Título Original: The Death of Bunny Munro (2009)
Editora: Editora Objectiva
Páginas: 290
ISBN: 978-989-672-006-3
Tradutor: José Couto Nogueira
Sinopse
“ESTOU LIXADO”, pensa Bunny Munro, num súbito momento de autoconsciência reservado a quem está prestes a morrer. Depois do suicídio da mulher, Bunny Munro, caixeiro-viajante, parte com o filho numa viagem pela costa sul de Inglaterra e cedo descobre que tem os dias contados. Mais do que para vender cosméticos, Bunny viaja em busca da sua alma.
Opinião
Arranquei para a leitura deste livro com uma imensa expectativa e curiosidade, pois como Nick Cave é um dos meus músicos favoritos de sempre, queria ver como é que se portava na sua incursão à escrita de livros. Posso dizer que reconheci, um pouco, alguns elementos comuns entre a escrita de canções e ficção, o que é muito bom. Percebi que mais do que a sua escrita, a voz de Nick Cave também vagueava pelas páginas desta obra.
O livro funciona como um verdadeiro caldeirão de sentimentos e de elementos facilmente reconhecíveis para quem ouve a obra musical deste australiano: o humor ácido, a ironia, os fantasmas da morte e, principalmente, onde julgo que está a base desta obra, a loucura das pessoas solitárias. Está tudo bem presente neste livro, que é, ao mesmo tempo, uma comédia e um drama.
Bunny Munro é um vendedor ambulante de produtos de beleza para mulheres, que acaba de perder a sua mulher, e está entre a incapacidade de lidar com o seu filho doente e a incapacidade de ter um pouco de paz consigo próprio.
Por isso, numa tentativa quase desesperada, acaba por embarcar numa viagem, a sós com o seu filho, de carro, respeitando uma lista de casas de clientes onde tenta ir vender os seus produtos de beleza e ao mesmo tempo tentar ter relações sexuais com todas elas, como se isso lhe desse a salvação de espírito. Mas, depois da morte da sua mulher, a sua vida entra num espiral de acontecimentos que irá levar à sua degradação.
O livro, salpicado com imensos termos de linguagem de teor sexual explícito, é quase um guia de como somos levados à nossa própria loucura, de como se não conseguirmos lidar com os nossos próprios fantasmas, eles poderão levar-nos a sítios e situações menos próprias, que nos poderão custar a própria vida.
Nick Cave cria um livro de ficção onde o humor e o drama se misturam em doses iguais, sem nenhuns floreados, sendo um romance directo e cru sobre a vida de alguém que não consegue lidar com a sua própria loucura.
Durante esta leitura, existiram bastantes momentos nos quais me relembrei de um escritor que devorei na minha adolescência, de nome Irvine Welsh, autor de vários livros conhecidos, entre eles o que deu origem a um filme marcante, “ Trainspotting” e também ao filme “ A Praia”, com Leonardo Di Caprio.
Por último, destaco o capítulo final: li-o duas vezes seguidas, não por falta de compreensão, mas sim pelo prazer de ler frases perfeitamente bem escritas, funcionando como o epílogo ideal para uma história que vai sempre estando em lume-brando à espera que alguém se queime.
8/10 - Muito Bom
O livro funciona como um verdadeiro caldeirão de sentimentos e de elementos facilmente reconhecíveis para quem ouve a obra musical deste australiano: o humor ácido, a ironia, os fantasmas da morte e, principalmente, onde julgo que está a base desta obra, a loucura das pessoas solitárias. Está tudo bem presente neste livro, que é, ao mesmo tempo, uma comédia e um drama.
Bunny Munro é um vendedor ambulante de produtos de beleza para mulheres, que acaba de perder a sua mulher, e está entre a incapacidade de lidar com o seu filho doente e a incapacidade de ter um pouco de paz consigo próprio.
Por isso, numa tentativa quase desesperada, acaba por embarcar numa viagem, a sós com o seu filho, de carro, respeitando uma lista de casas de clientes onde tenta ir vender os seus produtos de beleza e ao mesmo tempo tentar ter relações sexuais com todas elas, como se isso lhe desse a salvação de espírito. Mas, depois da morte da sua mulher, a sua vida entra num espiral de acontecimentos que irá levar à sua degradação.
O livro, salpicado com imensos termos de linguagem de teor sexual explícito, é quase um guia de como somos levados à nossa própria loucura, de como se não conseguirmos lidar com os nossos próprios fantasmas, eles poderão levar-nos a sítios e situações menos próprias, que nos poderão custar a própria vida.
Nick Cave cria um livro de ficção onde o humor e o drama se misturam em doses iguais, sem nenhuns floreados, sendo um romance directo e cru sobre a vida de alguém que não consegue lidar com a sua própria loucura.
Durante esta leitura, existiram bastantes momentos nos quais me relembrei de um escritor que devorei na minha adolescência, de nome Irvine Welsh, autor de vários livros conhecidos, entre eles o que deu origem a um filme marcante, “ Trainspotting” e também ao filme “ A Praia”, com Leonardo Di Caprio.
Por último, destaco o capítulo final: li-o duas vezes seguidas, não por falta de compreensão, mas sim pelo prazer de ler frases perfeitamente bem escritas, funcionando como o epílogo ideal para uma história que vai sempre estando em lume-brando à espera que alguém se queime.
8/10 - Muito Bom
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