segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Ver para Crer com três turmas de curso profissional

Foi a primeira vez que o Ver para Crer teve como público alunos do secundário. Frequentavam o 10º, 11º e 12º anos do curso de formação profissional de animação socio-cultural, na Escola Secundária do Pinhal Novo.
O principal desafio esteve na escolha dos livros, mais do que no diálogo com as alunas (no grupo só constavam três rapazes), que foi descontraído e sem incidentes.
O público é maioritariamente não leitor, destacando-se aquelas que lêem a saga de Stephanie Meyer ou livros como Queimada Viva (um sucesso entre raparigas com poucos interesses e muito centradas em si e nos seus pares). No entanto, preparam-se para dinamizar actividades juntos de públicos totalmente desconhecidos por si, sem qualquer experiência de exposição própria. Por isso a professora pediu à colega da Biblioteca Escolar que fosse este o grupo escolhido, o que me pareceu muito adequado.
Aproveitei para escolher quatro livros que lhes poderiam interessar e dois álbuns transversais, alertando para este facto e chamando a atenção para a sua qualidade.
Eis a ordem por que foram apresentados e o resultado final da votação, dos cerca de 28 alunos, em cada um dos livros após breve leitura ou apresentação das obras:
Árvore Generosa, Shel Silverstein, Bruaá - 2 votos
A morte melancólica do rapaz ostra e outras histórias, Tim Burton, Antígona - 8 votos
Manual do glamour para raparigas, Sally Jeffrie, Texto Editora - 3 votos
Cartas de um louco, Ted Nancy, Gradiva - 23 votos
Onde está o bolo?, Thé Tjong-Khing, Caminho - 1 voto
O Dicionário do Diabo, Ambrose Bierce, Tinta-da-China - 24 votos
De assinalar que a votação mínima em Onde está o bolo? me surpreendeu, visto que é um álbum muito bem recebido pelos adultos e que creio que a parca votação no Manual de Glamour para Raparigas se ficou a dever a algum pudor. É nos jovens com menos hábitos de leitura e menos interesses que os preconceitos acerca dos livros se acentuam. Todavia, Ted Nancy foi uma surpresa boa. O grande desafio quando escolhemos livros para não leitores está em não ceder às suas perspectivas mais óbvias e tentar, dentro de um padrão de qualidade razoável, surpreendê-los, para que se questionem acerca das suas opiniões. Creio que o atelier foi bem sucedido, e a professora prometeu escalpelizar com as turmas o meu desempenho, o que me pareceu muito bem, para o seu futuro profissional.

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