quarta-feira, 27 de junho de 2007

Bizâncio - Stephen Lawhead

Embora leia de tudo um pouco, os romances históricos são aqueles que fazem as minhas preferências, andando sempre em busca de mais e mais. No entanto não é fácil descobrir os bons escritores deste estilo, pois existem escritores (as) que têm fama e proveito mas, qualidade... escrevem de qualquer maneira, sem rigor literário e histórico.
Stephen Lawhead é daqueles que nasceram para escrever romances históricos!
Embora os seus primeiros livros se situassem na área do fantástico, é, com a obra composta por cinco volumes "Ciclo Pedragon" (Taliesin, Merlin, Artur, Pedragon e Graal) que alcança a celebridade e maturidade literária.
Quanto à obra que me proponho opinar: Bizâncio é um dos melhores romances históricos que já li e, a nível de rigor histórico, um dos mais perfeitos.
A história é contada na primeira pessoa por um monge que vive tranquilamente num mosteiro na Irlanda. Um dia, Aidan (o seu nome) é um dos escolhidos para fazer parte de um grupo que pretende deslocar-se à exótica Bizâncio para presentear o imperador romano com o belo e santo livro de Kells.
A partir desse embarque, excitantes e extraordinárias aventuras Aidan irá passar, uma autêntica odisseia desde as verdejantes colinas da Irlanda aos tenebrosos mares do Atlântico, das águas do Mediterrâneo aos desertos árabes. Dos Celtas aos Vikings, dos Romanos aos Árabes, Aidan colocará em causa a sua própria crença em Deus, conhecerá a tristeza e a alegria, a riqueza e pobreza, enfim, uma odisseia belíssima, brutal, onde conseguimos sentir toda aquela atmosfera desses períodos tão conturbados e bárbaros como dos anos 850 d.C.
Numa escrita viva, fluida, realista, Lawhead dá-nos uma obra fenomenal, historicamente rica, cheia de pormenores deliciosos sobre essas distintas civilizações que dominavam o Mundo. E é extraordinário que num romance longo (755 pág.) Lawhead consegue expor e interligar todos estes povos de uma forma correcta e inteligente.
Aidan mac Cainnech existiu na realidade, o seu túmulo pode ser visto na Capela dos Santos Padres, à sombra da Hagia Sophia em Bizâncio ou Constantinopla, actual Istambul. Esta é a estória da sua odisseia!

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