Autor: Chris Wooding
Tradução: Miguel Romeira
Edição: Presença
Colecção: Via Láctea
Nº de páginas: 266
"No meio de um vasto oceano, existe uma cidade-ilha chamada Orokos, onde nunca ninguém conseguiu entrar e donde nunca ninguém conseguiu sair. Em Orokos existe um estranho fenómeno, as tempestades de probabilidades, que têm o poder de alterar tudo à sua passagem. Rail e Moa são dois jovens ladrões que há muito vivem com as consequências das tempestades – até que um dia ficam na posse de um artefacto antigo, que os conduzirá até ao segredo mais tenebroso de Orokos."
Não precisava de ler a sinopse para que o livro prometesse ser bom, bastava-me o nome do autor que é, na minha opinião, um dos grandes do género fantástico mas as coisas não correram bem como eu esperava.
Se a premissa de uma cidade que é simultâneamente uma ilha onde acontecem estranhas tempestades que têm o poder de alterar tudo em volta sem que ninguém consiga explicar o fenómeno prometia uma narrativa interessante, e o contacto que anteriormente tinha com o trabalho do autor me fazia imaginar uma obra algo negra com elementos terroríficos q.b a desilusão não podia ser maior. A narrativa não é enfadonha em si, a história é que assim a torna, a história e os personagens algo esteriotipados (o rapazinho que é um herói e uma rapariga que prefere acatar as ordens e decisões do primeiro em vez de se impor, para já não falar do gollem rejeitado e com complexos estranhos) e que são muito pouco exploradas. A ideia da ilha não era má, como já disse, mas depois a atracção por este elemento cai por terra quando percebemos que os habitantes da mesma são proibidos de a abandonar mas nunca percebemos porquê. Aliás. nem o leitor nem os personagens percebem como foi criada a ilha, porque estão ali aquelas pessoas e porque não saem dali nem exploram o mundo em seu redor.
Os elementos mais positivos e que mais nos dão um "cheirinho" daquilo que é normal em Chris Wooding são, sem dúvida nenhuma, o fabrico da papa nutritiva (não posso dizer mais sem spoillar...) e a estratificação e funcionamento da sociedade em Orokos que nos leva a recordar os regimes fascistas e os abusos por estes cometidos. Nestes aspectos o autor esteve sem dúvida à altura daquilo a que habituou os seus fãs. Enfim, talvez as minhas expectativas fossem demasiado elevadas mas o certo é que não considerei O Ladrão da Tempestade como uma sendo uma boa narrativa, achei-a bastante monótona, pejada de clichés, sem o normal toque dark do autor e sobretudo com inúmeras falhas no explicar de algumas situações e no aprofundar dos personagens.
4/10
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