Autor: Carolyn Parkhurst
Tradução: Manuela Madureira
Edição: Presença
Nº de páginas: 208
"Romance de estreia da autora, pela primeira vez publicado em Portugal, Os Cães de Babel apresentam-se como uma obra original chegando a trilhar caminhos do insólito. Paul e Lexy vivem um casamento feliz acompanhados pela sua cadela Lorelei. Certo dia, a desgraça abate-se sobre o casal e Lexy morre, aparentemente por acidente, ao cair de uma árvore junto a casa. A polícia aponta para um caso acidental, mas Paul convence-se de que algo de diferente terá acontecido. A única testemunha do sucedido é Lorelei, a cadela, e Paul, linguista de profissão, movido pela dor da perda da mulher e pela desconfiança de que as coisas não se terão passado como aparentem, tenta ensinar o cão a falar para poder descobrir o que realmente se passou. Com críticas bastante favoráveis na Time, New York Times e People Magazine, Os Cães de Babel constituem-se como uma leitura diferente."
Está a partir de hoje disponível o romance que se tornou Bestseller mundial e que marca a estreia da autora Carolyn Parkhurst. Cães de Babel, é um comovente e marcante relato na primeira pessoa da dor indescritível que é perder alguém que amamos, dor essa que se torna insuportável quando temos a certeza de que há algo por explicar, algo que está tão mal como uma peça que não encaixa num puzzle que parecia perfeito.
Tudo começa com a morte de Lexy que para a polícia não passa de um terrível acidente embora o seu marido Paul não pense da mesma forma. Seguindo pequenas "pistas" aparentemente deixadas pela própria Lexy, Paul inicia uma investigação que o levará a uma apaixonante viagem pelos recônditos caminhos da memória dando-nos a conhecer a sua vida e o seu casamento mas sobretudo a artista imprevisível com quem era casado. É esta viagem ao seu interior que nos revela as confusões de um coração toldado pela dor e a dura realidade presente em cada um de nós - todo o ser humano têm inúmeras facetas guardadas no seu interior, segredos, pequenos pensamentos e sentimentos que guarda para si e apenas para si; na verdade não conhecemos tão bem e tão profundamente quanto pensamos aqueles que amamos.
A escrita é profunda e tocante mas ao mesmo tempo carinhosa e simples, repleta de humor e sobretudo de amor, levando o leitor a tentar compreender as incertezas e a dor causadas pela morte de alguém que nos é querido e o penoso caminho que tem que ser trilhado para alcançar a aceitação do sucedido e, no caso de Paul, o perdão que trarão alguma paz de espírito.
Não me espantaria ver esta obra adaptada ao grande ecrã num filme bem ao jeito de As palavras que nunca te direi. Recomendo.
8/10
8/10
Nenhum comentário:
Postar um comentário