A Internet, com todo o seu potencial, é uma excelente fonte de informação. Aqui, podemos encontrar (quase tudo). Mas, se a propagação de informação pode ser bastante positiva, também existem vários lados negativos. Um deles é muitas pessoas pensarem que podem pura e simplesmente chegar a um sítio, copiar o texto escrito por outras pessoas e utilizá-lo a seu bel-prazer, fazendo-o passar por palavras escritas da sua própria lavra. Ora, é muito giro ter um blog onde se escrevem opiniões sobre os livros que se lêem, mas existe um problema: escrever um texto com cabeça, tronco e membros, que consiga exprimir ao máximo aquilo que apreendemos de determinado livro, dá algum trabalho.
Já algumas vezes li textos que, apesar de não serem textualmente cópias do que escrevi, eram basicamente um plágio de ideias e estrutura das opiniões que na altura emiti. Optei por não dizer nada porque nesses casos pelo menos as pessoas ainda se deram ao trabalho de fazer alterações consideráveis a nível de palavras, para tentar disfarçar. Mas cópias descaradas não vou tolerar. Ora leiam a opinião que escrevi sobre o livro "A Gárgula", de Andrew Davidson, a 13 de Abril de 2009, e a "opinião" publicada pela blogger Rakel, no blog "Os Mil e Um Mundos", a 7 de Outubro de 2009.
No meio do texto dela, podem encontrar as seguintes passagens, iguais ao que escrevi, com a alteração de uma vírgula aqui e de uma palavrinha ali:
"Ao longo do tempo que vai passando na unidade de queimados vai conhecer pessoas muito diferentes das suas anteriores companhias, uma vez que antes do acidente ele era um actor pornográfico viciado em cocaína. Entre essas pessoas, está Marianne Engel, que os médicos acreditam sofrer de esquizofrenia"
"Assim a história presente é entrelaçada com relatos passados, nos quais Marianne conta ao Narrador como se conheceram e qual foi o desenrolar da sua história."
"O "Inferno de Dante" é muitas vezes referido ao longo do livro e existem algumas paralelismos (referidos, pois não conheço a obra de Dante). O elemento fogo é uma presença constante ao longo do livro e, se acreditar-mos nos mitos cristãos, é visto como uma forma de redenção. De certo modo, é isso que acaba por acontecer ao Narrador: a destruição da imagem que tinha antes do acidente acaba por fazê-lo dedicar-se ao seu interior."
"Gostei muito da forma como Andrew Davidson escolheu para escrever a seu livro. Pois utiliza um tom muito sarcástico, por vezes, mas na maior parte do tempo consegue perfeitamente fazer-nos entrar na cabeça da sua personagem e compreender os seus sentimentos."
Se isto não é plágio, não sei o que será. Comentei o post em causa e a resposta que obtive, em vez de um pedido de desculpas, foi que eu estava a insinuar que o texto tinha sido copiado. Não insinuei, afirmei mesmo. Alguém no seu perfeito juízo acredita que uma tal quantidade de texto pode ser escrito, de forma igual, por coincidência? Acho que é óbvio, só não vê quem não quiser.
Não sei se já repararam, mas no fundo deste blog existe um símbolo da Creative Commons, que indica que os textos aqui publicados, de nossa autoria, podem ser referenciados noutros sítios, desde que com o respectivo crédito. É uma afirmação que os Direitos de Autor existem e uma chamada de atenção para quem pensa que pode copiar o que escrevemos sem qualquer tipo de crédito (caso queiram, podem ler aqui o conteúdo da licença). Com esta licença, é possível agir judicialmente contra quem plagia.
Não considero que as minhas opiniões sejam alguma coisa de extraordinário, são umas vezes mais inspiradas, outras vezes menos; mas são minhas. Por isso não posso deixar passar estas situações em branco. Revelam não só uma incrível falta de imaginação, como uma total falta de respeito. Mas, pior do que o acto em si, foi não haver, à primeira vista, um pedido de desculpas. Fica aqui a chamada de atenção.
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