Editora: Porto Editora
Páginas: 234
ISBN:978-972-0-04287-3
Sinopse
O que une um cadáver encontrado nos bosques que rodeiam o belo Palace do Vidago e um homicídio no cenário deslumbrante do Douro? O que une ambos os crimes às recordações tumultuosas dos acontecimentos de Maio de 1977 em Angola? Jaime Ramos, o detective dos anteriores romances de Francisco José Viegas, regressa para uma nova investigação onde reencontra a sua própria biografia, as recordações do seu passado na guerra colonial - e uma personagem que o persegue como uma sombra, um português repartido por todos os continentes e cuja identidade se mistura com o da memória portuguesa do último século.
Opinião
Conhecedor, e admirador, da poesia de Francisco José Viegas, e depois de ter lido, há algum tempo um romance dele e ter-me agradado, lancei-me com curiosidade na leitura de “ O Mar em Casablanca”.
Depois do grande sucesso de “Longe de Manaus”, livro que ainda não li mas em relação ao qual tenho alguma curiosidade, Francisco José Viegas editou mais uma aventura da personagem Jaime Ramos, um inspector que, segundo o próprio autor revelou várias vezes, é quase um espelho do seu criador. De facto, conhecendo um pouco dos gostos do Francisco José Viegas, revelados quer no seu blog, quer nas suas crónicas jornalísticas, pode-se dizer que a imagem do criador paira em cada gosto, em cada gesto e em cada palavra da personagem principal. Além disso, o autor aproveita para inserir a sua personagem em locais da sua referência, e neste livro é a vez do Douro surgir em grande destaque, homenageando-o com belas frases escritas que nos dá vontade de conhecê-lo ainda melhor. Muito engraçado foi ler sobre alguns locais onde Jaime Ramos passava, o bar onde ele descarregava as suas frustrações, de tempos em tempos, que eu próprio gosto de frequentar. Já almocei no restaurante onde ele almoçava, também calcorreei as ruas conforme ele o fazia, o que dava um toque de alguma familiaridade à história, pois parecia que o estava a ver à minha frente.
O livro, como em todos os policiais, conta a investigação de dois assassinatos, com a personagem Jaime Ramos no leme da investigação, mas, sinceramente, achei que, embora com bastantes referências policiais, não é o verdadeiro policial, com momentos de suspense, que estamos habituados a conhecer. É, acima de tudo, um livro onde está bem patente, logo no primeiro capítulo, o síndroma dos derrotados da vida, das frustrações, das perdas, a luta contra os seus fantasmas do passado e do presente. Arrisco a dizer que Jaime Ramos deverá estar no final da sua carreira, questionando o significado da sua vida, em tom melancólico e bastante saudosista.
Extremamente bem escrito, com passagens muito bonitas, principalmente as pequenas narrativas intituladas “os sonhos de Jaime Ramos”, penso que talvez tenha faltado alguma coisa para que o livro fosse ainda melhor. Achei um pouco aborrecido alguns monólogos, aliás penso que existem monólogos a mais, e julgo que ser publicitado como policial, poderá desiludir quem aprecie esse género literário. No entanto, estamos perante um livro que nos dá prazer ler.
8/10 - Muito Bom
Conhecedor, e admirador, da poesia de Francisco José Viegas, e depois de ter lido, há algum tempo um romance dele e ter-me agradado, lancei-me com curiosidade na leitura de “ O Mar em Casablanca”.
Depois do grande sucesso de “Longe de Manaus”, livro que ainda não li mas em relação ao qual tenho alguma curiosidade, Francisco José Viegas editou mais uma aventura da personagem Jaime Ramos, um inspector que, segundo o próprio autor revelou várias vezes, é quase um espelho do seu criador. De facto, conhecendo um pouco dos gostos do Francisco José Viegas, revelados quer no seu blog, quer nas suas crónicas jornalísticas, pode-se dizer que a imagem do criador paira em cada gosto, em cada gesto e em cada palavra da personagem principal. Além disso, o autor aproveita para inserir a sua personagem em locais da sua referência, e neste livro é a vez do Douro surgir em grande destaque, homenageando-o com belas frases escritas que nos dá vontade de conhecê-lo ainda melhor. Muito engraçado foi ler sobre alguns locais onde Jaime Ramos passava, o bar onde ele descarregava as suas frustrações, de tempos em tempos, que eu próprio gosto de frequentar. Já almocei no restaurante onde ele almoçava, também calcorreei as ruas conforme ele o fazia, o que dava um toque de alguma familiaridade à história, pois parecia que o estava a ver à minha frente.
O livro, como em todos os policiais, conta a investigação de dois assassinatos, com a personagem Jaime Ramos no leme da investigação, mas, sinceramente, achei que, embora com bastantes referências policiais, não é o verdadeiro policial, com momentos de suspense, que estamos habituados a conhecer. É, acima de tudo, um livro onde está bem patente, logo no primeiro capítulo, o síndroma dos derrotados da vida, das frustrações, das perdas, a luta contra os seus fantasmas do passado e do presente. Arrisco a dizer que Jaime Ramos deverá estar no final da sua carreira, questionando o significado da sua vida, em tom melancólico e bastante saudosista.
Extremamente bem escrito, com passagens muito bonitas, principalmente as pequenas narrativas intituladas “os sonhos de Jaime Ramos”, penso que talvez tenha faltado alguma coisa para que o livro fosse ainda melhor. Achei um pouco aborrecido alguns monólogos, aliás penso que existem monólogos a mais, e julgo que ser publicitado como policial, poderá desiludir quem aprecie esse género literário. No entanto, estamos perante um livro que nos dá prazer ler.
8/10 - Muito Bom
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