domingo, 4 de maio de 2008

Isabel Ricardo Amaral | O Segredo de Ana



1-O que representa, no contexto da sua obra, o livro «O Segredo de Ana»?
R- “O Segredo de Ana” tem um significado muito especial, na medida em que foi o primeiro romance que escrevi. Não o primeiro livro, pois esse surgiu quando tinha 11 anos, um livro de aventuras, a que se seguiram outros tantos. Este romance escrevi-o aos 17. Ao contrário do meu segundo romance, de cariz histórico que decorre numa época conturbada e turbulenta, quando se prepara a revolução de 1 de Dezembro de 1640, este desenrola-se numa época relativamente serena, uma vez que as personagens eram tantas e tão ricas, e os acontecimentos tão variados e intensos que seria impossível que fosse passado numa época difícil, pois tornar-se-ia muito complicado escrevê-lo. Por isso escolhi a segunda metade do século dezanove. É um livro muito especial que trata de relações entre várias pessoas, de sentimentos, da força indestrutível que as une, o sentimento mais poderoso que existe no Universo, o Amor. Este romance ficou sempre na gaveta, pois ainda não havia arranjado o tempo e a disponibilidade necessários para passar as quinhentas e tal páginas para computador, pois inicialmente foi escrito à máquina e depois precisava de mais tempo para o voltar a reescrever, até que me decidi em Novembro de 2005 a pegar nele, tornando-o no seu produto final; um romance apaixonante e arrebatador, com um enredo profundamente envolvente que não deixa o leitor poisar o livro até saber como tudo termina.
2-Qual a ideia que esteve na origem do livro?
R- Aos 17 anos propus-me um desafio para saber se também conseguiria escrever um romance. Já havia escrito vários livros de aventuras mas nunca um romance. Daí o desafio, pois gosto de me desafiar diariamente e me superar sempre. Na altura, a inspiração veio de repente, criei todas aquelas personagens, todos os acontecimentos que começaram a tornar-se logo muito reais, quase palpáveis e tudo aconteceu de uma maneira muito natural. Escrevi-o em quinze dias e foi uma satisfação muito grande vê-lo terminado. É diferente dos outros romances, pois desde o início as personagens andam num corrupio deixando a cabeça a andar à roda ao leitor, pois o que se calcularia que só acontecesse no final do livro, como costuma suceder habitualmente nos outros livros do género, acontece logo no início, apanhando completamente de surpresa o desprevenido leitor. É assim que eu gosto de escrever, seja para criança, jovem ou adulto. Com muita emoção, suspense e mistério, de forma a prender os leitores desde o primeiro momento. Eu coloco a alma e o coração em tudo o que escrevo e talvez seja por isso mesmo que consigo chegar a leitores de tão diversas idades, desde o mais pequenito ao mais idoso. Quando lêem um livro meu tornam-se fãs incondicionais.
3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Actualmente escrevo um romance histórico, do qual não quero desvendar muito o véu, pois vai ser uma grande surpresa e muito agradável para os leitores, um presente muito especial para eles, pois tenho a certeza de que irão vibrar a valer com ele. Eu tenho andado empolgadíssima a escrevê-lo, apesar do trabalho que me tem dado, pois, ao mesmo tempo que o escrevo, consulto inúmeros livros de história. Tenho também começado o 10º livro da colecção juvenil “Os Aventureiros” e o primeiro livro de uma trilogia também juvenil que vou tentar que saia ainda este ano. Aliás, este novo romance histórico surgiu assim de repente e interrompeu-me a criação dos outros dois livros, obrigando-me a largá-los para escrever este. É certo que os meus amiguinhos “Aventureiros” estão a começar a assombrar-me, pois querem saltar cá para fora, e as outras novas personagens também, mas por enquanto vou conseguindo contê-los.

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