quinta-feira, 19 de abril de 2007

O Transponível Super Empty

Luciana Pessanha e José Carlos Lollo - O Transponível Super Empty

Num mundo rodeado de personagens da Marvel, DC e Image Comics, um novo herói ameaça o reinado dos grandes mitos com uma arma inusitada: a fofura. Nada de visão de raio x, força sobrehumana ou garras de adamantium. O Super-Empty ajuda os fracos e oprimidos com uma arma indispensável nos dias esquizofrênicos de hoje: os ouvidos.

Criado por José Carlos Losso e Luciana Pessanha, o super-herói tupiniquim – mesmo que tenha o nome em inglês – chama atenção pelo não convencional. Para fugir do óbvio, o Super-Empty não faz pose nem estufa o peito. Por um motivo muito simples: ele não tem peito. Em seu lugar há um vazio, preenchido apenas com um E. A idéia de um super-herói com um vazio no peito surgiu nas horas vagas de trabalho de José Carlos e Luciana, em 1998. Numa conversa informal, Luciana desenhou um homem com um buraco no peito e a partir disso a idéia foi desenvolvida.

Super-Empty não tem alter ego, mas vive situações muito próximas do cotidiano dos reles plebeus. Tem problema no futebol por querer ser goleiro: sempre é "furado" e leva gol. Nunca consegue ser atingido pela flecha do cupido, pois a seta o atravessa. O único lugar onde consegue ficar invisível é numa fábrica de queijo suíço, onde se confunde com os buracos.

Promovendo uma interessante crítica aos tempos de individualismo que vivemos hoje, o personagem oferece a quem o chama o que tem de mais valioso: atenção. E funciona como terapeuta para que lhe pede ajuda. Todo o método foi fruto do aprendizado levado pelos livros, dos quais se tornou um grande devorador.

Mais que uma história singela, o livro - em suas mais de cem páginas de cartoons – propõe uma reflexão importante nos dias de hoje. Afinal somos solitários porque queremos ou simplesmente porque falta alguém disposto a nos ouvir?

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