sábado, 3 de maio de 2008

José Luís Peixoto | Cemitério de Pianos

1-O que representa, no contexto da sua obra, o livro «Cemitério de Pianos»?
R- Sob um ponto de vista do trabalho ao nível da linguagem e das estruturas do romance, creio que este romance é, nitidamente, a subida de um degrau na minha escrita. Existe um esforço de depuração e uma respiração que, creio, se aproxima muito mais da maturidade. Por outro lado, ao nível dos temas tratados, por exemplo, parece-me que este é um romance de síntese de muitas das matérias que já abordei anteriormente. Existindo, talvez, uma cosmovisão mais abrangente.

2-Qual a ideia que esteve na origem do livro?
R- A faísca que despoletou todo o livro foi o acontecimento auto-biográfico que está descrito no seu breve primeiro capítulo. Depois, houve a intenção muito forte de procurar alguma compreensão da ternura confrontando-a também com os seus vários opostos. Por fim, houve várias outras ideias que se tornaram importantes e que acabaram por tomar posições centrais na construção deste romance, nomeadamente: as ideias de família, de Portugal ou de transcendência.

3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Neste momento estou a trabalhar em duas peças de teatro que deverão estrear já em meados de 2007 no Teatro São Luiz e no Teatro Nacional Dona Maria II, em Lisboa.

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