Autores: Lydia Gouardo e Jean-Michel Caradec’h
N.º de Páginas: 144
PVP: 13,90€
Preço WOOK.pt: 12,51€
Sinopse
Um silêncio gritante que dura toda a vida
Lydia Gouardo passou vinte e oito anos em cativeiro, teve seis filhos do homem a quem chamava pai e sobreviveu à mágoa para contar
tudo. O Silêncio dos Outros foi, em 2008, um dos livros documentais mais vendidos em França.
A Albatroz apresenta O Silêncio dos Outros, uma impressionante crónica sobre o longo período de clausura de uma jovem francesa e da indiferença geral da comunidade que a rodeava. O jornalista Jean-Michel Caradec’h conheceu a história e, terminado o pesadelo, ajudou a contá-la ao mundo.
Tudo se passa numa aldeia encantadora a meia hora de Paris, perante a indiferença total dos
vizinhos, da polícia, dos serviços sociais, da Justiça e dos médicos. Num testemunho excepcional e perturbante, Lydia Gouardo conta-nos aquilo por que passou ao longo de vinte e oito anos de cativeiro às mãos de um casal perverso e diabólico. Tinha apenas oito anos quando o seu tormento começou, ante os olhares aquiescentes de toda uma comunidade que nada fez para a salvar. Hoje, com seis filhos fruto de uma relação que não escolheu com o Velho, tenta refazer a sua vida marcada pelas vozes silenciosas do O Silêncio dos Outros é um livro fundamental para tomarmos consciência da realidade mórbida que insiste em viver ao nosso lado.
A minha opinião
Neste O Silêncio dos Outros, Lydia Gouardo relata, na primeira pessoa, os seus vinte oito anos de tormenta ao lado dos seus pais adoptivos, passando por todos os horrores possíveis e imaginários que eles a sujeitaram, enquanto criança e depois como adulta. Aos 9 anos, Lydia foi mergulhada numa banheira de água a ferver, e depois escovada até que a sua pele e carne saíssem do seu corpo. Este é um dos exemplos, que a “velha” lhe fez para “castigá-la” não se sabe bem porquê. Mas o que mais me impressionou, além das sevícias de que era alvo diariamente, foi o facto de toda a gente à sua volta se mostrar indiferente àquela família estranha, que não falava com ninguém e que não deixava ninguém aproximar-se dos seus filhos. Filhos, porque além de Lydia, o casal tinha também à sua guarda os irmãos desta, Bruno e Nadia. Após sofrerem nas mãos do “velho” estes dois irmãos conseguiram fugir, mas também se mostraram cobardes ao não revelarem que havia uma irmã feita prisioneira naquela casa. Tudo bem que a polícia local era conivente com o “velho”, e o medo que sentiam de serem apanhados novamente pode ter falado mais alto, mas o facto de ficarem de braços cruzados fez com que a sua irmã vivesse 28 anos de clausura e isolamento. Este caso, igual a tantos outros que actualmente têm vindo a público, como é o caso do austríaco Josef Fritzel, que manteve, durante 24 anos, a sua filha em cativeiro, mostra que pode muito bem acontecer ao nosso lado sem que nos apercebamos ou então não queiramos fazer nada. Uma história arrepiante que chocou inclusivamente quem ajudou Lydia a redigir o livro O Silêncio dos Outros. Não aconselhado a pessoas mais sensíveis.
Excerto
“Ao longo dos dezasseis anos que se seguiram, vi crescer os meus filhos sem ter o direito de lhes tocar, de lhes pegar ao colo, de lhes dar de comer, de os deitar ou de lhes dar banho. Era unicamente a parideira.”
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