terça-feira, 19 de junho de 2007

Epopéias da Índia Antiga, de Swami Vivekananda

Swami Vivekananda é um símbolo! Este insigne filósofo hindu, patrono do Círculo Esotérico, empolgou a
assembléia no Congresso das Religiões, reunido em Chicago, no ano de 1893, quando perante ela, exclamou:
"Eu vi Deus e conheci a verdade".
Quando ainda jovem, com aquele espírito irrequieto de universitário, trazia a mente cheia de dúvidas
torturantes e, qual borboleta afanosa, procurava aqui e acolá o néctar da Verdade, para acalmar os tumultos
que lhe iam n'alma e cujo denominador comum é esta interrogação milenar que desafia a mente humana
através dos séculos: Existe um Deus?
Procurando a solução desse insondável enigma, o jovem intelectual penetrou os emaranhados arabescos das
filosofias e religiões do mundo, tendo alicerçado as suas incansáveis investigações na cultura ocidental em
que também abeberou o seu anseio de conhecimentos.
Não obstante, continuou insatisfeito e enriqueceu o seu patrimônio intelectual com os inúmeros estudos e
observações que realizou, sempre aguilhoado por aquele mistério inquietante, até que um dia teve a ventura
de defrontar-se com um famoso filósofo, que lhe iluminou o espírito, levando-o à solução do Arcano,
conforme teve oportunidade de declarar, mais tarde, como delegado ao Congresso das Religiões.
Fruto dos seus incessantes estudos é este trabalho que, com prazer, oferecemos ao leitor e que constitui uma
verdadeira revelação do pensamento, da vida, dos estranhos costumes da Índia misteriosa, consubstanciados
nas "Epopéias da índia Antiga", onde a fábula, aliada a uma filosofia profunda, surpreende-nos com as
belezas incomparáveis de suas analogias e a doce singeleza de sua narração, que chega até nós como o diluído perfume dos seus templos longínquos...
O autor esclarece aos ocidentais o sentido das fábulas que apresenta, tendo tido a feliz cautela de estabelecer
confronto entre a natureza do espírito oriental e a do ocidental.
Desse cometimento deflui a vantagem de ficarmos conhecendo o pensamento que norteia o povo hindu,
principalmente sob o ponto de vista religioso:
“Nós, os hindus, como os cristãos, cremos em um Deus individual; nós, porém, vamos além e cremos que
somos Ele, isto é, que se manifesta em nós e que vivemos e estamos em Deus.
"Cremos que há um fundo de verdade em todas as religiões e a todas respeitamos. Porque a verdade neste
mundo é encontrada por adição e não por subtração.
"Quiséramos oferecer a Deus um ramo das mais formosas flores de todas as Religiões!" (Um dos ideais do
Círculo Esotérico).
Este, um dos admiráveis trechos que o leitor terá o prazer de apreciar, dentre os muitos com que o autor nos
brindou nesta obra que, sem exagero, podemos considerar como um admirável resumo da vida filosófica e
religiosa da Índia antiga.
Quando Grécia e Roma ainda não haviam despontado na história, como partícipes dos povos cultos, à sombra
do Himalaia floresciam brilhantes civilizações, que legaram aos pósteros os primeiros vestígios da filosofia e
as primitivas tradições religiosas.
Mas, não antecipemos, a fim de não furtarmos ao leitor o ensejo de saborear o que se desenvolve através
destas páginas, assegurando-lhe que delas colherá ótimos frutos, conhecendo os esplendores que se acham
ocultos no Ramayana, no Mahabharata, no Bhagavad Gita...
Onde, porém ficamos extasiados ante o espírito sereno e elevado do autor, aliás tão seu característico, é no
capítulo em que analisa a missão dos Grandes Instrutores: Krishna, Buda, Cristo, Ramakrishna,
demonstrando que a missão desses Irmãos Maiores foi originária de uma única Ponte, da qual partiram como
arroios de luz, para iluminar determinada face do globo, a fim de reerguer o espírito humano, prestes a
mergulhar nas trevas.
Se profunda foi a análise que fez de outros Instrutores, mais extensa e minuciosa foi a que versou sobre
Ramakrishna, seu Mestre, com quem privou durante longos anos, tendo a Ventura de receber os mais altos
ensinamentos, pessoalmente ministrados por esse grande pensador legando-nos, no presente trabalho, a
singela beleza de sua vida e de sua filosofia.
É, pois, com profunda reverência que evocamos o nome do autor, neste prefácio, e com imenso prazer que
entregamos ao caríssimo leitor estas páginas sadias, cônscios de termos dado mais um passo na senda dos
que escolheram a missão de servir.

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