quinta-feira, 1 de maio de 2008

Sem amor

Psiquiatra e psicanalista, a autora reflecte acerca do problema da violência dirigida às crianças e jovens, analisando manifestações da mitologia, literatura e biografias de personalidades. Aprendeu, na sua prática clínica, que tem que dar ouvidos à criança que permanece em cada um dos adultos que tem à sua frente, pois aquela “não cessa de reclamar que sejam finalmente reparadas as injustiças e os abusos de que julga ter sido vítima.”Não pretendendo escrever um guia de comportamento parental, é seu objectivo, no entanto, “chamar a atenção para os diversos sofrimentos que podem infligir-se a uma criança.”Questionando as relações entre pais e filhos, serve-se do texto de Sófocles sobre o mito de Édipo como fio condutor, propondo no entanto uma leitura diferente da Freudiana, como aliás, muitos outros autores o já fizeram.Utiliza vários casos clínicos, verídicos, para analisar uma série de sofrimentos físicos ou psíquicos a que as crianças estão sujeitas, por parte de pais, educadores, ou outras pessoas com presença na sua vida. “Quando há um pai, é ele que muitas vezes se identifica com o filho, compra os mesmos jeans, ouve a mesma música, monta a mesma motorizada…. Que fazer de um pai vivo, que não assume o papel de pai e que pretende ser um companheiro?”
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Valentina Supino-Viterbo
A Criança Mal Amada

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