Título: O Jogo da Verdade
Autor: Sveva Casati Modignani
Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 416
Editor: Porto Editora
Sinopse:
Roberta, uma jovem livreira em plena crise existencial e conjugal - e Oscar, o marido, com quem casou contra a opinião de toda a gente, que se revela incapaz de responder às suas necessidades e de assumir as responsabilidades de uma família.
Uma dolorosa reflexão leva Roberta a percorrer o passado e a descobrir as raízes do seu mal-estar, que remontam à infância, passada no meio dos afectos envolventes da família paterna, onde a mãe, Malvina, brilhava pela ausência. Feminista convicta no período turbulento de 68, Malvina escolhera viver de acordo com os seus princípios e confia a filha ao companheiro. Desta situação vão nascer, ao longo do tempo, dramas, mal-entendidos, conflitos mal resolvidos e também segredos há muito guardados. E é apenas ao dissipar estas sombras que Roberta vai conseguir superar a crise e reconciliar-se consigo mesma.
Uma história de ligações profundas e paixões intensas em que Sveva Casati Modignani, através do confronto entre duas gerações de mulheres, nos conta como éramos antes e como somos agora.
A minha opinião
Em muito semelhante aos seus antecessores, O Jogo da Verdade relata a história de Roberta, uma mulher que, de um momento para o outro, se vê infeliz num casamento monótono, com dois filhos que sentem a falta de um pai, muitas vezes ausente. Desde que se tinha casado, Roberta dedicava-se inteiramente ao seu marido, Oscar, como se o casamento tivesse cortado completamente com o seu passado. O seu refúgio era a livraria, propriedade sua, onde passava grande parte do tempo.
«Onde teriam ido parar os anos da infância, da adolescência, e os seus sonhos de rapariga? Porque os tinha esquecido?»
Mas O Jogo da Verdade não é só Roberta. Existe também a mãe Malvina, uma feminista que viveu o Maio de 68, que lutou por igualdade entre homens e mulheres. No fundo, uma rebelde, mas que sabia muito bem o que queria. No entanto, para alcançar as suas ambições deixou a maternidade um pouco de lado, deixando Roberta aos cuidados da avô paterna e das duas tias solteiras, muito diferentes entre si, mas com muitos segredos de família que foram contando à jovem sobrinha.
Sveva também nos leva a conhecer a vida de Oscar anterior ao seu casamento. Um menino órfão, que foi criado por uma tia e pela sua irmã mais velha. Um homem solitário que se vê, sem que disso se aperceba, subjugado por uma mulher calculista, que tudo faz para viver às suas custas. Até que conhece Roberta, ainda adolescente, e se apaixona por aquela jovem figurinha. Anos mais tarde declara-se e acabam por se casar.
Um livro que gostei muito, à semelhança de todos os outros que já li da autora italiana e que nos leva a reflectir nas várias decisões que tomámos ao longo da nossa vida. Um livro que fala da importância da educação, do fanatismo religioso, da opressão e que, apesar de se passar em Itália, podia muito bem transportar-se para a realidade do nosso país, antes e depois do 25 de Abril.
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