemporaneidade das ideias presentes em alguns dos mais famosos, inspiradores e úteis livros. Salvaguarda-se que estas reinterpretações não pretendem, de forma alguma, substituir a leitura dos textos originais.



Título: A Arte da Guerra de Sun Tzu
Colecção:
Gestão e Negócios – Aprenda com os Clássicos
Autor: Karen McCreadie
N.º de Págs: 120
Encadernação: Capa mole
PVP: 14,90 €




Título: Como Fazer Fortuna de Benjamin Franklin
Colecção: Gestão e Negócios – Aprenda com os Clássicos
Autor: Steve Shipside
N.º de Págs: 120
Encadernação: Capa mole
PVP: 14,90 €







Título: Pense e Fique Rico de Napoleon Hill
Colecção:
Gestão e Negócios – Aprenda com os Clássicos
Autor: Karen McCreadie
N.º de Págs: 136
Encadernação: Capa mole
PVP: 14,90 €






Título: O Príncipe de Nicolau Maquiavel
Colecção:
Gestão e Negócios – Aprenda com os Clássicos
Autor: Tim Phillips
N.º de Págs: 120
Encadernação: Capa mole
PVP: 14,90 €

Pequena nota

Passámos ontem a marca dos 200.000 pageviews do blog.
Muito obrigado a todos.

Eu e as Mulheres da Minha Vida

Autor: Tiago Rebelo
Editor: Editorial Presença
Páginas: 212
ISBN: 978-972-23-3106-7

Sinopse:
Quem é que, tendo uma vida banal, não sonha com outra mais extraordinária? Que circunstâncias na vida de uma pessoa fazem com que esta se altere de um momento para o outro, quando já nada o faria prever? É destas e doutras perplexidades metafísicas que trata esta obra, através da história de Zé, um homem sem ambição que entra na inevitável crise dos 40, cinco anos antes de os completar. Zé é um bancário desinteressado que trabalha pela necessidade de pagar as contas e adormece a praticar zapping no sofá. Porém, um dia, tudo se altera. Uma promoção inesperada no banco e o súbito interesse por ele de Cátia, uma autêntica Mónica Bellucci, vêm revolucionar a rotina entediante em que se transformara a sua vida. Depois disto nada será como antes. Mas conseguirá Zé ultrapassar esta fase vertiginosa e recuperar o equilíbrio sem consequências dramáticas para o seu casamento? Editado inicialmente em 2003 sob pseudónimo, Eu e as Mulheres da Minha Vida é uma obra à parte na prodigiosa carreira de Tiago Rebelo, autor aplaudido por milhares de leitores e publicado em diversos países.

Depois da decepção que foi Cold Mountain, voltei a ler um autor português de que gosto muito e que não me desiludiu. Tiago Rebelo escreve “Eu e as mulheres da minha vida”, cujo registo leve, realista e divertido surpreende. A obra foca muitos dos problemas conjugais e pessoais com que as pessoas se debatem e leva-nos a pensar.

O protagonista Zé é o típico chefe de família: sedentário, pouco preocupado em ajudar nas tarefas domésticas, cumpridor do seu horário de trabalho das 9h às 18h, sem ambição e fã das jantaradas com os amigos. No seu entender, o seu mundo é quase perfeito. Até que um dia, face a uma atitude violenta do seu filho Quico e por rebeldia própria, decide repensar a sua vida. E, de repente, tudo o que antes Zé encarava apenas como miragem, como realidade num futuro noutro planeta, começa a realizar-se sem que, para tal, ele se esforce. Os seus alicerces são abalados e o pacato bancário vê-se confrontado com a famosa crise dos 40.

São os problemas amorosos, familiares e sociais de Zé que acompanhamos durante todo o livro. De forma divertida, mas sempre crítica, o autor mostra-nos como o protagonista descobre novos horizontes. De certa forma, o objectivo essencial do livro passa por mostrar que nem sempre aquilo que se sonha/quer traz felicidade, mas permite-nos redescobrirmo-nos, começando uma vida diferente. As mudanças em si podem trazer um fundo que beneficia todos e dão uma nova oportunidade às pessoas, sem que se guardem ressentimentos e com consequências favoráveis para a vida futura de cada um.

Este livro, quase numa toada de confissão, é uma leitura extremamente cativante. Abre-nos portas para o universo masculino, permitindo aos leitores conhecer a perspectiva destes face a este tipo de crises emocionais – algo a que, muitas vezes, é dada pouca relevância. Tiago Rebelo criou uma personagem extremamente verídica que, embora seja merecedora de críticas, mostra um lado sensível e quase infantil a que não se fica indiferente. Para além do mais, em contraposição ao tom sério da temática, estão garantidas belas gargalhadas que tornam a leitura fluida e muito aprazível.

