Artur Machen, apontado por muitos como o grande influenciador de autores como Bram Stoker, Conan Doyle ou Edgar Allan Põe, foi um escritor galês que em finais do séc. XIX e durante as primeiras décadas do séc. XX, escreveu uma série de contos do género fantástico/sobrenatural que, agora, chamam de gótico.
Este “O Terror” possui três contos, aparentemente, isolados que têm como pano de fundo uma época ainda com muitas influências vitorianas (o autor embora se situe em finais dos anos 10 do séx. XX, parece que escreve ainda imbuído da velha Inglaterra dos finais do séc. XIX), lúgubre, brilhantemente descrita e potenciada pelo autor.
Comum aos três contos, diria mesmo que é um traço, a assinatura deste escritor: todo um conjunto de estranhos acontecimentos que assaltam e assustam a comunidade que, face ao desconhecido, não sabem como agir. Machen é exímio em criar uma áurea de mistério. Vai narrando os estranhos acontecimentos e as várias teorias, porém deixa o leitor sempre em suspense, não nos dá pistas fazendo o sobrenatural e a superstição pairar durante todo o tempo.
No entanto registo a teia complexa que Machen constrói em torno de coisa nenhuma. Ou seja, ele vai criando uma estrutura em torno de estranhos acontecimentos que levam a lado nenhum. Em todos os três contos, as ocorrências são absurdas e sem nexo. Os episódios são-nos narrados segundo alguns pontos de vista, penso que Machen joga com os mesmos criando todo um jogo cujos elos são ténues e são precisamente esses elos que criam as explicações para tais mistérios, conclusões fantásticas, mais parecendo que o autor pretende com isso criar metáforas para algo que sucedia no seu tempo.
Classificação: 4
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