Há cada vez menos para dizer sobre George R. R. Martin e o que há são elogios. Depois de seis livros, a sua obra continua com um fulgor fascinante e surpreendente. Cada capítulo é uma surpresa, pois está recheado de novidades que nos deixam boquiabertos e nos fazem (re)ler cada linha para assimilar que, de facto, o que lemos, aconteceu. N' A Glória dos Traidores, em alguns momentos, a curiosidade chegou a ser tanta que quis saltar partes e ler como tudo terminava... Não o fiz, mas confesso que, perante a perspectiva de ter meses de espera até ao próximo livro, e, consequentemente, até ao final da saga, a minha resistência começa a baquear.
O título deste novo volume das Crónicas de Gelo e Fogo não podia ser mais claro. Nele se faz o elogio aos traidores, realçando as suas recompensas e explicando as suas motivações. As personagens continuam a ser exploradas até ao âmago, tornando-se tão reais que parecem viver no nosso mundo. O mais impressionante é que, por mais que se possam criticar as suas actuações, a distinção entre os bons e os maus é tão ténue que nós, leitores, somos incapazes de a fazer. Os acontecimentos não surgem por acaso, há uma interligação constante entre as várias personagens e os vários espaços da acção que nos agarra e torna a leitura interessante. As páginas sucedem-se e as surpresas marcam cada linha.
De todos, os últimos dois volumes foram os meus preferidos. A escrita fluída e contagiante do autor transmite-nos uma realidade impressionante, transformando-nos quase em espectadores activos desta saga . Pessoalmente, nunca pensei que um autor fosse capaz de ter este dom: dar-nos a conhecer repetidos volumes - no original, uma vasta obra - sem que tenhamos o medo de nos fartarmos dele. A magia do seu Mundo é tão perfeita que ninguém fica(rá) indiferente... seja hoje ou amanhã!
10/10
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