Ontem estive em Alcabideche, um polo da Biblioteca Municipal de Cascais, a dar o atelier Ver para Crer a uma turma do 7º ano, no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Livro.
Na escolha dos livros a apresentar, resolvi introduzir uma alteração. Palavra que voa de João Pedro Mésseder (texto) e Gémeo Luís (ilustração), Caminho, é um álbum em que a ilustração e o verso dialogam, estendendo os limites do poema ao infinito de formas e movimentos do vento, dos sonhos, das palavras.
Quando resolvi integrar este livro num grupo de narrativas de mistérios e aventuras, relatos e problemas ficcionados do dia a dia dos adolescentes, fi-lo com a intenção de pôr em causa a ideia feita de que um album não se destina a crianças, só porque tem ilustração e pouco texto. Mas o efeito não foi o esperado, já que muitos dos que estavam na sala, preferiram este livro quando constataram que seria pequeno e com pouco texto. Apesar de, segundo alguns, a capa não ser muito apelativa. Estavam a tentar desvirtuar a ideia de uma escolha pela positiva. Ora, alterei a minha estratégia, adaptando-a a este preconceito, igualmente frequente em adolescentes com aparente preguiça mental, como era o caso. Quando apresentei as temáticas de cada um dos livros, reservei o Palavra que voa para o fim, já que a sua dimensão me permitia lê-lo. De repente, o que parecia fácil tornou-se complexo. Houve quem dissesse que o texto não fazia sentido, e então reli-o, passando as folhas para que os alunos pudessem acompanhar a leitura observando as ilustrações. Ganhei três leitoras que no final tinham realmente gostado do livro. E obrigado os restantes a votarem sem contornar uma regra básica: o seu sentido de gosto.
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