Lá fomos hoje, ao final da tarde, até à Assírio, depois de um conturbado atelier em S. Domingos de Rana. Dos cinco livros que comprámos, destaco um, pelo feliz equívoco que me levou até si: «O fazer da poesia» de Ted Hughes.
Uma das minhas preferências vai para ensaios e recensões sobre obras literárias, especificamente de poesia. O título era, por isso, apelativo. O segundo critério de escolha foi o índice, que apresentava diversidade de temas e de autores anglo-saxónicos. Decidi-me então a folhear o livro, convencida a trazê-lo. Eis um excerto da introdução: «Reuni neste livro os programas que fiz a convite de Moira Doolan, do Departamento de Educação da B.B.C., no âmbito da série Ouvir e Escrever. (...) deveria falar sobre a escrita em geral e sobre a minha em particular de uma forma que espicaçasse os meus ouvintes - entre os dez e os catorze anos de idade - a dedicar esforços mais atentos à sua escrita.» p. 9
A razão inicial para a compra desfez-se, mas outra se lhe substituiu. Estou por isso muito curiosa para começar a ler as crónicas de Ted Hughes, poeta e professor ocasional, e verificar se o seu discurso se aproxima do seu público sem os tradicionais pretensiosismos lusitanos em que os iluminados discutem entre si a importância dos clássicos, mas não os tornam importantes para os leitores.
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