Título: O Labirinto da Rosa
Autor:Titania Hardie
Título Original: The Rose Labyrinth
Tradução: Manuela Madureira
Páginas: 436
Colecção: Grandes Narrativas
N.º 438
Preço: 20,00€
Data de Publicação: 14 de Julho 2009
Labirinto literário na época Tudor traduzido em 19 de Países
Direitos adquiridos por 19 países: Brasil; Alemanha; França; Holanda; EUA; Itália; Grécia; Reino Unido; Grécia; Polónia; Roménia; Rússia; Sérvia; República Checa; Eslovénia; Espanha; China; Tailândia e Taiwan.
O Labirinto da Rosa, primeiro romance da autora de origem australiana, inscreve-se numa corrente de obras ficcionais muito apreciadas em Portugal como no mundo. Falamos de O Código Da Vinci, de Dan Brown ou A Regra de Quatro, da dupla Ian Caldwell e Dustin Thomas. A abordagem esotérica do conhecimento absoluto nas mais diversas vertentes – egípcia, hebraica, templária e renascentista – são uma constante ao longo dos tempos tendo como objectivo último a união com o divino. Em O Labirinto da Rosa essa mesma ideia está presente ao recuarmos à Inglaterra dos Tudor, onde John Dee, matemático, astrónomo e conselheiro da rainha Isabel I, deixou escritos uma série de documentos no segredo dos deuses, por entender que a humanidade não estava ainda preparada para os acolher. Quatro séculos mais tarde, a acção desenrolada entre França, Inglaterra e os Estados Unidos, leva-nos ao encontro de Will a quem foi passado o testemunho do conselheiro, uma antiga folha de pergaminho com enigmas e uma chave de prata. Uma obra com referências da actualidade que combina passado com presente. Titania Hardie nasceu em Sidney, na Austrália. É autora de várias obras de grande sucesso sobre folclore, magia e artes divinatórias, bem como de literatura infantil, e é uma séria estudiosa do esoterismo. Recebeu diplomas de honra em Psicologia e Literatura Inglesa e é mestre em Poesia Romântica Inglesa.
A minha opinião
Titania Hardie transporta-nos para os mistérios da época de Isabel I e, sobretudo, para o misterioso Dr. John Dee, o primeiro 007 a existir. Devo confessar que este livro me apaixonou logo desde o início não só pela forma como está escrito, mas porque reúne várias coisas que gosto ao ler um livro: romance, mistério e história. Um segredo bem guardado, que vai passando de geração para geração desde o tempo da rainha Isabel I, leva a que Will, um dos descendente de Dee e guardador dos mistérios da sua vida, seja assassinado no século XXI. Will guardava consigo uma chave (que poderia revelar um mistério de décadas) e o seu assassino desejava tê-la para si. Mas apesar da morte de Will, o assassino não consegue resgatar a chave, que fica ao cuidado do seu irmão Alex e da namorada deste Lucy que tenta desvendar o passado do Dr. Dee, e os segredos que ele guarda. As pessoas que estavam interessadas no antepassado de Alex, são teólogos fundamentalistas, pessoas para quem a autoridade religiosa é absoluta e não admite críticas. Esperam que determinadas exigências e prescrições tiradas das escrituras sejam não só publicamente reconhecidas, mas também impostas por lei. A sua obsessão é lutar contra o desgaste da religião e do papel que esta desempenha na nossa sociedade, mas à sua maneira. A sinopse compara-o aos livros de Dan Brown, mas acho que este é bastante melhor do que a escrita, mais sensacionalista a que Brown nos habituou. Fiquei fascinada pelo John Dee, personagem histórica que não conhecia, mas também pelo facto de uma das personagens principais, Lucy, se ter aproximado da família descendente a Dee, e ao mesmo tempo se mostrar tão próxima da história deles. Uma das partes que mais me intrigou foi o facto de Lucy ter recebido um transplante de coração e começar a conhecer cada vez melhor os passos do seu dador. Será que isso acontece na realidade? Nunca ouvi falar disso, mas a medicina não consegue dar resposta a todas a nossas dúvidas. Em suma, um livro a reter, sobretudo para os amantes deste género de romance histórico. Como me interessei tanto pela personagem de John Dee, além do que li no livro, fiz uma pequena pesquisa pela wikipedia. Pode-se dizer que foi a primeira pessoa a usar a expressão “Império Britânico” e a ajudar os navios da rainha a descobri-lo, utilizando os seus mapas. Possuía uma vasta biblioteca, uma das maiores da Europa. A sua colecção continha mais de 3000 volumes e manuscritos, enquanto a Universidade de Cambridge tinha cerca de 300. Por assim dizer, John Dee foi o primeiro James Bond da História. Fez parte do grupo de espiões de elite de Walsingham, que incluíra Sir Philip Sidney, genro de Dee, o símbolo e de quem este foi tutor. «007» era o código pessoal de Dee, o símbolo de que era os «olhos»da rainha, aliados ao poder espiritual do número 7, que era o número sagrado . John Dee nasceu a 13 de Julho de 1527 em Londres e morreu em 1608 ou 1609. Foi um matemático, astrónomo, astrólogo, geógrafo e conselheiro particular da rainha Isabel I. Foi um dos homens mais instruídos do seu tempo, e antes de fazer 30 anos já leccionava na Universidade de Paris. Era um divulgador entusiasmado da matemática, um astrónomo respeitado e um perito em navegação, treinando muitos daqueles que conduziriam as viagens exploratórias da Inglaterra. Ao mesmo tempo, estava profundamente imerso na filosofia hermética e na chamada magia angélica e devotou a última terça parte de sua vida quase que exclusivamente a este tipo de estudo. Quando a rainha Isabel I assumiu o trono em 1558, Dee tornou-se seu conselheiro para questões astrológicas e científicas, e foi inclusive ele a escolher o dia da cerimónia da coroação. Da década de 1550 à de 1570, serviu como um conselheiro às viagens de descoberta da Inglaterra, fornecendo auxílio técnico na navegação e o no apoio ideológico à criação de um Império Britânico. Em 1577, publicou os Memórias Gerais e Raras no que Concerne a Perfeita Arte da Navegação, um trabalho que disseminou sua visão para um império marítimo e reafirmava as reivindicações territoriais inglesas no Novo Mundo. O Museu Britânico mantém diversos artigos que pertenceram a John Dee, a maioria associados às conferências espirituais. Excerto “A única coisa que me aterroriza é depender de outra pessoa para ser feliz ou de me abandonar à paixão”
Pode ainda ver o booktrailer aqui
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