A REVISTA DO CORREIO, encartada no jornal CORREIO BRAZILIENSE do último domingo, 11 de outubro, publicou reportagem intitulada PALAVRINHAS MÁGICAS, da repórter Maria Júlia Lledó, em que o projeto ROEDORES DE LIVROS é citado ao lado de outros personagens como o cineasta Luiz Villaça, a professora Beatriz de Souza Griesinger, a consultora cultural e escritora Alessandra Garcia Trindade e a professora Eleonora Zicari. Abaixo, fac-símile da página que se reporta aos Roedores de Livros (clique sobre a imagem para ampliá-la) e a reprodução do texto que retrata uma manhã de sábado com as crianças.
Jardim das maravilhas
Acompanhadas por suas sacolas azuis, em que guardam os livros, as crianças chegam aos poucos à Creche Comunitária da Ceilândia. É sábado de manhã - "dia de história e lanche", fazem coro. A professora Edna Freitas, do grupo Roedores de Livros, traz uma caixa de contos e fábulas. "Vamos montar a casa no jardim?" As crianças prontamente saem para ajudá-la a abrir um tapete no gramado e espalhar livros de lobos, príncipes, princesas e dragões. A imaginação se encarrega de fantasiar as paredes e a porta de entrada para a "casa da leitura".
As crianças - 14, entre 8 e 12 anos de idade - esperam ansiosamente pela tia Ana. Artista plástica responsável pelo projeto Oficinas Pedagógicas na Secretaria de Educação do GDF, Ana Paula Bernardes, 39 anos, não gosta do título de contadora de histórias. Prefere o termo mediadora da leitura. Quando ela chega, as crianças se aproximam para ouvir a história do ursinho apavorado e do menino que tem medo do ridículo.
Começa a diversão da palavra escrita até a chegada do músico Tino Freitas, 37 anos, para contar causos com a ajuda de notas musicais. Na roda, meninos e meninas escutam, perguntam, brigam pelo próximo livro a ser lido. Ao final, depois do lanche, levarão para casa um livro e prepararão a leitura para os colegas no próximo encontro.
Esse encantamento pela literatura, visível no comportamento da turminha, é resultado de um trabalho de cinco anos dos Roedores de Livros. No começo, o grupo contava histórias no Açougue Cultural T-Bone. Há dois anos, mudaram as atividades para Ceilândia, onde continuam conquistando a atenção da garotada. "Se a história for boa, ela põe todo mundo no bolso", acredita Tino. Até os pais de algumas crianças já ouviram os Roedores e se emocionaram. "Isso porque todo mundo guarda a infância dentro de si", acrescenta o músico.
Para Ana, as historinhas permitem que as crianças deem asas à fantasia, melhorando o raciocínio. "Também vemos que há uma maior socialização entre elas. Alguns bem calados tornaram-se os mais falantes", observa. O objetivo dos Roedores de Livros é familiarizar as crianças com a leitura, permitindo-lhes uma melhor interação com bibliotecas e livrarias. "O amor pelo livro precisa ser incentivado", constata Ana, enquanto fecha a caixa com livros e dá o último aviso às crianças: "Sábado que vem tem mais".
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