terça-feira, 15 de abril de 2008

Liber II - A Mensagem de Mestre Therion, de Aleister Crowley

(As referências nesta Mensagem são à Liber Legis - O Livro da Lei)

"Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei".
"Não há nenhuma lei além de Faze o que tu queres.
"A palavra da lei é Thelema - significa Vontade."

A Chave desta Mensagem está nesta palavra: Vontade. O primeiro, óbvio significado desta Lei é confirmado por antítese: "A palavra do Pecado é Restrição."
Novamente: "Tu não tens direito a não ser fazer a tua vontade. Faze aquilo e nenhum outro dirá não. Pois vontade pura, desembaraçada de propósito, livre da ânsia de resultado, é toda via perfeita."
Considerai isto cuidadosamente; parece insinuar uma teoria de que, se todo homem e toda mulher fizesse a vontade dele ou a vontade dela - a real vontade - não haveria conflito. "Todo homem e toda mulher é uma estrela", e cada estrela, move-se numa órbita determinada, sem interferência. Existe lugar para todos; é apenas a desordem que causa confusão.
Destas considerações deve tornar-se claro que "Faze o que tu queres" não quer dizer "Faze o que quiseres". A Lei é a apoteose da Liberdade; mas é também a mais estrita das injunções.
Faze o que tu queres - então faze nada mais. Deixa que nada te desvie daquela tarefa austera e santa. Liberdade para fazer a tua vontade é absoluta, mas procura fazer qualquer outra coisa, e instantaneamente obstáculos devem levantar-se. Todo ato que não está definitivamente no curso daquela órbita única é um ato errático e um impecilho. A vontade não pode ser duas, mas uma.
Nota além disto que essa vontade não deve apenas ser pura, isto é, única, como foi explicada acima; deve também ser "desembaraçada de propósito". Esta expressão estranha deve fazer-nos pausar. Pode significar que qualquer propósito
naquela vontade a embotaria; claramente, a "ânsia de resultado" é uma coisa de que a vontade deve ser livre.
Mas esta expressão também pode ser interpretada como se lesse "com propósito desembaraçado" - isto é, com energia incansável. A concepção é, portanto, de um movimento eterno, infinito e inalterável. Isto é Nirvana, somente, dinâmico em
vez de parado - o que vem no fim a ser a mesma coisa.
A óbvia tarefa prática do mago é portanto descobrir qual é realmente a sua vontade, para que ele possa fazer a sua vontade desta forma; isto pode ser conseguido melhor pelas práticas de Liber Thisharb (1) ou outras tais que sejam ocasionalmente prescritas.
(1) Tratando da Memória Mágica - a memória das encarnações passadas. Deveria ser agora perfeitamente simples para todo mundo a essência da Mensagem do Mestre Therion.


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