8/10 - Muito Bom

terça-feira, 28 de abril de 2009

Das Palavras às Imagens (II)

Os filmes do “Planeta dos Macacos“ foram dos filmes de ficção científica com maior sucesso, marcando a história do cinema durante as décadas de 60/70. Ajudados por um mundo politicamente activo e em efervescência, em plena mudança, os filmes foram um dos grandes sucessos cinematográficos daquelas décadas. A forma como os actores foram caracterizados e os efeitos especiais avançados para a altura, além dos argumentos com imensas críticas sociais, levaram a que um imenso público, de todas as gerações, idolatrassem esta saga.

Curiosamente, e ao contrário do que se podia prever, os filmes apenas vão buscar alguns pontos essenciais do livro, existindo algumas diferenças substanciais, como por exemplo, o filme ser passado na Terra, e não num planeta distante como no livro, o que, para mim, valorizou, e muito, os filmes; aquela última cena do primeiro filme (ver imagem ao lado) é tocante, sendo considerado um dos melhores finais de sempre.

A história deu origem a 6 filmes: “O Homem que veio do Futuro” é o primeiro, donde o homem embarca numa viagem intergaláctica, que depois vimos ser uma viagem no tempo, aterrando num planeta onde os macacos escravizam humanos. É o filme onde mais absorve a história do livro embora deixando algumas pontas soltas.

“O segredo do Planeta dos Macacos” é a sequela, embora com alguns momentos mais fracos, do que o primeiro filme, tendo um final apocalíptico.

“Fuga do Planeta do Macacos” é o 3.º capítulo da saga, sendo o filme mais divertido de todos. Desta vez a história gira ao contrário: 3 macacos inteligentes do futuro voltam ao passado, surpreendendo os humanos; o filme vai-se tornando numa grande sátira social, tendo um final verdadeiramente dramático e inteligente.

A conquista do Planeta dos Macacos“ e “A Batalha pelo Planeta dos Macacos” completam esta saga. Os dois filmes são os mais violentos, e onde a crítica social é mais dura, não perdendo a inteligências dos anteriores.

Por fim, o realizador Tim Burton, na década de 90, pegou nessa história e fez um remake inteligente da trama, embora com ligeiras diferenças.

“O Planeta dos Macacos“ ainda teve direito a uma série televisiva e de desenhos animados, as quais ainda não vi, além de ser um dos filmes onde o imenso merchandising leva a que as sucessivas gerações não esqueçam uma saga que merece ser sempre recordada.

Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicológicos - Primeiro Ano – 1858

