TRECHO:
Bom, vamos tratar um pouco sobre as inquietudes do Espírito. Acima de
tudo se necessita compreensão criadora.
O fundamental na vida é realmente chegar a conhecer-se a si mesmo: De
onde viemos, para onde vamos, qual é o objetivo mesmo da existência, para que
viemos, etc., etc.
Certamente, aquela frase que foi colocada no Templo de Delfos é
axiomática: —Noscete Ipsum“: —Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o
Universo e os Deuses“.
Conhecer-se si mesmo é o fundamental. Todos acreditam que se
conhecem si mesmos e realmente não se conhecem. Assim, é necessário chegar
ao pleno conhecimento de si mesmo.
Isto requer incessante auto-observação; o que precisamos é nos ver tal
qual somos. Desafortunadamente, as pessoas admitem facilmente que têm corpo
físico, mais custa trabalho que compr eendam sua própria psicologia, que a
aceitem de forma crua, real. O corpo físico aceitam que o têm, porque podem vê-
lo, tocá-lo, apalpá-lo, mas a psicologia é um pouco distinta, um pouco diferente.
Certamente que como não podem ver sua própria psique, não podem tocá-la, não
podem apalpá-la, para eles é algo que não entendem.
Quando uma pessoa começa a observar-se a si mesma, olha a si mesmo,
está nos indicando que se está tornando diferente dos outros.
Nas diversas circunstâncias da vida podemos nos autodescobrir. É dos
distintos eventos da existência que podemos tirar o material psíquico necessário
para o despertar da Consciência.
No relacionamento com as pessoas, seja no campo, na casa, no trabalho,
na escola, na rua, etc., os defeitos que temos escondidos afloram
espontaneamente, e se estivermos alertas e vigilantes como o vigia em época de
guerra, então os vemos. Defeito descoberto deve ser trabalhado, compreendido
em todos os níveis da mente.
Se por exemplo, passamos por uma cena de ira, temos que compreender
tudo o que acontece. Suponhamos que tivemos uma pequena briga, talvez
chegamos a um mercado, pedimos algo, o empregado nos trouxe outra coisa que
nós não tínhamos pedido, então nos irritamos. —Senhor, - dizemo-lhe œ mas eu lhe
pedi tal coisa e você me está trazendo outra, não percebes que estou com pressa
e não posso perder tempo..“.
Eis aqui uma pequena briga, um pequeno desgosto. É óbvio que
precisamos compreender o que foi que aconteceu.
Quando chegarmos em casa, devemos imediatamente nos concentrar
profundamente no fato ocorrido, e se nos aprofundarmos nos motivos profundos
que nos fizeram atuar dessa forma e brigar com o empregado ou com a pessoa
porque não nos trouxe o que tínhamos pedido, viremos a descobrir nossa própria
auto-importância, ou seja, nos acreditamos auto-importantes. Obviamente, houve
me nós isso que se chama presunção, orgulho, irritação.
Ali vemos defeitos: a impaciência é um defeito, a presunção é outro defeito,
nos sentir muito importantes eis aí outro defeito, o orgulho, nos sentir muito
grandes e ver com desprezo à pessoa que nos estava servindo. Todos esses
motivos nos fizeram comportar-nos de forma desarmônica.
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