terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A Escriba

Sinopse: Alemanha, ano 799. Carlos Magno, em vésperas de ser coroado imperador do Ocidente, encarrega Gorgias, um ilustre escriba bizantino, da tradução de um documento de vital importância para o futuro da Cristandade. O trabalho deverá ser executado no mais absoluto segredo. Entretanto, Theresa, filha de Gorgias e aprendiz de escriba, é falsamente acusada de um crime e procura refúgio na cidade alemã de Fulda, perdendo o contacto com o pai. Aí, conhecerá Alcuino de York, um frade britânico que investiga uma terrível epidemia que assola a população. Quando Theresa é informada do desaparecimento misterioso de Gorgias, ela e Alcuino embarcam numa aventura inquietante para o encontrar e infiltram-se numa teia conspirativa de ambição, poder e morte, em que nada nem ninguém é o que parece e da qual depende o futuro do mundo ocidental.
Combinando o rigor histórico com uma prosa de ritmo trepidante, este romance de Antonio Garrido conduz o leitor por cidades, claustros e abadias medievais, num thriller apaixonante inspirado em factos reais.

Já estava com saudades de pegar num romance histórico. Que me lembre, li poucos decorridos neste período em que a Europa era dominada pelo Imperador Carlos Magno, por isso parti para esta leitura com boas expectativas.

A história deste livro é a de Theresa, a filha de um escriba que sonha seguir as pisadas do pai e viver a sua vida à volta dos livros, até que a acusação de provocar um incêndio no local onde prestava provas para se habilitar ao ofício de percaminarius (fabricante de pergaminhos) a obriga a fugir de Wurzburgo, onde vivia com o pai Gorgias e a madrasta, para a cidade de Fulda. Lá, conhece o frade Alcuino de York, que a permite praticar a arte que tanto aprecia. Mais tarde, quando o pai de Theresa desaparece, ambos voltam a Wurzburgo para o procurarem e desvendarem o mistério que rodeia o pergaminho que o pai de Theresa se encontrava a transcrever.

Gostei das personagens e da relativa imprevisibilidade do enredo, mas senti que a história teria sido igualmente bem contada se o livro tivesse menos umas 100 páginas, porque há vários momentos mais parados, que, não tendo especial relevância para a trama, acabam por fazer com que a leitura se arraste. No entanto, a parte final é emocionante e, de certa forma, recompensa essa falha.

A escrita de Antonio Garrido é competente e agradável; nota-se que o livro tem por base uma extensa e minuciosa pesquisa, especialmente no que diz respeito à confecção dos pergaminhos e à organização da sociedade na Idade Média, mas gostaria de ter sabido um pouco mais sobre a personagem histórica do Carlos Magno - acho que teria sido uma mais-valia. Acabou por ser uma boa leitura, apesar de não ter correspondido exactamente às minhas expectativas no que se refere ao interesse despertado durante a leitura.

7/10 - Bom

[Livro n.º 13 do meu Desafio de Leitura]

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