TRECHO:
Introdução
Revista Espírita, janeiro de 1858
A rapidez com a qual se propagaram, em todas as partes do mundo, os fenômenos estranhos
das manifestações espíritas, é uma prova do interesse que causam. Simples objeto de
curiosidade, a princípio, não tardaram em despertar a atenção dos homens sérios que
entreviram, desde o início, a influência inevitável que devem ter sobre o estado moral da
sociedade. As idéias novas que deles surgem, se popularizam cada dia mais, e nada poderia
deter-lhes o progresso, pela razão muito simples de que esses fenômenos estão ao alcance
de todo mundo, ou quase todo, e que nenhuma força humana pode impedi-los de se
produzirem. Se os abafam em algum ponto, eles reaparecem em cem outros. Aqueles, pois,
que poderiam, nele, ver um inconveniente qualquer, serão constrangidos, pela força das
coisas, a sofrer-lhes as conseqüências, como ocorreu com as indústrias novas que, na sua
origem, feriram interesses privados, e com as quais todo o mundo acabou por se ajeitar,
porque não se poderia fazer de outro modo. O que não se fez e disse contra o magnetismo!
E, todavia, todos os raios que se lançaram contra ele, todas as armas com as quais o
atingiram, mesmo o ridículo, se enfraqueceram diante da realidade, e não serviram senão
para colocá-lo mais e mais em evidência. É que o magnetismo é uma força natural, e que,
diante das forças da Natureza, o homem é um pigmeu semelhante a esses cãezinhos que
ladram, inutilmente, contra o que os assusta. Há manifestações espíritas como a do
sonambulismo; se elas não se produzem à luz do dia, publicamente, ninguém pode se opor a
que tenham lugar na intimidade, uma vez que, cada família, pode achar um médium entre
seus membros, desde a criança até o velho, como pode achar um sonâmbulo. Quem, pois,
poderia impedir, a qualquer pessoa, de ser médium ou sonâmbula? Aqueles que combatem a
coisa, sem dúvida, não refletiram nela. Ainda uma vez, quando uma força é da Natureza,
pode-se detê-la um instante: aniquilá-la, jamais! Não se faz mais do que desviar-lhe o curso.
Ora, a força que se revela no fenômeno das manifestações, qualquer que seja a sua causa,
está na Natureza, como a do magnetismo; não será aniquilada, pois, como não se pode
aniquilar a força elétrica. O que é preciso fazer, é observá-la, estudar-lhe todas as fases para,
delas, deduzir as leis que a regem. Se for um erro, uma ilusão, o tempo lhe fará justiça; se
for a verdade, a verdade é como o vapor: quanto mais se comprime, maior é a sua força de
expansão.
Espanta-se, com razão, que, enquanto na América só os Estados Unidos possuem dezessete
jornais consagrados a essas matérias, sem contar uma multidão de escritos não periódicos, a
França, o país da Europa, onde essas idéias foram mais prontamente aclimatadas, não
possua um único[1] (1). Não se poderia, pois, contestar a utilidade de um órgão especial,
que mantenha o público ao corrente dos progressos desta ciência nova, e o premuna dos
exageros da credulidade, tão bem quanto contra o ceticismo. É essa lacuna que nos
propomos preencher com a publicação desta revista, com o fim de oferecer um meio de
comunicação a todos aqueles que se interessam por estas questões, e de ligar, por um laço
comum, aqueles que compreendem a Doutrina Espírita sob o seu verdadeiro ponto de vista
moral: a prática do bem e da caridade evangélica com relação a todo o mundo.
Se não se tratasse senão de uma coleta de fatos, a tarefa seria fácil; eles se multiplicam,
sobre todos os pontos, com uma tal rapidez, que a matéria não faltaria; mas, os fatos
unicamente tornar-se-iam monótonos, pela seqüência mesma do seu número e, sobretudo,
pela sua semelhança. O que é preciso, ao homem que reflete, é alguma coisa que fale à sua
inteligência. Poucos anos decorreram desde a aparição dos primeiros fenômenos, e já
Introdução
estamos longe das mesas girantes e falantes que não foram senão a infância. Hoje, é uma
ciência que descobre todo um mundo de mistérios, que torna patente verdades eternas, que
não foram dadas senão ao nosso espírito de pressentir; é uma doutrina sublime que mostra
ao homem o caminho do dever, e que abre o campo, o mais vasto, que ainda fora dado à
observação do filósofo. Nossa obra seria, pois, incompleta e estéril se permanecesse nos
estreitos limites de uma revista anedótica, cujo interesse seria bem rapidamente esgotado.
Talvez nos contestem a qualificação de ciência que damos ao Espiritismo. Ele não poderia,
sem dúvida, em alguns casos, ter os caracteres de uma ciência exata, e está precisamente aí
o erro daqueles que pretendem julgá-lo e experimentá-lo como uma análise química, como
um problema matemático: já é muito que tenha o de uma ciência filosófica. Toda ciência
deve estar baseada sobre fatos; mas só os fatos não constituem a ciência; a ciência nasce da
coordenação e da dedução lógica dos fatos: é o conjunto de leis que os regem. O Espiritismo
