sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Uma ilha pra lá de refrescante!!!

Estamos em setembro e por estes tempos Brasília ganha um céu azul lindo, lindo, lindo, lindo, sem nuvens; os ipês ganham seus amarelos e roxos; as barrigudas perdem suas folhas e engordam o tronco. A poeira fina e vermelha levanta do chão e arranca o oxigênio do ar. É quente. Três horas da tarde é melhor ficar em casa. Dá uma vontade de água de coco, de água do mar, daquela maresia que viaja nos ombros do aracati. Quero fugir desta seca. Quero rede. Areia fina e conchas. Quero uma ilha. Mas como?

O quarto abafa o corpo e os pensamentos. O jeito é abraçar um copo d’água gelada e viajar até a estante da sala. Achei um refresco: A Ilha de Nim (Wendy Orr, com ilustrações de Kerry Millard e tradução de Maria José Silveira, Brinque-Book). Ela não está no Google Earth nem nos atlas das enciclopédias. É um lugar imaginário que está num livro de 120 páginas repletas de aventura que começa assim: “No alto de um coqueiro, em uma ilha, no meio do oceano azul, havia uma garota”. Nim é o nome dela. Vive na tal ilha, na companhia do pai (Jack) e de seus amigos animais: Fred, um iguana louco por cocos, Selkie, uma leoa-marinha que ajuda a “tomar conta” de Nim; a tartaruga Chica e Galileu, um alcatraz (ave tipo pelicano ou albatroz).

A ilha de Nim é “a ilha mais linda do mundo inteiro. Tinha praias com conchas brancas, areia clara dourada e rochas negras amontoadas onde o borrifo da chuva lançava arco-íris no céu. Tinha uma montanha com um vulcão, uma floresta tropical na encosta e grama na parte inferior. Havia um pequeno lago de água fresca para beber, uma queda-d’água por onde deslizar e, em um lugar escondido onde a relva se encontrava com a praia de conchas brancas, havia... – Um lugar para uma cabana!


Você pode pensar que viver num lugar assim só pode ser bom demais e repleto de brincadeiras. Para Nim, é mesmo, pois ela se diverte até quando estuda à noite, com seu pai, um cientista. Aprende sobre as estrelas, pássaros e seus ninhos, a linguagem dos golfinhos, sobre os ventos e nuvens, entre outras coisas importantes de se aprender quando se mora numa ilha. Ah, quase que ia me esquecendo: Nim adora ler. Principalmente os livros com as aventuras de Alex Rover, um personagem tipo Indiana Jones que faz festa na imaginação da menina. Quando seu pai precisou sair da ilha por três dias para recolher plânctons, a menina achou que daria conta de tudo sozinha, mas nem tudo correu como ela e seu pai esperavam. O jeito foi pedir ajuda ao super herói de seus livros preferidos: Alex Rover. Mas por trás do autor-personagem dos livros esconde-se uma escritora que não gosta sequer de sair de casa. Mas elas darão um jeito de ajudar uma à outra e enfrentarão seus medos juntas, apesar da distância e dos segredos que os separam.

O livro é maravilhoso. Um tipo de Robinson Crusoé moderno. Na ilha e fora dela há perigos, descobertas, situações divertidas e muito mais. Tudo costurado com um texto leve que fisga o interesse do leitor, além das ilustrações em preto e branco. Eu devorei o danado numa sentada e colori os desenhos com os olhos a cada página. Agora fico redescobrindo suas delícias nestas tardes quentes da minha cidade e me refresco ao lado de Nim, Alex Rover e companhia. Realmente ler é uma viagem. A Ilha de Nim é um dos locais preferidos para meus momentos de “férias”.

P.S. A atriz Jodie Foster encabeçou um filme com roteiro adaptado deste livro que estreou no Brasil em julho com o título de A Ilha da Imaginação. Achei fofinho, sessão da tarde. Há ainda a inclusão de situações não descritas no livro, com outros personagens e soluções. Vale alugar o DVD quando estiver disponível. Mas, o melhor mesmo é se entregar ao texto original. Hatuna Matata.

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