segunda-feira, 6 de julho de 2009

O Beijo - A Paixão de Gustav Klimt

Autor: Elizabeth Hickey
Editora: Editorial Presença
Páginas: 268
ISBN:978-972-23-4146-2
Tradutor: Ariana Mascarenhas

Sinopse: Na glamorosa Viena de fin de siécle, a jovem filha de uma família burguesa, Emilie Flöge, conhece aquele que viria a ser o pintor austríaco mais famoso de todo o século XX - Gustav Klimt. A pedido do pai de Emilie, esta torna-se sua protégée, iniciando-se na arte do desenho e no meio criativo e libertino dos estúdios dos artistas. Intensa e tempestuosa, a relação da jovem Emilie com o pintor boémio vai assumindo, com o tempo, as tonalidades de uma paixão inconfessada, mas a que nenhum dos dois consegue opor resistência. Emilie torna-se sua amante, musa inspiradora da sua obra-prima, O Beijo, e seu grande amor. Com uma sensualidade vibrante, a prosa de Hickey transporta-nos para a atmosfera de elegância cosmopolita dos cafés vienenses, da ópera, das tertúlias, de uma comunidade de artistas extraordinária que agita a sociedade de Viena criando novos movimentos na arte. Um romance de estreia admiravelmente bem escrito, fascinante e encantatório como a própria pintura de Klimt.

Por vezes, aparecem na nossa vida livros assim, que nos fazem sentir divididos, que nos levam a entrar em contradição quase tendo uma luta constante connosco próprios, onde vemos coisas boas e coisas más, levando-nos a pensar naquilo que sentimos quando os lemos.

Mas, apesar de ter coisas boas e agradáveis, o livro “ O Beijo – A paixão de Gustav Klimt” acabou-me por saber um pouco a desilusão, não porque tinha expectativas altas, mas sim por achar que é mais do mesmo, que é uma história que pouco tem de original e cujo desenvolvimento nada tem de diferente de outras histórias que já lemos.

Começando pelas coisas boas, primeiro a capa, onde o quadro, belíssimo, que dá título ao livro, está em grande destaque; é caso para dizer que é um pormenor que poderá levar a muita gente a não resistir e a comprá-lo.

Depois, o livro está bastante bem escrito, tem algumas passagens muito bonitas, mostrando muito conhecimento da autora pela época em que se passa a acção do livro, isto quando não se perde em descrições longas e demasiada elaboradas, tornando-se bastante cansativas, é aí que começa a residir um dos defeitos do livro.

A autora por vezes perde-se em descrições e mais descrições, querendo impor palavras bonitas, mas não evitando alguns lugares comuns; se por momentos é agradável, ao fim de algumas páginas começa a cansar.

Por fim, penso que a história nada tem de original, a narradora é uma aluna de Klimt que vai, durante o livro, deambulando entre o fascínio pela obra do pintor passando para o amor por ele próprio, assim como algumas cartas explicativas sobre outras obras do pintor. Por bastantes momentos, lembrei-me do livro “A Rapariga do Brinco de Pérola”, pois existem alguns pontos de contacto, embora as histórias sejam contadas doutra maneira.

Aconselhável a curiosos em arte ou para admiradores da época ou do pintor.

6 - Bom, mas recomendado com reservas

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