chegou ao estado de ciência? Se se trata de uma ciência perfeita, sem dúvida, seria
prematuro responder afirmativamente; mas as observações são, desde hoje, bastante
numerosas para se poder, pelo menos, deduzir os princípios gerais, e é aí que começa a
ciência.
A apreciação razoável dos fatos, e das conseqüências que deles decorrem, é, pois, um
complemento sem o qual a nossa publicação seria de uma medíocre utilidade, e não
ofereceria senão um interesse muito secundário para quem reflita, e quer se inteirar daquilo
que vê. Todavia, como o nosso objetivo é chegar à verdade, acolheremos todas as
observações que nos forem endereçadas, e tentaremos, quanto no-lo permita o estado dos
conhecimentos adquiridos, seja levantar as dúvidas, seja esclarecer os pontos ainda
obscuros. Nossa revista será, assim, uma tribuna aberta, mas, onde a discussão não deverá
jamais desviar-se das leis, as mais estritas, das conveniências. Em uma palavra,
discutiremos, mas não disputaremos. As inconveniências de linguagem jamais tiveram boas
razões aos olhos de pessoas sensatas; é a arma daqueles que não a têm melhor, e essa arma
reverte contra quem dela se serve.
Se bem que os fenômenos, dos quais iremos nos ocupar, se tenham produzido, nestes
últimos tempos, de modo mais geral, tudo prova que ocorreram desde os tempos mais
recuados. Não se trata de fenômenos naturais nas invenções que seguem o progresso do
espírito humano; desde que estão na ordem das coisas, sua causa é tão velha quanto o
mundo e os efeitos devem ter-se produzido em todas as épocas. O que, pois, testemunhamos
hoje não é uma descoberta moderna: é o despertar da antigüidade, mas, da antigüidade
liberta da companhia mística que engendrou as superstições, da antigüidade esclarecida pela
civilização e o progresso nas coisas positivas.
A conseqüência capital, que ressalta desses fenômenos, é a comunicação, que os homens
podem estabelecer, com os seres do mundo incorpóreo, e os conhecimentos que podem, em
certos limites, adquirir sobre seu estado futuro. O fato das comunicações com o mundo
invisível se encontra em termos inequívocos nos relatos bíblicos; mas, de um lado, para
certos céticos, a Bíblia não tem uma autoridade suficiente; por outro lado, para os crentes,
são fatos sobrenaturais, suscitados por um favor especial da Divindade. Não haveria aí, pois,
para todo o mundo, uma prova da generalidade dessas manifestações, se não as
encontrássemos em milhares de outras fontes diferentes. A existência dos Espíritos, e a sua
intervenção no mundo corporal, está atestada e demonstrada, não mais como um fato
excepcional, mas como princípio geral, em Santo Agostinho, São Jerônimo, São Crisóstomo,
São Gregório de Na-zianzeno e muitos outros Pais da Igreja Essa crença forma, por outro
lado, a base de todos os sistemas religiosos. Os mais sábios filósofos da antigüidade a
admitiram: Platão, Zoroastro, Confúcio, Apuleio, Pitágoras, Apolônio de Tiana e tantos outros.
Introdução
Nós a encontramos nos mistérios e nos oráculos, entre os Gregos, os Egípcios, os Hindus, os
Caldeus, os Romanos, os Persas, os Chineses. Vemo-la sobreviver a todas as vicissitudes dos
povos, a todas as perseguições, desafiar todas as revoluções físicas e morais da Humanidade.
Mais tarde, encontramo-la nos adivinhos e feiticeiros da Idade Média, nos Willis e nas
Walkirias dos Escandinavos, nos Elfos dos Teutões, nos Leschios e nos Domeschnios Doughi
dos Eslavos, nos Ourisks e nos Brownies da Escócia, nos Poulpicans e nos Ten-sarpoulicts dos
Bretões, nos Cemis dos Caraíbas, em uma palavra, em toda a falange de ninfas, de gênios
bons e maus, de silfos, de gnomos, de fadas, de duendes, com os quais todas as nações
povoaram o espaço. Encontramos a prática das evocações entre os povos da Sibéria, no
Kamtchatka, na Islândia, entre os índios da América do Norte, entre os aborígenes do México
e do Peru, na Polinésia e mesmo entre os estúpidos selvagens da Oceania. De alguns
absurdos que essa crença esteja cercada e disfarçada segundo os tempos e os lugares, não
se pode deixar de convir que ela parte de um mesmo princípio, mais ou menos desfigurado;
ora, uma doutrina não se torna universal, e nem sobrevive a milhares de gerações, nem se
implanta, de um pólo ao outro, entre os povos mais dessemelhantes, e em todos os graus da
escala social, sem estar fundada em alguma coisa de positiva. O que é essa alguma coisa? É
o que nos demonstram as recentes manifestações. Procurar as relações que podem e devem
ter entre essas manifestações e todas essas crenças, é procurar a verdade. A história da
Doutrina Espírita, de alguma forma, é a do espírito humano; iremos estudar todas essas
fontes que nos fornecerão uma mina inesgotável de observações, tão instrutivas quanto
interessantes, sobre os fatos gerais pouco conhecidos. Essa parte nos dará a oportunidade de
explicar a origem de uma multidão de lendas e de crenças populares, interpretando a parte
da verdade, da alegoria e da superstição.
No que concerne às manifestações atuais, daremos conta de todos os fenômenos patentes,
dos quais formos testemunhas ou que vierem ao nosso conhecimento, quando parecerem
merecer a atenção dos nossos leitores. Faremos o mesmo com os efeitos espontâneos que se
produzem, freqüentemente, entre as pessoas, mesmo as mais estranhas às práticas das
manifestações espíritas, e que revelem seja a ação oculta, seja a independência da alma; tais
são os fatos de visões, aparições, dupla vista, pressentimentos, advertências íntimas, vozes
secretas, etc. À relação dos fatos acrescentaremos a explicação, tal como ela ressalta do
conjunto dos princípios. Faremos anotar, a esse respeito, que esses princípios são aqueles
que decorrem do próprio ensinamento dado pelos Espíritos, e que faremos, sempre,
abstração das nossas próprias idéias. Não será, pois, uma teoria pessoal que exporemos, mas
a que nos tiver sido comunicada, e da qual não seremos senão o intérprete.
Uma larga parte será, igualmente, reservada às comunicações, escritas ou verbais, dos
Espíritos, todas as vezes que tiverem um fim útil, assim como as evocações de personagens
antigas ou modernas, conhecidas ou obscuras, sem negligenciar as evocações íntimas que,
freqüentemente, não são menos instrutivas; abarcaremos, em uma palavra, todas as fases
das manifestações materiais e inteligentes do mundo incorpóreo.
A Doutrina Espírita nos oferece, enfim, a única solução possível e racional de uma multidão
de fenômenos morais e antropológicos, dos quais, diariamente, somos testemunhas, e para
os quais se procuraria, inutilmente, a explicação em todas as doutrinas conhecidas.
Classificaremos nessa categoria, por exemplo, a simultaneidade dos pensamentos, a
anomalia de certos caracteres, as simpatias e as antipatias, os conhecimentos intuitivos, as
aptidões, as propensões, os destinos que parecem marcados de fatalidade, e, num quadro
mais geral, o caráter distintivo dos povos, seu progresso ou sua degeneração, etc. À citação
dos fatos acrescentaremos a busca das causas que puderam produzi-los. Da apreciação
desses atos, ressaltarão, naturalmente, úteis ensinamentos sobre a linha de conduta mais
conforme com a sã moral. Em suas instruções, os Espíritos superiores têm, sempre, por
objetivo excitar, nos homens, o amor ao bem pela prática dos preceitos evangélicos; nos
Introdução
traçam, por isso mesmo, o pensamento que deve presidir à redação dessa coletânea.
Nosso quadro, como se vê, compreende tudo o que se liga ao conhecimento da parte
metafísica do homem; estudá-la-emos em seu estado presente e em seu estado futuro,
porque estudar a natureza dos Espíritos, é estudar o homem, uma vez que deverá fazer
parte, um dia, do mundo dos Espíritos; por isso acrescentamos, ao nosso título principal, o de
jornal de estudos psicológicos, a fim de fazer compreender toda a sua importância.
Nota. Por multiplicadas que sejam nossas observações pessoais, e as fontes em que as
haurimos, não dissimulamos nem as dificuldades da tarefa, nem a nossa insuficiência.
Contamos, para isso suprir, com o concurso benevolente de todos aqueles que se interessam
por essas questões; seremos, pois, muito reconhecidos pelas comunicações que queiram bem
nos transmitir sobre os diversos objetos de nossos estudos; apelamos, a esse respeito, a sua
atenção sobre os pontos seguintes, sobre os quais poderão fornecer documentos:
1. Manifestações materiais ou inteligentes, obtidas em reuniões às quais assistiram;
2. Fatos de lucidez sonambúlica e de êxtase;
3. Fatos de segunda vista, previsões, pressentimentos, etc.
4. Fatos relativos ao poder oculto atribuído, com ou sem razão, a certos indivíduos;
5. Lendas e crenças populares;
6. Fatos de visões e aparições;
7. Fenômenos psicológicos particulares que ocorrem, algumas vezes, no instante da
morte;
8. Problemas morais e psicológicos para resolver;
9. Fatos morais, atos notáveis de devotamento e abnegação, dos quais possa ser útil
propagar o exemplo;
10. Indicação de obras, antigas ou modernas, francesas ou estrangeiras, onde se
encontrem fatos relativos à manifestação de inteligências ocultas, com a designação e,
se possível, a citação das passagens. Do mesmo modo, no que concerne à opinião
emitida sobre a existência dos Espíritos e suas relações com os homens, pelos autores
antigos ou modernos, cujo nome e saber podem dar autoridade.
Não daremos conhecimento dos nomes das pessoas que queiram nos dirigir as comunicações,
senão quando, para isso, formos formalmente autorizados.

[1](1) Não existe, até o presente momento, na Europa, senão um jornal consagrado à
Doutrina Espírita, é o Jornal da Alma, publicado em Genebra pelo doutor Boessinger. Na
América, o único jornal francês é o Spiritualiste de La Nouve/le-Orléans, publicado pelo
senhor Barthè s.
[2] 1S vol. in-89 em 2°- col., 3 fr.; Dentu, Palais-Royal, e no escritório do jornal, rua dos
Mártires, n9 8.